A Cinemateca está a aprimorar a arte de fazer muito com pouco. Mesmo sem condições financeiras e políticas para oferecer os ciclos, faz muito mais do que seria possível. Ao contrário da RTP2 que tem dinheiro e obrigação de fazer ciclos temáticos e decidiu deixar de os fazer por "birra".
Mas falemos da Cinemateca, cujo programa tem o seguinte texto introdutório/editorial (politicamente malandro, a não seguir a AO).
Programa de Junho.
Mas falemos da Cinemateca, cujo programa tem o seguinte texto introdutório/editorial (politicamente malandro, a não seguir a AO).
Em Junho, a programação da Cinemateca continua a seguir um modelo ditado pelas circunstâncias do presente. Como já lembrámos no mês passado, historicamente, por natureza e essência, a programação desta Cinemateca – das cinematecas do mundo inteiro – segue uma lógica de Ciclos e retrospetivas, de autor, temáticas, por cinematografias, encarando o Cinema e a sua História, os diálogos e as rimas por eles sugeridos, em programas organizados em regra mensalmente e combinando apostas de maior ambição com rubricas regulares de programação. Assim pautada, uma programação deste tipo pretende ir construindo uma história cujo sentido e dimensão existem tanto no plano do conjunto de cada uma das iniciativas como no do desenho mais abrangente que a cada mês se sugere. É isto que distingue a programação de uma Cinemateca do de uma simples “sala de reprise”.
A realidade actual obriga-nos a mudar a regra: sem condições para continuar a cumprir o padrão desejável, a programação da Cinemateca assume uma mudança de rumo, sem prescindir de propor as suas sessões – cinco por dia, seis dias por semana. Junho de 2013 será, portanto, e outra vez, um mês “de sessões” – cuja variedade e desejo de riqueza “apesar de tudo” ficam expressos nas muitas notas que se seguem, incluído algumas insistências e recorrências temáticas que deixamos aos espectadores o prazer de descobrir através dos títulos e dos textos incluídos neste programa.
A principal excepção a esta regra surge numa pequena retrospetiva da obra de Jiri Trnka, possível graças ao apoio da nossa confrade checa (o Narodny Filmovy Archiv) e da Embaixada da República Checa em Portugal.
E não deixamos, também, de continuar a colaborar com cineastas e produtores portugueses, bem como com outras entidades, para as tradicionais “antestreias” e outras sessões de carácter especial.
Programa de Junho.
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