24 de dezembro de 2011

O Fado e o Oscar


É em momentos de crise que se descobre a verdadeira fibra de um povo. Enquanto o mundo aguarda a queda do outrora mais poderoso império mundial, Portugal começa a redescobrir-se por entre as cinzas, antecipando aquele Quinto Império tão querido ao sentimento sebastianista que nos faz acreditar que melhores tempos virão.

Enquanto muitos se entretêm com o descalabro financeiro e com mal que estamos, poucos páram para reflectir sobre o momento que atravessamos. Nos últimos meses tivemos o Fado reconhecido como Património Imaterial da Humanidade, tivemos a cidade do Porto e o seu fantástico festival como um dos cinco destinos de eleição e atravessamos um período de tão mau cinema que entre "O Estranho Caso de Angélica", "Mistérios de Lisboa" e "José e Pilar" (para não falar de curtas) o nosso cinema continua a vencer prémios e a figurar em tops como nunca se achou possível.

O ponto máximo foi a pré-nomeação de um fado de "José e Pilar" para Oscar. Depois de o filme ser excluído da corrida para melhor documental e estando os prémios para "Mistérios" a fazer pressão contra o lobby (aka Tiago Ramos) que lhe deu a nomeação como filme português, esta quase-nomeação vem dar novos argumentos àqueles que o apoiam. Ouçamos a música e sonhemos com uma dupla nomeação ou mesmo vitória naquele que será conhecido como o ano em que o rumo do cinema português mudou.


O que conseguirá "Sangue do Meu Sangue" para o ano?

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