O panorama musical no cinema não tem vindo a mudar. Desde que os musicais voltaram há baila no início da década passada - tanto em obras originais como “Moulin Rouge!” como em adaptações como “Chicago”, “Nine”, “Mamma Mia!”, “Rock of Ages” até “Into the Woods”, entre muitos outros - que se tem ouvido cantar bastante nas salas. Os biopics e documentários sobre músicos e bandas também estão em crescimento, arrecadando prémios e prestígio em todo o mundo, como “Control”, “Ray”, “Walk the Line”, “Dreamgirls”, “I’m Not There”, “Shane a Light”, "Kurt Cobain: Montage of Heck"... Mesmo os que são ignorados pela crítica, cumprem o seu dever de informar o grande público sobre uma banda que já não era lembrada. Pensemos em “The Runaways” e “Jersey Boys”.
Criar ficção nesta área é um pouco mais complicado. Os falsos compositores precisam de criar obra em condições e com um estilo uniforme (como “Coyote Ugly” que pediu músicas a LeAnn Rimes, ou a sorte que John Carney teve com Glen Hansard, Markéta Irglová e Gregg Alexander). O melhor é falar sobre quem ensina música existente. Desde “Music of the Heart” e “Dangerous Minds”, até “High Fidelity” e “School of Rock”...
Já devem ter uma boa ideia de como a música tem estado sempre presente. O que está a mudar é o público. Os musicais já não são a ovelha negra do cinema, ou algo que os avós gostam de ver. São algo moderno e apelativo para os jovens. E particularmente para os estúdios que podem vender o filme e a banda sonora. Se nos anos 80 era porque tinhamos “Fame”, hoje em dia é devido a “Smash” e especialmente “Glee”. Enquanto “Smash” foi buscar rostos conhecidos do cinema para que ajudassem a vender o seu novo produto, “Glee” foi buscar talentos aos palcos e ao seu concurso de talentos para que (en)cantassem. Tendo ambas as séries desaparecido longe dos seus tempos áureos, deve ser gratificante olhar para trás e ver o que nos deixaram.
“Smash” passou actores para várias outras séries. Na área musical, apenas duas actrizes (Megan Hilty e Anjelica Houston) que encontramos nas aventuras animadas de Sininho, Brian d'Arcy James em “Shrek the Musical” e duas actrizes que foram bailarinas não-creditadas em “Annie”. Nada que se apresente.
Já do lado de “Glee” foi o oposto. Amber Riley e Darren Criss dão concertos, Lea Michelle lançou um disco, até Damian McGinty conseguiu uma carreira na sua distante Irlanda graças à breve participação na série. Quanto ao cinema musical, Melissa Benoist foi a actriz mais importante (ainda que secundária) do oscarizado “Whiplash” e Kevin McHale ocupou o lugar de professor no colégio especializado em ensino musical que vimos em “Boychoir”. Ambos os papéis podiam ser desempenhados por pessoas sem formação musical - McHale ainda fala brevemente de ritmo, mas a personagem de Benoist não tem qualquer relação com música - qual o interesse por estes actores específicos? Sabem que são apelativos para o público de Glee, o público que talvez saiba apreciar música, o público que se quer a encher as salas. E essa escolha de casting nos dois títulos de ficção mais importantes do último ano em termos musicais, significa que a indústria está atenta. Aproveitemos enquanto nos chegam bons filmes e antes que comecem a entrar nos exageros das outras modas a que Hollywood nos acostumou. Por enquanto, foi um excelente trabalho.
Criar ficção nesta área é um pouco mais complicado. Os falsos compositores precisam de criar obra em condições e com um estilo uniforme (como “Coyote Ugly” que pediu músicas a LeAnn Rimes, ou a sorte que John Carney teve com Glen Hansard, Markéta Irglová e Gregg Alexander). O melhor é falar sobre quem ensina música existente. Desde “Music of the Heart” e “Dangerous Minds”, até “High Fidelity” e “School of Rock”...
Já devem ter uma boa ideia de como a música tem estado sempre presente. O que está a mudar é o público. Os musicais já não são a ovelha negra do cinema, ou algo que os avós gostam de ver. São algo moderno e apelativo para os jovens. E particularmente para os estúdios que podem vender o filme e a banda sonora. Se nos anos 80 era porque tinhamos “Fame”, hoje em dia é devido a “Smash” e especialmente “Glee”. Enquanto “Smash” foi buscar rostos conhecidos do cinema para que ajudassem a vender o seu novo produto, “Glee” foi buscar talentos aos palcos e ao seu concurso de talentos para que (en)cantassem. Tendo ambas as séries desaparecido longe dos seus tempos áureos, deve ser gratificante olhar para trás e ver o que nos deixaram.
“Smash” passou actores para várias outras séries. Na área musical, apenas duas actrizes (Megan Hilty e Anjelica Houston) que encontramos nas aventuras animadas de Sininho, Brian d'Arcy James em “Shrek the Musical” e duas actrizes que foram bailarinas não-creditadas em “Annie”. Nada que se apresente.
Já do lado de “Glee” foi o oposto. Amber Riley e Darren Criss dão concertos, Lea Michelle lançou um disco, até Damian McGinty conseguiu uma carreira na sua distante Irlanda graças à breve participação na série. Quanto ao cinema musical, Melissa Benoist foi a actriz mais importante (ainda que secundária) do oscarizado “Whiplash” e Kevin McHale ocupou o lugar de professor no colégio especializado em ensino musical que vimos em “Boychoir”. Ambos os papéis podiam ser desempenhados por pessoas sem formação musical - McHale ainda fala brevemente de ritmo, mas a personagem de Benoist não tem qualquer relação com música - qual o interesse por estes actores específicos? Sabem que são apelativos para o público de Glee, o público que talvez saiba apreciar música, o público que se quer a encher as salas. E essa escolha de casting nos dois títulos de ficção mais importantes do último ano em termos musicais, significa que a indústria está atenta. Aproveitemos enquanto nos chegam bons filmes e antes que comecem a entrar nos exageros das outras modas a que Hollywood nos acostumou. Por enquanto, foi um excelente trabalho.
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