20 de março de 2010

"Back to the Future: Part I" por Nuno Reis


Dr. Emmett Brown: The way I see it, if you're gonna build a time machine into a car, why not do it with some style?

Em 1984 Robert Zemeckis estava nas bocas do mundo. Apesar de estar no início da carreira, tinha feito filmes divertidos como "I Wanna Hold Your Hand" sobre fãs dos Beatles nos EUA, "Used Cars" satirizando a venda de carros usados, e o lendário "Romancing the Stone"/"Em Busca da Esmeralda Perdida", portanto, não era de admirar que Spielberg o quisesse ajudar a fazer um filme que fosse além de tudo isso. Um filme que quebrasse as barreiras tecnológicas. Um filme que desafiasse o contínuo do espaço-tempo. Já tinham sido feitos "E.T. the Extraterrestrial" e "The Twilight Zone", "The Ghostbusters" estava a sair. Era a explosão do género fantástico com uma nova geração: Joe Dante, Ivan Reitman e John Landis entre muitos outros. Spielberg tinha em mãos a produção do seu "The Color Purple" e de "The Goonies", mas juntou-lhe este para dominar por completo o ano de 1985. E o mundo nunca mais foi o mesmo.

Marty é um adolescente como todos os outros. Os estudos não lhe agradam e não gosta de cumprir regras. Prefere tocar guitarra e estar com a namorada, é compreensível. Entre as suas amizades tem o excentrico Doc Emmett Brown, um daqueles cientistas perdidos na fronteira entre a genialidade e a loucura. O mais recente projecto do Doc vai enviar Marty para o passado onde vai ter nas mãos o futuro de muitas vidas.

Desenrola-se em 1955, foi feito em 1985 e continua a ser um filme incontornável. A simplicidade é a maior arma. Apenas uns 30 efeitos especiais foram utilizados em todo o filme. Umas luzes, umas nuvens de fumo, rastos de fogo e está um clássico futurista feito. O paradoxo das viagens temporais é utilizado com muito humor. Marty acidentalmente interfere com o momento em que os pais se conheciam e vai ter de aldrabar o passado para garantir que eles se conhecem e apaixonam, para assegurar a própria existência.
Michael J. Fox tem o maior papel da carreira como Marty McFly. Controla o filme por completo, sendo sempre igual a ele mesmo. Aliás, todos os que entram neste filme têm aqui o maior papel da carreira. Está recheado de pérolas como os nomes importados do futuro (Calvin Klein, Darth Vader), os momentos em que inventa o skate e o rock, e um que se tornou referência para as sequelas: o carro carregado de estrume. As viagens no tempo podem não ser possíveis, podem não ser fáceis, mas vão começar a parecer bem mais divertidas.

As referências a filmes da FC são tantas que pode ser visto anos a fio sem que se descubra todas. As citações são imensas e aquela que encabeça o texto é uma entre muitas excelentes. Foi nomeado para Oscar pelo argumento, música e som, ironicamente venceu apenas pelos efeitos sonoros. Nos BAFTA (cinco nomeações), nos Golden Globes (quatro) e nos Grammy (melhor álbum) ficou-se pelas nomeações. No entanto o seu lugar na história ficou guardado. Seja em cinema ou em DVD, o DeLorean e o seu rasto de fogo ficarão para sempre associados às viagens de Marty McFly e do louco 'Doc' Brown.
Título Original: "Back to the Future" (EUA, 1985)
Realização: Robert Zemeckis
Argumento: Robert Zemeckis e Bob Gale
Intérpretes: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Crispin Glover, Thomas F. Wilson, Claudia Wells
Fotografia: Dean Cundey
Música: Alan Silvestri
Género: Acção, Aventura, Ficção-Científica
Duração: 116 min.
Sítio Oficial: http://www.bttf.com/

1 comentários:

Bruno Cunha disse...

Adorava ver estes filme em pequenino, lembro-me de ter comprado os três vhs numa pechincha para aí em 2000 ou 2001 e deliciava-me a ver!

Abraço
Cinema as my World