O mundo seria bem mais compreensível se tudo fosse binário. Esquerda e direita, preto e branco ou dentro e fora são conceitos simples do dia-a-dia a que ninguém dá o devido valor. Quando se trata de pessoas, a simplicidade é impossível. quando passa para grupos ainda pior, e nações então nem vale o esforço de tentar compreender. A guerra normalmente é entre os bons e os maus, tal como num conto infantil. Essa divisão na realidade é apenas entre vencedores e vencidos. Quem ganha tinha a razão do seu lado, quem perdeu estava condenado a isso. Na verdade sabemos que não é exactamente assim, como se vai vendo nas constantes trocas de facção.
O cinema tem por objectivo entreter. O Cinema tem por objectivo cultivar. Quando se pretende falar dos feitos heróicos de uma nação através de um filme pode-se ser parcial (lembrem-se do que disse a propósito de "Casablanca"). Quando se quer falar do conflito a forma mais justa é do exterior tal como organizações médicas e jornalistas fazem, cumprindo uma missão mais importante do que a conquista de território ou ideiais. O cinema por vezes devia fazer o mesmo e evitar ser ferramenta de propaganda ou tomar partido.
Mostrar os dois lados não é fácil, especialmente quando um dos lados é americano. A indústria tende a ser facciosa e apoiar quem a financia, sejam produtores ou espectadores. Era preciso alguém superior a isso. Alguém de talento inquestionável e que ninguém ousasse contrariar. Se há um homem assim o seu nome é Eastwood, Clint Eastwood.
Sessenta anos depois do fim da guerra era seguro olhar para trás. Já todos os países tinham lidado com os seus fantasmas e poderiam rever o que se passou. Eastwood fez então esta magnífica obra, cada uma do ponto de vista de uns derrotados. Primeiro os americanos que se gabam com uma mentira. Depois os japoneses condenados a uma morte honrosa.
Na primeira parte conta como a vitória foi falsificada. Retira o mérito ao poderoso exército e mostra os homens que vivem com o peso da mentira. Uma perspectiva humana que não é habitual. Na segunda parte mostra o lado que não estamos acostumados a ver. Os japoneses estão destinados a perder um território, mas estão dispostos a lutar até ao último homem e morrer para tentar evitá-lo. E sim, falam em japonês.
Esqueçam as sequelas. Estes são filmes que se complementam. Tão diferentes, mas tão iguais. Dois magníficos filmes que no fundo são apenas um.
As críticas aos filmes separados já foi publicada há uns aninhos neste blog.
Letters From Iwo Jima
Flags Of Our Fathers
O cinema tem por objectivo entreter. O Cinema tem por objectivo cultivar. Quando se pretende falar dos feitos heróicos de uma nação através de um filme pode-se ser parcial (lembrem-se do que disse a propósito de "Casablanca"). Quando se quer falar do conflito a forma mais justa é do exterior tal como organizações médicas e jornalistas fazem, cumprindo uma missão mais importante do que a conquista de território ou ideiais. O cinema por vezes devia fazer o mesmo e evitar ser ferramenta de propaganda ou tomar partido.
Mostrar os dois lados não é fácil, especialmente quando um dos lados é americano. A indústria tende a ser facciosa e apoiar quem a financia, sejam produtores ou espectadores. Era preciso alguém superior a isso. Alguém de talento inquestionável e que ninguém ousasse contrariar. Se há um homem assim o seu nome é Eastwood, Clint Eastwood.
Sessenta anos depois do fim da guerra era seguro olhar para trás. Já todos os países tinham lidado com os seus fantasmas e poderiam rever o que se passou. Eastwood fez então esta magnífica obra, cada uma do ponto de vista de uns derrotados. Primeiro os americanos que se gabam com uma mentira. Depois os japoneses condenados a uma morte honrosa.
Na primeira parte conta como a vitória foi falsificada. Retira o mérito ao poderoso exército e mostra os homens que vivem com o peso da mentira. Uma perspectiva humana que não é habitual. Na segunda parte mostra o lado que não estamos acostumados a ver. Os japoneses estão destinados a perder um território, mas estão dispostos a lutar até ao último homem e morrer para tentar evitá-lo. E sim, falam em japonês.
Esqueçam as sequelas. Estes são filmes que se complementam. Tão diferentes, mas tão iguais. Dois magníficos filmes que no fundo são apenas um.
As críticas aos filmes separados já foi publicada há uns aninhos neste blog.
Letters From Iwo Jima
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