Stan Lee é um mestre na arte de criar seres fantásticos e tanto os coloca na nossa cidade como em mundos para além da imaginação do comum dos mortais. O golpe de génio com que tornou a editora Marvel no negócio mais rentável que alguém poderia imaginar foi o Quarteto Fantástico. Quarenta anos depois desse nascimento o Quarteto passou para cinema e já vai no segundo filme. Infelizmente não tiveram a mesma sorte dos outros heróis. O merchandising é incomparavelmente menor, e tudo no filme é de qualidade inferior. Nesta sequela os super-heróis/celebridades vão enfrentar uma ameaça cósmica. Um alienígena vindo do espaço está a afectar todos os aparelhos electrónicos e a criar enormes crateras um pouco por todo o mundo. O que faz o quarteto entretanto? Reed e Sue organizam o seu casamento pela quinta vez, Ben está extasiado pelo amor de Alicia e Johnny pelo dinheiro que o Quarteto ainda pode conseguir de patrocinadores.
Como no filme anterior as representações são de fugir, os actores estão apenas a passar o tempo, não fazem expressões credíveis e utilizam diálogos miseráveis que não honram em nada o mito criado na BD. Todos os departamentos tentam mostrar mais serviço: nos efeitos especiais trocando os poderes das personagens, no argumento fazendo mais humor e no guarda-roupa voltando a insinuar nudez em Jessica Alba.
Dou os parabéns aos argumentistas pelo ridículo em que caíram. O doutor Richards tem um momento genial em que diz "sou das mentes mais notáveis do século e vou casar com a mulher mais sexy do planeta". Este momento sexista à boa moda de "A Bela e o Mestre", combinado com uma dedicação total da personagem feminina principal ao casamento, apaga totalmente a imagem que Sue criou no primeiro filme como cientista de renome mundial. O drama humano de salvar o mundo sem direito a anonimato, aquilo que mais distingue o Quarteto dos outros heróis, é reduzido a um ridículo "estou cansado, e se nos reformássemos?" Além dessas falhas todos os dados científicos são atirados para longe, ou porque podia confundir as crianças, ou porque não sabem explicar nada do que se passa.
Se continuarem a trazer um inimigo/aliado de cada vez, a série ainda pode durar mais uns anos. Convém é que seja depressa pois, apesar de ser fã da equipa (destes originais e de muitos dos outros), a paciência tem limites. Aproximam-se novos tempos e a Marvel já divulga comics na net. Falta chegar a um outro público: os espectadores televisivos. A média de filmes Marvel por ano está sempre entre três e quatro. Em 2008 vão lançar seis filmes, em 2009 mais oito. Quem vai ver mais catorze filmes de heróis? Em cinema cada espectador vai ver um ou outro herói com que simpatiza, mas no Universo Marvel é muito frequente as histórias cruzarem-se e apenas vendo tudo se pode compreender.
Sugiro à Marvel que escolha depressa os actores para todas as suas personagens-chave, que decida um máximo de meia dúzia de histórias a passar para filme e que invista numa série televisiva de super-heróis onde utilizem apenas o que já foi feito em papel. Da mesma forma que teriam as personagens dos blockbusters actuais - estrelas em séries anteriores de animação - teriam vários outros mais económicos. É óbvio que para eles o dinheiro é problema, para o público seria mais deslumbrante, e com toda a publicidade as vendas dos comics e DVDs também disparariam. Além disso seria uma forma de finalmente se ver alguns grandes heróis que não são suficientemente lucrativos para terem direito a filme.
Como no filme anterior as representações são de fugir, os actores estão apenas a passar o tempo, não fazem expressões credíveis e utilizam diálogos miseráveis que não honram em nada o mito criado na BD. Todos os departamentos tentam mostrar mais serviço: nos efeitos especiais trocando os poderes das personagens, no argumento fazendo mais humor e no guarda-roupa voltando a insinuar nudez em Jessica Alba.
Dou os parabéns aos argumentistas pelo ridículo em que caíram. O doutor Richards tem um momento genial em que diz "sou das mentes mais notáveis do século e vou casar com a mulher mais sexy do planeta". Este momento sexista à boa moda de "A Bela e o Mestre", combinado com uma dedicação total da personagem feminina principal ao casamento, apaga totalmente a imagem que Sue criou no primeiro filme como cientista de renome mundial. O drama humano de salvar o mundo sem direito a anonimato, aquilo que mais distingue o Quarteto dos outros heróis, é reduzido a um ridículo "estou cansado, e se nos reformássemos?" Além dessas falhas todos os dados científicos são atirados para longe, ou porque podia confundir as crianças, ou porque não sabem explicar nada do que se passa.
Se continuarem a trazer um inimigo/aliado de cada vez, a série ainda pode durar mais uns anos. Convém é que seja depressa pois, apesar de ser fã da equipa (destes originais e de muitos dos outros), a paciência tem limites. Aproximam-se novos tempos e a Marvel já divulga comics na net. Falta chegar a um outro público: os espectadores televisivos. A média de filmes Marvel por ano está sempre entre três e quatro. Em 2008 vão lançar seis filmes, em 2009 mais oito. Quem vai ver mais catorze filmes de heróis? Em cinema cada espectador vai ver um ou outro herói com que simpatiza, mas no Universo Marvel é muito frequente as histórias cruzarem-se e apenas vendo tudo se pode compreender.
Sugiro à Marvel que escolha depressa os actores para todas as suas personagens-chave, que decida um máximo de meia dúzia de histórias a passar para filme e que invista numa série televisiva de super-heróis onde utilizem apenas o que já foi feito em papel. Da mesma forma que teriam as personagens dos blockbusters actuais - estrelas em séries anteriores de animação - teriam vários outros mais económicos. É óbvio que para eles o dinheiro é problema, para o público seria mais deslumbrante, e com toda a publicidade as vendas dos comics e DVDs também disparariam. Além disso seria uma forma de finalmente se ver alguns grandes heróis que não são suficientemente lucrativos para terem direito a filme.
Título Original: "4: Rise of the Silver Surfer" (Alemanha, EUA, Reino Unido, 2007) Realização: Tim Story Argumento: Don Payne, Mark Frost, John Truman, personagens criadas por Stan Lee e Jack Kirby Intérpretes: Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Chris Evans, Michael Chiklis, Julian McMahon, Laurence Fishburne (voz), Beau Garrett Fotografia: Larry Blanford Música: John Ottman Género: Acção, Aventura, Comédia, Fantasia, Ficção-Científica Duração: 92 min. Sítio Oficial: http://www.fantasticfourmovie.com/ |
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