Há vidas que davam filmes. Biopics como "Walk the Line" ou "Evita" são dois marcos de abordagens distintas do género. Desiludam-se todavia os que pensam que em “Life” estamos perante um biopic sobre James Dean. De facto este é um filme sobre um fotógrafo freelancer da Life que coincide um período da sua vida com James Dean, um rebelde à procura de uma causa. Anton Corbjin já tinha abordado o biopic em "Control" não renega as suas origens de fotógrafo e nesse sentido "Life" é um exercício de estilo sobre fotografia. Resistindo à tentação de nos dar uma imagem de Dean mais convencional, percorre pedaços de vida do actor, ainda que a centragem do filme recaia sobre Dennis Stock. Não por acaso a Life era a Bíblia das revistas e quem teve a felicidade de folhear algum número da revista, reconhece o seu conceito de que a melhor maneira de contar histórias não era por palavras, era sobretudo por imagens.
A personagem Dean surge-nos retratada como insegura, inconstante, imatura, incapaz de lidar com sucesso com a sua fama precoce e a pressão omnipresente dos estúdios. Dane DeHaan por vezes exagera na representação que o aproxima perigosamente da caricatura de James Dean. O fotógrafo Dennis Stock aproxima-se perigosamente do cliché do autor em busca do seu scoop, um paparazzi avant la lettre, ele próprio em conflito com o seu mundo. Curiosamente "Life" passa discretamente sobre as personagens femininas, mesmo a belíssima Pier Angeli (interpretada por Alessandra Mastronardi) e por uma ainda mais discreta referência a Natalie Wood. Reconheça-se a inegável qualidade estética da fotografia o que não faz esquecer que o guião se perde num labirinto de pistas, deixando-as penduradas sem resolução. A figura de Jack Warner é demasiado estereotipada e caricatural, as passadeiras vermelhas das estreias são pouco aprofundadas, as mudanças de cenário entre Nova Iorque, Indiana e Los Angeles não permitem desenvolver a estrutura dramática da narrativa e os dramas pessoas e familiares dos dois centros do enredo não têm tempo cinematográfico para dar consistência às personagens.
Filme interessante sobre um dos temas caros à nostalgia cinéfila, mas que sabe a pouco.
A personagem Dean surge-nos retratada como insegura, inconstante, imatura, incapaz de lidar com sucesso com a sua fama precoce e a pressão omnipresente dos estúdios. Dane DeHaan por vezes exagera na representação que o aproxima perigosamente da caricatura de James Dean. O fotógrafo Dennis Stock aproxima-se perigosamente do cliché do autor em busca do seu scoop, um paparazzi avant la lettre, ele próprio em conflito com o seu mundo. Curiosamente "Life" passa discretamente sobre as personagens femininas, mesmo a belíssima Pier Angeli (interpretada por Alessandra Mastronardi) e por uma ainda mais discreta referência a Natalie Wood. Reconheça-se a inegável qualidade estética da fotografia o que não faz esquecer que o guião se perde num labirinto de pistas, deixando-as penduradas sem resolução. A figura de Jack Warner é demasiado estereotipada e caricatural, as passadeiras vermelhas das estreias são pouco aprofundadas, as mudanças de cenário entre Nova Iorque, Indiana e Los Angeles não permitem desenvolver a estrutura dramática da narrativa e os dramas pessoas e familiares dos dois centros do enredo não têm tempo cinematográfico para dar consistência às personagens.
Filme interessante sobre um dos temas caros à nostalgia cinéfila, mas que sabe a pouco.
Título Original: "Life" (Canadá, Alemanha, Austrália, EUA, 2015) Realização: Anton Corbijn Argumento: Luke Davies Intérpretes: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Alessandra Mastronardi, Ben Kingsley, Música: Owen Pallett Fotografia: Charlotte Bruus Christensen Género: Biografia, Drama, Histórico Duração: 111 min. Sítio Oficial: http://lifethefilm.com |
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