3 de março de 2005

”Ark” por Nuno Reis


A secção mais equilibrada do Fantasporto é sem dúvida a “Anima-te” porém entre filmes excelentes existe sempre uma ovelha negra e nesta secção já foi encontrado. Qual o problema por trás de “Ark”? O argumento não é novo: uma gigantesca e poderosa máquina, uma cidade em risco, dois povos que se gladiam até à morte, um comandante e sua filha inconformada com a sociedade em que vive, um rapaz que quer destruir essa mesma sociedade. O amor surgiria entre os jovens se não tivessem de se sacrificar pelo bem colectivo. Existe alguma ironia por a cidade ser moderna e por não conseguir mover a máquina que a suporta. O maior inimigo deles é uma lenda que diz que só a mulher que fez a máquina a pode mover e o facto de ela estar morta. Uma mistura de deuses e máquinas, ou devo dizer deuses-máquinas?
A animação não é de muita qualidade: os rostos não têm o mínimo de expressão, os cabelos foram feitos de forma a não se mexerem a maior parte do filme, os movimentos são exactamente aqueles que seriam feitos por actores reais. Pelo que vi o filme todo poderia ser feito em imagem real e só foi feito em animação para redução dos custos de produção e efeitos especiais. A nível visual não tem nada de extraordinário, aliás, até considero este filme um retrocesso na tecnologia de animação computorizada.
Resumindo, não vence pois não convence. O filme exibido no Grande Auditório (“Control”) era bem melhor.

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