While there’s Life, there’s hope.
O lema da revista Life além de ser muito simples é bem verdadeiro pois desde cedo se tornou uma referência imperdível e inimitável. A sua ideologia era que as imagens não precisavam de palavras a acompanhar e portanto poupavam no texto e abusavam nas imagens - desenhadas ou fotografadas por alguns dos maiores artistas da época - e o seu período dourado prolongou-se por mais de um século. Mesmo tendo fechado portas, o seu acervo tem continuado a fazer história e no que ao século XX diz respeito, ainda é o maior banco de imagens.
Este filme de Anton Corbijn, um fotógrafo, pode parecer ser sobre James Dean. Não é. Pode parecer ser sobre Dennis Stock. Não é. Pode então ser sobre a revista Life? Também não. É sobre a outra life, a que traduzimos como vida. É sobre a vida de James Dean, a de Dennis Stock, a das suas famílias, a vida nos anos 50, e, muito levemente, sobre a revista.
Tudo começa com Dennis Stock, um fotógrafo que vai a uma festa do grande Nicholas Ray. Perdido num meio que não é o seu, encontra um jovem também meio desenquadrado, Jimmy. Acha-o diferente, enigmático e fotogénico. Ao ouvir que Jimmy é actor e entrou num filme de Elia Kazan, decide que o vai fotografar e que a Life teria interesse na peça. Só que enquanto Stock é um fotógrafo experiente à procura da sua oportunidade de singrar, Jimmy, apenas dois anos mais novo, não quer a fama, as obrigações ou as responsabilidades. Só quer saber de actuar. Dois artistas com forte personalidade e que não se adaptam à sua era, terão de trabalhar juntos para se tornarem imortais.
Sem spoilar quem não conhecer a história de Dean, Stock vai consegui tirar as suas fotos. Vai apanhar um momento chave da vida de James Dean - as semanas antes de o mundo o descobrir em "East of Eden" – e vai conhecer a vida do actor como poucos. Vai conviver com muitas outras futuras estrelas, mas foi Jimmy quem o marcou.
Neste elenco fabuloso Robert Pattinson como Dennis consegue ser digno do substantivo protagonista que tantas vezes recebeu sem merecer, ofuscando Dane DeHaan que tenta dar vida ao rebelde sem causa. Entre os secundários o destaque óbvio vai para a deslumbrante Alessandra Mastronardi que interpreta Pier Angeli e é tão bela como ela. Uma nota ainda para Ben Kingsley como uma espécie de vilão de serviço, o homem de negócios que está a matar a magia do Cinema e quer tornar Dean num Cagney ou Bogart. Quanto ao filme em si, desilude. É um belíssimo exercício visual que honra a arte da fotografia, mas nada mais do que isso. Falha ao mostrar o lado humano, desvaloriza a Life tal como ela desvalorizou Dean (se bem que graças a Stock foi a primeira a conseguir capturar o ícone sem movimento), mantém a história em terreno seguro e apenas insinua tudo o que aconteceu.
Depois de "Control", esperávamos que Corbijn já dominasse a arte do biopic, mas deixou-se levar pela magia da Hollywood e da New York dos anos 50 e, divivido entre as duas personagens, permitiu ao actor mais experiente desequilibrar para si uma história que tinha de ser balanceada com tacto. Merece uma espreitadela se reconhecerem os nomes da época. Quanto a louvores à Life, será melhor reverem Walter Mitty.
O lema da revista Life além de ser muito simples é bem verdadeiro pois desde cedo se tornou uma referência imperdível e inimitável. A sua ideologia era que as imagens não precisavam de palavras a acompanhar e portanto poupavam no texto e abusavam nas imagens - desenhadas ou fotografadas por alguns dos maiores artistas da época - e o seu período dourado prolongou-se por mais de um século. Mesmo tendo fechado portas, o seu acervo tem continuado a fazer história e no que ao século XX diz respeito, ainda é o maior banco de imagens.
Tudo começa com Dennis Stock, um fotógrafo que vai a uma festa do grande Nicholas Ray. Perdido num meio que não é o seu, encontra um jovem também meio desenquadrado, Jimmy. Acha-o diferente, enigmático e fotogénico. Ao ouvir que Jimmy é actor e entrou num filme de Elia Kazan, decide que o vai fotografar e que a Life teria interesse na peça. Só que enquanto Stock é um fotógrafo experiente à procura da sua oportunidade de singrar, Jimmy, apenas dois anos mais novo, não quer a fama, as obrigações ou as responsabilidades. Só quer saber de actuar. Dois artistas com forte personalidade e que não se adaptam à sua era, terão de trabalhar juntos para se tornarem imortais.
Neste elenco fabuloso Robert Pattinson como Dennis consegue ser digno do substantivo protagonista que tantas vezes recebeu sem merecer, ofuscando Dane DeHaan que tenta dar vida ao rebelde sem causa. Entre os secundários o destaque óbvio vai para a deslumbrante Alessandra Mastronardi que interpreta Pier Angeli e é tão bela como ela. Uma nota ainda para Ben Kingsley como uma espécie de vilão de serviço, o homem de negócios que está a matar a magia do Cinema e quer tornar Dean num Cagney ou Bogart. Quanto ao filme em si, desilude. É um belíssimo exercício visual que honra a arte da fotografia, mas nada mais do que isso. Falha ao mostrar o lado humano, desvaloriza a Life tal como ela desvalorizou Dean (se bem que graças a Stock foi a primeira a conseguir capturar o ícone sem movimento), mantém a história em terreno seguro e apenas insinua tudo o que aconteceu.
Título Original: "Life" (Canadá, Alemanha, Austrália, EUA, 2015) Realização: Anton Corbijn Argumento: Luke Davies Intérpretes: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Alessandra Mastronardi, Ben Kingsley, Música: Owen Pallett Fotografia: Charlotte Bruus Christensen Género: Biografia, Drama, Histórico Duração: 111 min. Sítio Nâo-Oficial: http://lifethefilm.com |
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