12 de fevereiro de 2004

"Scary Movie 3" por Nuno Reis



Do realizador de "Airplane!" e "The Naked Gun" chega finalmente aos ecrans (a Portugal com três meses e meio de atraso) a terceira parte da trilogia (por pouco tempo) "Scary Movie". Enquanto que os dois primeiros eram uma mostra do talento cómico dos irmãos Wayans (actores, argumentistas e realizador do filme) e satirizavam os filmes para adolescentes, este é um pouco mais adulto e satiriza "Signs", "8 Mile", "The Ring", "Matrix" (episódios 1 e 2) e cenas breves que se tornaram inesquecíveis em "The Others" e "The Texas Chain Saw Massacre" e "Bruce Almighty" para indicar os filmes mais célebres.
O filme desenrola-se de forma engraçada, com um argumento híbrido de "Signs" e "The Ring", com um excerto de "Matrix Reloaded", escrito pelos autores de "Rocket Man", dos "Police Academy" 1, 2, 4, 5 e 6, dos três "Naked Gun", e de "Mr. Magoo".
A aventura desenrola-se em torno de uma jornalista (a nosso velha conhecida Cindy Campbell) que desconfia que algo de misterioso se passa quando a plantação de um ex-padre (perdeu a fé quando a mulher foi cortada a meio por um carro) de seu nome Tom fica com um estranho padrão. A partir daí ela e o seu sobrinho vidente, aliados a George, o irmão frustrado de Tom, vão tentar combater a maldição dos sete dias causada por uma maléfica cassete de vídeo.
O filme tem algumas das melhores interpretações cómicas de Charlie Sheen (como Tom) e de Simon Rex (como George), Anna Faris é mais uma vez uma Cindy Campbell extraordinariamente convincente. Leslie Nielsen dá o seu toque pessoal e os amigos musicais de George são hilariantes.
Alguns gags como as pancadas de cabeça são levados ao extremo mas é possível ver o filme mais de uma vez sem que percam a piada. A segunda metade, onde Leslie Nielsen é mais frequente, é inesquecível. Mesmo as cenas que teoricamente seriam menos cómicas como a conversa com o Arquitecto têm uns detalhes que as tornam memorável.
Em termos de comédia é um ponto de referência, no segundo filme os minutos introdutórios eram uma obra de arte e neste passa-se exactamente o contrário, se fossem retirados o filme só ficava a ganhar. A realização é uma cópia aproximada dos filmes que inspiraram este clássico do cinema cómico, tanto para o melhor como para o pior. Quem viu os outros dois tem de gostar deste, agora resta esperar pelo quarto, especialmente dedicado aos super-heróis ("Hulk", "Daredevil", "X-Men", é só escolher).

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