O Antestreia fez uma pequena entrevista exclusiva a Kurando Mitsutake à sua passagem pelo festival portuense no passado dia 21. Farwest intemporal povoado de zombies, sangue e vísceras, "Samurai Avenger: Blind Wolf" foi uma excelente forma de começar o festival.
Antestreia: No catálogo há uma referência a outros filmes onde o herói era cego como Rutger Hauer em Blind Fury ou Zatoichi. Serviram-lhe de influência ou é apenas coincidência?
Kurando Mitsutake : Absolutamente. Para o meu filme "Samurai Avenger" foram uma grande influência. Shintarô Katsu é uma das grandes figuras do cinema japonês e definitivamente a minha grande inspiração para o Samurai Avenger.
A: Como foi a experiência de dirigir e interpretar um cego num filme de terror?
KM: Ser o protagonista e o realizador de um filme é um desafio difícil. Para um filme de baixo orçamento como o nosso foi uma vantagem. Sempre que havia algum atraso eu estava disponível. Quando alguém precisava de uma caracterização específica mais trabalhosa, se estivesse a demorar muito tempo, eu saltava a frente das câmaras e roubava a cena. Adiantava trabalho para poupar tempo. Eu ser o actor principal ajudou a produção.
A: Em que passo está a distribuição para o Japão?
KM: Ainda estamos a procurar distribuidora.
A: E o circuito dos festivais?
KM: Hoje estou aqui, foi a antestreia mundial do filme, para a semana estarei a promovê-lo em Yubari no Japão e penso que o filme também estará no Cinequest em San Jose no final do mês.
A: O que achou da reacção portuguesa ao seu filme?
KM: Foi avassaladora, muito mais do que estava à espera. A projecção era às 23:15, quando vinha a voar para cá pensava "e se só lá estiverem 3 pessoas", mas não, a sala estava quase cheia. Pareceu-me que toda a gente adorou, por isso estou muito satisfeito.
A: Os momentos de reacção do público corresponderam às expectativas? O público português reagiu quando e como devia aos diálogos e à acção ou tiveram uma visão diferente da imaginada por um oriental?
KM: Acho que correspondeu, reagiram quando esperava. Não tive nenhuma surpresa da parte do público. A reacção mais forte que teve foi na cena do bebé, quando a mulher zombie é morta e o bebé sai disparado… acho que foi a mais forte.
A: Pensa que os filmes do género de horror japonês sejam muito diferentes do criados pelo cinema ocidental?
KM: No Japão actualmente temos uma maior censura nos filmes mainstream os de grande orçamento e para televisão. Para os de baixo orçamento são uma resposta a essa censura, a cada ano se tornam mais violentos como algum do trabalho ultraviolento de Takeshi Miike. Miike está a tornar-se um realizador mainstream, a violência está a desaparecer dos seus filmes. Não sei a situação da indústria cinematográfica coreana, mas parece haver problemas entre os criadores, desejosos de criar algo, e a censura.
A: O seu filme será lançado sem censura?
KM: Espero que sim, ainda não sei, mas é o mais provável.
A: Qual é a diferença? São as salas onde os pode projectar?
KM: Quando eu era pequeno o Japão não utilizava a regulação etária. Agora dizem proibida a entrada a menores de 15 ou 18, ou algo assim, estão a definir regras concretas. O meu filme deve ser classificado como "maiores de 15".
A: E era o pretendido?
KM: Estou bem com essa classificação. Algumas cenas do meu filme não deveriam ser vistas por crianças abaixo dos 15. Eu compreendo.
A: Já tem projectos para o seu próximo filme?
KM: Acabamos este filme em Novembro e ainda estou a recuperar do processo de criação cinematográfica. Já comecei a recolher ideias para a sequela de "Samurai Avenger", mas preciso de uns meses de descanso antes de pensar nisso a sério.
Antestreia: No catálogo há uma referência a outros filmes onde o herói era cego como Rutger Hauer em Blind Fury ou Zatoichi. Serviram-lhe de influência ou é apenas coincidência?
Kurando Mitsutake : Absolutamente. Para o meu filme "Samurai Avenger" foram uma grande influência. Shintarô Katsu é uma das grandes figuras do cinema japonês e definitivamente a minha grande inspiração para o Samurai Avenger.
A: Como foi a experiência de dirigir e interpretar um cego num filme de terror?
KM: Ser o protagonista e o realizador de um filme é um desafio difícil. Para um filme de baixo orçamento como o nosso foi uma vantagem. Sempre que havia algum atraso eu estava disponível. Quando alguém precisava de uma caracterização específica mais trabalhosa, se estivesse a demorar muito tempo, eu saltava a frente das câmaras e roubava a cena. Adiantava trabalho para poupar tempo. Eu ser o actor principal ajudou a produção.
A: Em que passo está a distribuição para o Japão?
KM: Ainda estamos a procurar distribuidora.
A: E o circuito dos festivais?
KM: Hoje estou aqui, foi a antestreia mundial do filme, para a semana estarei a promovê-lo em Yubari no Japão e penso que o filme também estará no Cinequest em San Jose no final do mês.
A: O que achou da reacção portuguesa ao seu filme?
KM: Foi avassaladora, muito mais do que estava à espera. A projecção era às 23:15, quando vinha a voar para cá pensava "e se só lá estiverem 3 pessoas", mas não, a sala estava quase cheia. Pareceu-me que toda a gente adorou, por isso estou muito satisfeito.
A: Os momentos de reacção do público corresponderam às expectativas? O público português reagiu quando e como devia aos diálogos e à acção ou tiveram uma visão diferente da imaginada por um oriental?
KM: Acho que correspondeu, reagiram quando esperava. Não tive nenhuma surpresa da parte do público. A reacção mais forte que teve foi na cena do bebé, quando a mulher zombie é morta e o bebé sai disparado… acho que foi a mais forte.
A: Pensa que os filmes do género de horror japonês sejam muito diferentes do criados pelo cinema ocidental?
KM: No Japão actualmente temos uma maior censura nos filmes mainstream os de grande orçamento e para televisão. Para os de baixo orçamento são uma resposta a essa censura, a cada ano se tornam mais violentos como algum do trabalho ultraviolento de Takeshi Miike. Miike está a tornar-se um realizador mainstream, a violência está a desaparecer dos seus filmes. Não sei a situação da indústria cinematográfica coreana, mas parece haver problemas entre os criadores, desejosos de criar algo, e a censura.
A: O seu filme será lançado sem censura?
KM: Espero que sim, ainda não sei, mas é o mais provável.
A: Qual é a diferença? São as salas onde os pode projectar?
KM: Quando eu era pequeno o Japão não utilizava a regulação etária. Agora dizem proibida a entrada a menores de 15 ou 18, ou algo assim, estão a definir regras concretas. O meu filme deve ser classificado como "maiores de 15".
A: E era o pretendido?
KM: Estou bem com essa classificação. Algumas cenas do meu filme não deveriam ser vistas por crianças abaixo dos 15. Eu compreendo.
A: Já tem projectos para o seu próximo filme?
KM: Acabamos este filme em Novembro e ainda estou a recuperar do processo de criação cinematográfica. Já comecei a recolher ideias para a sequela de "Samurai Avenger", mas preciso de uns meses de descanso antes de pensar nisso a sério.
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