3 de março de 2005

”Bubba Ho-Tep” por Nuno Reis


O fantástico não se farta de recuperar músicos de formas estranhas, depois de “Rock’n’Roll Frankenstein” achei que o Fantas não arriscaria nenhum filme que recuperasse músicos. Enganei-me e adorei estar enganado.
Tenho a certeza que milhares ou mesmo milhões de pessoas adorariam saber que Elvis está vivo mas não o imaginam velho. O problema é que agora Elvis sabe que está velho e quase se conforma com isso. “Bubba Ho-Tep” é uma excelente comédia introspectiva do Rei, a sua situação actual, o que poderia ter feito para a mudar, pergunta-se como estará a família. Tudo isto recorrendo a uma linguagem sem preconceitos e no interior de um lar da terceira idade onde morrem pessoas por razões que não a velhice. Entre os seus conhecidos do lar, estão formidáveis gags, feitos com base em JFK e Lone Ranger, dois outros ícones incontornáveis da cultura americana, real e imaginária.
Quando Elvis vê as pessoas à sua volta a morrer sente-se velho mas não perde a vontade de viver e quando é atacado por gigantescos escaravelhos (um momento incrível de cinema) apercebe-se que está em perigo. Guiado pelo presidente Kennedy, mais conhecido por Jack, descobre uns estranhos hieróglifos que revelam a presença de uma múmia egípcia entre eles. Essa criatura terrível alimenta-se das almas de pessoas, cabe a estes dois heróis do passado salvarem o futuro de quem se contenta com o dia de hoje.
Os mais improváveis heróis, um dos mais clássicos vilões e um campo de batalha totalmente inesperado, combinaram-se para formar um filme único na história do Fantas. Totalmente recomendado por todos que viram, uma verdadeira surpresa para quem for ver, não desilude quem quer ver uma comédia, quem quiser ver terror facilmente muda de ideias. É, até à data, a comédia do ano.

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