20 de março de 2010

Joaquin Phoenix, volta para o cinema




Há cantores que aspiram a ser actores, e há actores que preferiam ser cantores. É o caso de Joaquin Phoenix, expoente máximo de uma família destinada ao cinema.

Eram uma vez cinco filhos de um casal nómada que, querendo potenciar a criatividade, incentivaram os pequenos a serem artistas. Seguindo o exemplo do irmão mais velho, River, todos eles se tornaram actores. Nos primeiros tempos foi fácil, faziam anúncios variados (respeitando os seu ideais vegans), mas as mudanças e a idade acabaram por limitar um pouco a carreira. A carreira de Joaquin, na altura conhecido como Leaf, foi crescendo aos poucos com participações em diversas séries e nos filmes "SpaceCamp" (com Lea Thopson, Kate Capshaw e Kelly Preston) e "Russkies", este como actor principal. Finalmente, entrou em "Parenthood" de Ron Howard, ao lado de Steve Martin, Dianne Weist, um jovem Keanu Reeves e algumas outras estrelas de que tenho falado recentemente.
Depois chegou a tragédia... Na noite das bruxas de 1993 o irmão River tem uma overdose à porta de uma discoteca. Joaquin tinha acabado de fazer 19 anos e o irmão morre-lhe nos braços. O cinema deixou de ser uma prioridade para o jovem.

Após muita insistência por parte de todos os conhecidos voltou a procurar papéis. Cabia ao único rapaz honrar a memória do irmão em tempos nomeado para Oscar. O regresso ao cinema foi feito pela porta grande. Pela mão de Gus Van Sant - que tinha dirigido River por duas vezes - foi o actor principal de "To Die For". Se Nicole Kidman não fosse o filme de certeza que se lembrariam dele.


Não havia volta a dar. A indústria e a crítica viam em Joaquin (voltou ao nome oficial) o novo River. Foi fazendo espaçadamente filmes como "U Turn" de Oliver Stone e "8MM" de Joel Schumacher. Até que se apresenta ao mundo num blockbuster de Ridley Scott. Phoenix foi o escolhido para fazer de Imperador Commodus em "The Gladiator" ao lado da estrela ascendente que dava pelo nome de Russell Crowe. Foi um dos nomeados para 12 Oscares a que o filme concorria.


Nesse ano também filmou "Quills" de Philip Kaufman, que tinha escrito um papel para o irmão na saga Indiana Jones, e "The Yeards" de James Gray que reencontrará mais tarde.

Quase tudo o que fez a partir daí foi mediático. Trabalho não faltava, mas ainda não tinha o destaque necessário.


"Buffalo Soldiers"


"Signs"


"It's All About Love"


transforma-se num urso na animação "Brother Bear"


"The Village"


"Hotel Rwanda"


"Ladder 49"


E então chegou a oportunidade de uma vida. Foi convidado para fazer do lendário Johnny Cash em "Walk the Line" tendo conquistado o Golden Globe de melhor actor num dos grandes filmes da década. Curioso que, tal como Joaquin, Johnny tem a vida toda marcada pela perda do irmão.

Tanto Phoenix como Reese Witherspoon fizeram toda a parte musical sem ajuda. A banda sonora ainda hoje em dia toca no meu carro.

Na mesma altura realizou um videoclip para os Ringside com uma enorme quantidade de celebridades na plateia.


Desde então tem feito coisas piores. "We Own the Night", "Reservation Road" e "Two Lovers", sendo que apenas o segundo não é do velho conhecido James Gray.

Depois deste último anunciou pela segunda vez um retiro permanente da sétima arte, mas esperemos que não demore a voltar. Ainda há muitos papéis que precisam de alguém como ele e no mundo da música... digamos que não sentirão falta.

3 comentários:

Bruno Cunha disse...

Eu pensava que anunciavas o seu regresso!
Eu adoro este actor e é pena que tenha trocado o Cinema pela música quando podias fazer os dois!
Jamie Foxx devia seguir o mesmo exemplo e dedicar-se só à música ou nem a isso...

Abraço
Cinema as my World

Nuno disse...

É um apelo. Depois de o ouvir como Cash não consigo perceber como pode ser tão mau cantor.

Francisco disse...

Uma vírgula faz toda a diferença, damn it. Também pensava que ele estava de regresso. É uma pena não estar, até porque o último que colocaste é no mínimo deprimente. Espero que não tenha sucesso e reconsidere a sua decisão. Um grande actor!