Mais uma quinta-feira, mais sete estreias. Um dos filmes mais atractivos é sem dúvida este "Runaway Jury" que nos traz artistas consagrados como Gene Hackman, Dustin Hoffman e John Cusack e talentos recentes como Rachael Weisz (só se estreou nos cinemas em 1995). A história centra-se no júri de um importante caso de uma viúva contra um empresa de armamento que vende armas perfeitas para criminosos. Nesse júri está um homem (John Cusack) que discretamente manipula e controla os seus colegas, ele trabalha com uma cúmplice (Rachel Weisz) que pretende vender a decisão do júri ao lado que der mais. | |
Enquanto que na defesa temos Durwood Cable (Bruce Davison que interpretou o Senador Robert Kelly nos filmes "X-Men") que usa o auxílio de um homem contratado pelos fabricantes para manipular a decisão do júri a seu favor, Rankin Fitch (Gene Hackman), na acusação o advogado é Wendell Rohr (Dustin Hoffman) que aceita a ajuda de um jovem especialista em júris manipulados (Jeremy Piven, esteve recentemente em "Black Hawk Down", "Old School" e para a semana em "Scary Movie 3") apesar de ignorar os seus conselhos. | |
A nível de argumento o filme é uma fiel adaptação do livro de John Grisham, exceptuando o facto de a empresa acusada passar do ramo do tabaco para o armamento. Para os mais esquecidos Grisham é o autor dos livros que inspiraram grandes filmes como "The Firm" (com Gene Hackman e Tom Cruise), "The Pelican Brief" (com Julia Roberts e Denzel Washington), "The Client" (com Susan Sarandon e Tommy Lee Jones), "The Chamber" (mais uma vez Gene Hackman e Chris O'Donnell), "A Time to Kill" (com Kevin Spacey, Samuel Jackson, Sandra Bullock, Matthew McConaughey e ambos os Sutherland) e ainda "The Rainmaker" com Danny De Vito, Matt Damon, Jon Voight e Claire Danes. A realização de Gary Fleder ("Things to Do in Denver When You're Dead", "Don't Say a Word" e "Impostor") não desilude e apesar de em alguns momentos a câmara estar demasiado movimentada ou o enquadramento não ser o melhor no aspecto técnico não há nada a apontar. | |
A nível de interpretação Hoffman está bastante discreto, também o papel que lhe deram não permitia maravilhas. Cusack e Weisz formam uma boa dupla, o lado amoroso da relação é um pouco abandonado pois raramente se encontram mas funcionam bem como cúmplices distantes, ambos estão em papéis difíceis mas movimentam-se com bastante suavidade e ver as cenas do filme com qualquer um deles é bastante agradável. Quanto a Gene Hackman o melhor que se pode dizer é que tem jeito para as histórias de Grisham, já é o terceiro, neste filme consegue arrebatar as cenas e é isso que salva o filme da vulgaridade. | |
O confronto entre as duas formas de moldar o júri é bastante bom, de um lado temos Rohr que inicialmente prefere utilizar os métodos legais e sofre as consequências de ser honesto, do outro temos um advogado que sabe que tem o jogo controlado. Mas a pessoa que controla o jogo não é o homem que trabalha para ele por 20 milhões mas sim um homem que apenas pede 10 e que não pode ser influenciado pois está isolado do mundo exterior e não tem passado para que o possam chantagear. A acção é reduzida mas a emoção é forte. Mesmo até ao final o suspense mantém-se, a decisão que mudará a América irá pender para o lado que pagar mais. Quem será? Talvez os habitantes de uma pequena cidade sejam os que mais lucram com a decisão, talvez sejam os manipuladores a precisar de ter cuidado com o seu passado. Vale a pena ver o filme, para ver o final. |
5 de fevereiro de 2004
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