"Quem guardará os guardas"? Nunca a frase de Virgílio teve tanto significado como nesta época de guerra pelo ouro negro. Os EUA que se afirmavam como o braço armado da democracia são agora apenas um braço armado escudado pela democracia. Com a desculpa de defender povos oprimidos ficaram estrategicamente próximos do poder nos produtores de petróleo e o seu exército tenta ingloriamente obter o poder nos territórios ocupados que - à semelhança de uma conhecida aldeia - resistem ainda e sempre ao invasor.
Estar longos meses longe de casa, ver os amigos morrer, ter de passar dias inteiros fechado, sofrer sob altas temperaturas e ser desprezado por todos os que se "protege" deixa qualquer ser humano frustrado e os soldados americanos não são indiferentes a isso. Cada um deles tem a sua própria forma de lidar com o tédio e com as saudades, mas, interiormente, caminham todos para a loucura. Quando ultrapassam essa barreira da loucura cometem atrocidades com completa indiferença pelas pessoas que vitimam. A desculpa é que os árabes lhes fazem o mesmo.
Brian de Palma era, talvez por ser o dia do seu aniversário, dos poucos grandes realizadores que ainda não tinha tocado no tema 9/11. Quando o fez surpreendeu. O tema é o comportamento desumano dos polícias do mundo, desde o soldado ao governo.
Filmado com os aparelhos amadores de soldados e câmaras de vigilância, combinando entrevistas feitas pelo soldados, opiniões de civis publicadas no YouTube e momentos de bom cinema criou uma obra interessante.
Começa por ser um documentário frouxo sobre a guerra. Ajuda a conhecer as culturas e os soldados intervenientes na história. Subitamente uma explosão vitima um soldado (cena brutal e tecnicamente perfeita) e o filme gira 180 graus. Sem uma figura de comando os soldados começam a desviar-se do código de conduta e da Convenção de Genebra. Um crime cometido num momento de loucura vai ser motivo de orgulho para os transgressores, vai remoer um inocente que não o quis evitar, e vai revelar os podres de toda a hierarquia militar até um clímax que tem tanto de surreal como de verídico.
Este é daqueles filmes que não se consegue apreciar à saída da sala, precisa de ser digerido. É uma forte crítica à guerra e aos políticos que a instigam. É também um apelo à sociedade tecnológica para que continue a cumprir o seu papel de vigiar e informar. Os americanos protegem-nos do mal, a informação protege-nos dos americanos. Será isso suficiente para que os guardas se mantenham na linha?
Estar longos meses longe de casa, ver os amigos morrer, ter de passar dias inteiros fechado, sofrer sob altas temperaturas e ser desprezado por todos os que se "protege" deixa qualquer ser humano frustrado e os soldados americanos não são indiferentes a isso. Cada um deles tem a sua própria forma de lidar com o tédio e com as saudades, mas, interiormente, caminham todos para a loucura. Quando ultrapassam essa barreira da loucura cometem atrocidades com completa indiferença pelas pessoas que vitimam. A desculpa é que os árabes lhes fazem o mesmo.
Brian de Palma era, talvez por ser o dia do seu aniversário, dos poucos grandes realizadores que ainda não tinha tocado no tema 9/11. Quando o fez surpreendeu. O tema é o comportamento desumano dos polícias do mundo, desde o soldado ao governo.
Filmado com os aparelhos amadores de soldados e câmaras de vigilância, combinando entrevistas feitas pelo soldados, opiniões de civis publicadas no YouTube e momentos de bom cinema criou uma obra interessante.
Começa por ser um documentário frouxo sobre a guerra. Ajuda a conhecer as culturas e os soldados intervenientes na história. Subitamente uma explosão vitima um soldado (cena brutal e tecnicamente perfeita) e o filme gira 180 graus. Sem uma figura de comando os soldados começam a desviar-se do código de conduta e da Convenção de Genebra. Um crime cometido num momento de loucura vai ser motivo de orgulho para os transgressores, vai remoer um inocente que não o quis evitar, e vai revelar os podres de toda a hierarquia militar até um clímax que tem tanto de surreal como de verídico.
Este é daqueles filmes que não se consegue apreciar à saída da sala, precisa de ser digerido. É uma forte crítica à guerra e aos políticos que a instigam. É também um apelo à sociedade tecnológica para que continue a cumprir o seu papel de vigiar e informar. Os americanos protegem-nos do mal, a informação protege-nos dos americanos. Será isso suficiente para que os guardas se mantenham na linha?
Título Original: "Redacted" (Canadá, EUA, 2007) Realização: Brian De Palma Argumento: Brian De Palma Intérpretes: Patrick Carroll, Rob Devaney, Mike Figueroa, Ty Jones, Daniel Stewart Sherman Fotografia: Jonathon Cliff Género: Drama, Guerra Duração: 90 min. Sítio Oficial: http://www.redactedmovie.com/ |
2 comentários:
Paabéns pela visão realista, de um filme que tem como objetivo o alerta a socidade; onde noto que os arabes sãos os inimigos, os terroristas. Poém os americanos que invadem paises arabes, com a pseudo desculpa que estão protegendo o mundo, cometem o maior terrorismo de todos, onde matam crianças, violam mulheres, alegando que estão sobre o clima da guerra.
Agora, os irmãos palestinos, os arabes em geral, que foram usurpados pelos judeos/americanos são os violÕes o os Estados Unidos a vitima?
De Palma mais uma vez me impressiona com tal critica aos americanos neste filme, que o fez com muita genialidade tipica de um diretor de primeira qualidade.
rui.molina@hotmail.com
Abraços
Estes filmes são bons para nos recordar que, como parte da sociedade, somos responsáveis pela vigilância ao mundo.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
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