François Girard não é um cineasta qualqer, é um homem das artes. Além de realizar vários filmes tendo a arte como tema, já dirigiu teatro, ópera e circo. Tendo começado pelos videoclips - e vencido um Grammy por Peter Gabriel’s Secret World - depressa saltou para as obras visuais, filmando interpretações de Bach por Yo-Yo Ma e o filme "Le Violon Rouge" (1998). O filme venceu um Oscar pela composição musical. Por não ser um homem do cinema e não precisar de fazer filmes para sobreviver, quando Girard se põe atrás das câmaras, é um pecado não contribuir para a rara obra de arte que traz aos comuns mortais. Em 2007 foi "Silk". À semelhança de outro ermita que não faz cinema permanentemente, Malick, Girard apostou nos cenários deslumbrantes deixando a história internacional de amor proibido para segundo plano. O público não gostou. Em 2014 apostou numa receita quase comercial, mais garantida. Com um elenco que incluía Dustin Hoffman, Josh Lucas, Kathy Bates, Eddie Izzard, Debra Winger e Kevin McHale, traz-nos uma história original de Ben Ripley ("Source Code", sequelas de "Species", não tem nada a ver).
Stet é um rapaz problemático. Causa alguns problemas na escola, mas a directora acredita que ele pode ser alguém, e o caminho da salvação passará pela música. Para isso, convida a National Boychoir para uma atuação na escola, na esperança que, ouvindo o coro, Stet se renda à música. Para ser perfeito, é só o coro também se render a Stet e ficar com ele, levando-o para longe e para uma carreira (ou vida) de sucesso. Claro que as coisas não são assim tão fáceis e Stet terá muito trabalho para se convencer e os convencer que precisam um do outro. Sorte nossa que somos brindados com excelente música enquanto o vemos a praticar para chegar ao nível que exigem dele.
"Boychoir" nem tenta ser uma obra única nem foi feito com prémios em vista. É simplesmente a história de um rapaz perdido que encontra o seu rumo na música. Ao contrário de várias propostas em sala que nos querem capturar pelos olhos, aqui as sensações são todas auditivas. É pela música que nos apanha e mesmo quem achar que não gosta de música, facilmente mudará de opinião ao ouvir algo muito parecido com o som de um coro de anjos.
A prestação de Hoffman como “mau da fila” é muito invulgar. As intrigas infantis parecem pouco densas para a trama do filme, e das duas situações mais adultas que envolvem Stet, uma é ignorada e a outra quase esquecida. Chegando ao fim, foi apenas música que Girard nos deu. Como uma refeição gourmet, sabe a pouco para quem esperar outra coisa, mas na verdade é o suficiente.
A única conclusão que se pode tirar é que o filme é igual à mensagem que nos passa: aproveitemos os momentos grandiosos da vida enquanto duram, e guardemos essas recordações para o resto da vida. E claro, ouçamos a música. Se normalmente já é maravilhosa, quando é interpretada de forma magistral, é de outro mundo. Ou voltando às analogias alimentares, é como uma sobremesa: mesmo quando é mau, é bom.
A prestação de Hoffman como “mau da fila” é muito invulgar. As intrigas infantis parecem pouco densas para a trama do filme, e das duas situações mais adultas que envolvem Stet, uma é ignorada e a outra quase esquecida. Chegando ao fim, foi apenas música que Girard nos deu. Como uma refeição gourmet, sabe a pouco para quem esperar outra coisa, mas na verdade é o suficiente.
A única conclusão que se pode tirar é que o filme é igual à mensagem que nos passa: aproveitemos os momentos grandiosos da vida enquanto duram, e guardemos essas recordações para o resto da vida. E claro, ouçamos a música. Se normalmente já é maravilhosa, quando é interpretada de forma magistral, é de outro mundo. Ou voltando às analogias alimentares, é como uma sobremesa: mesmo quando é mau, é bom.
Título Original: "Boychoir" (EUA, 2014) Realização: François Girard Argumento: Ben Ripley Intérpretes: Dustin Hoffman, Kevin McHale, Josh Lucas, Debra Winger, Garrett Wareing, Joe West, Eddie Izzard, Kathy Bates Música: Brian Byrne Fotografia: David Franco Género: Drama Duração: 103 min. Sítio Oficial: N/A |
0 comentários:
Enviar um comentário