“La Vita è Bella” foi o filme que lançou Benigni para o estrelato. O drama de um pai que consegue manter o filho vivo e feliz num campo de concentração foi um daqueles filmes que marcou a sua época (final dos anos 90), relançou a confiança mundial no cinema europeu e é na minha opinião um dos melhores filmes de sempre.
Frase como “Mille punti!” ou “Buon giorno, Principessa!” são inesquecíveis e Benigni será para sempre recordado por isso. Nos anos que se seguiram com “Pinocchio” e participações no filme “Astérix et Obélix Contre César” caiu na vulgaridade, esta era a última oportunidade de relançar a carreira. E aqui Benigni, com o seu tradicional ar cómico e as diversas desaventuras que atravessa, torna-se um Chaplin dos nossos tempos.
Em “La Tigre e La Neve” repete a receita vencedora da obra-prima: um homem invulgar, divertido, indiferente ao perigo e muito apaixonado, totalmente fascinado por uma mulher, vê-se separado dela pela guerra. Quando a sabe ferida nos confins do mundo, a sua dedicação irá levá-lo até lá e o Amor irá realizar todos os milagres necessários para a salvar.
Desde a primeira cena, em que um estranho casamento é interrompido, o espectador é confrontado com a possibilidade de o filme não seguir os padrões habituais. Quem não viu “La Vita è Bella” adorará este filme, quem viu irá pensar que é o mesmo. Benigni não pode ser criticado por ter repetido o seu único êxito, se o primeiro foi um filme do agrado de todos, este também o poderia ser. Numa época em que os efeitos especiais são o actor principal, o regresso às simples estórias de amor deve ser aplaudido.
Título Original: "La Tigre e la Neve" (Itália, 2005) Realização: Roberto Benigni Intérpretes: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Jean Reno, Tom Waits Argumento: Roberto Benigni e Vincenzo Cerami Fotografia: Fabio Cianchetti Música: Nicola Piovani e Tom Waits e Kathleen Brennan com a canção "You Can Never Hold Back Spring" Género: Comédia/Drama/Guerra/Romance Duração: 114 min. Sítio Oficial: http://www.letigreetlaneige-lefilm.com/ |
2 comentários:
Julgo que não vou esquecer três coisas neste filme: 1) a primeira cena é pura genialidade; 2) a presença de Tom Waits é uma indubitável grande mais-valia; 3) a justificação e o tratamento da poesia são brilhantes.
Enviar um comentário