Estes filmes são basicamente one man show de Michael J. Fox pelo que este último artigo lhe será totalmente dedicado.
Michael J. Fox era um jovem com o sonho de ser actor. Partiu para a terra onde os sonhos se tornam realidade e viveu na miséria, alimentando-se de macarrão com queijo. Até que um dia a sorte lhe bateu com muita força. Matthew Broderick recusou um contrato de longa duração com uma série e portanto o papel de Alex Keaton pra uma série chamada "Family Ties" estava vago. No casting pediram a Michael o número de telefone. Como não tinha um - não tinha quase nada, até a mobília já tinha vendido - deu o número de uma cabine e informou-os do horário em que estaria em "casa". Acampou junto ao telefone até que recebeu uma chamada. "Mr Fox, o papel é seu se o quiser".
Estamos a meio dos anos 80. A série do momento é, como sempre, "Family Ties". Com a gravidez de Meredith Baxter a trazer um novo rebento para a família mais adorada da televisão, Michael J. Fox tornou-se a estrela que segurava o espectáculo. Spielberg convidou-o e Zemeckis convidou-o, mas estava proibido pelos estúdios de tirar um minuto que fosse à série pelo que, após a recusa de Ralph Macchio, Eric Stolz ficou com o papel principal em "Back to the Future". Ao fim de uns dias desistiram e Fox ficou com outro dos papéis que lhe deram um lugar no Olimpo. A condição da série foi cumprida: para não incomodar a série as filmagens foram todas feitas à noite e o actor dormia com sorte duas horas por dia. As filmagens diurnas foram feitas exclusivamente ao fim-de-semana.
Depois desta aventura não teve problemas em fazer "Teen Wolf", nem em levar a série para a Europa, nem em fazer um dos meus favoritos: "The Secret of My Succe$s". Só retornou à saga intemporal quando a série terminou. Os dois filmes seguintes ajudaram a solidificar o mito e criaram um legado.
Nos anos 90 voltou a trabalhar numa produção de Zemeckis. Chamava-se "The Frighteners" e era realizada por um neozelandês acabado de chegar aos EUA de nome Peter Jackson. Trabalhou com Tim Burton em "Mars Attacks!" e deu a voz a "Stuart Little" e a "Atlantis: The Lost Empire". Entretanto entrou numa nova série onde era o assistente do Mayor de Nova Iorque, "Spin City", que abandonou quando não conseguia disfarçar mais a Doença de Parkinson. Se repararem com atenção, passa uma temporada quase sempre com a mão no bolso.
Tem feito pequenos papéis em diversas séries, mas prefere aproveitar a vida e trabalhar apenas por gozo, não por obrigação.
Resta-me agradecer-lhe. Pela coragem, pela persistência, por lutar por aquilo em que acredita sem nunca desistir. Por tudo o que fez desafiando a lógica, as probabilidades e a doença tornando-se um exemplo para todos nós. Por fazer parte de marcos incontornáveis da minha infância e juventude. É um herói como raramente temos a oportunidade de conhecer.
NOTA: Um coisa que talvez não saibam é que o jovem herói americano é canadiano. O que mais tem feito ultimamente é apoiar a sua pátria, seja como destino turístico ou como equipa.
No hóquei bastou isso para os levar à vitória olímpica. Imagino igual sorte no turismo porque se ele recomenda, tem de ser um paraíso.
2 comentários:
Adorei este artigo! Ele é um dos meus actores favoritos from all times ;) E já vou procurar alguns filmes dele que se refere aqui e que ainda não vi. Só tenho a agradecer aos outros actores que recusaram os papeis que fizeram dele um ícone! É sem dúvida um exemplo a seguir!
Michael J.Fox tinha um futuro mais que promissor no cinema se não tivesse sido rompido pela doença! Ninguém merece e o cinema é que merecia muito menos!
Abraço
Cinema as my World
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