Sem pompa nem circunstância estreou na última semana de 2009 "As Vidas Privadas de Pippa Lee", um drama bipartido em duas épocas com um elenco bastante interessante, pela extensão de figuras que nos habituamos a serem de proa nas suas produções.
Pippa Lee (Robin Wright Penn) mudou-se com o seu marido, o veterano editor livreiro Herb (Alan Arkin), para uma comunidade de terceira idade em Connecticut erigida para o efeito. Por lá, mostra-se exactamente como sempre foi: uma esplêndida dona de casa, bonita e perfeita na arte de receber visitas, sem nunca perder uma certa aura de mistério que sempre pairou sobre ela. Daquela relação nasceram o estudante de direito Ben (Ryan McDonald) e a fotojornalista Grace (Zoe Kazan), que mantêm uma conturbada convivência com a mãe. A estranha fachada que é Pippa começa lentamente a cair, junto à decadência cardíaca do marido. Assim, somos transportados amiúde para a sua infância e adolescência, em todo diferente da estabilidade que agora tem. Filha de uma viciada em anfetaminas e devoradora de comprimidos (uma Maria Bello frenética, num belo papel), viu-se envolvida numa sessão de fotografias explícitas pela mão da namorada da tia, Kat (uma passageira Julianne Moore), terminando por entrar numa viciante espiral de drogas e sexo. É neste mundo que conhece o actual marido, erguendo com ele uma vida misteriosa (não totalmente desconhecida por Herb, mas certamente enigmática para o resto dos amigos), e com quem enfrenta o medo da morte nos dias de hoje, numa procura pela sua verdadeira essência.
Com um elenco muito consistente - Wright Penn e Maria Bello impecáveis, Alan Arkin forte e uma neurótica Winona Ryder como melhor amiga de Pippa, num papel a fazer lembrar as suas melhores interpretações no início dos anos 90, As Vidas Privadas de Pippa Lee encontra nesta reunião de actores o ponto mais forte da sua produção (onde ainda despontam Mike Binder, Monica Bellucci e Keanu Reeves). Alternando entre as cores garridas dos anos 50 e uma comédia negra com drama à mistura, observamos um argumento que navega nas águas revoltas da inconsistência, numa narrativa por vezes mal explicada, e que se sente perdida em vários pontos do filme. Louvamos com atenção a interpretação de Wright Penn, num papel que podia candidatar-se a alguns prémios, fruto de uma confusão positiva com a própria Pippa.
Enquanto terceira obra de Rebecca Miller, segue a mesma linha mediana dos seus anteriores trabalhos, "Velocidade Pessoal" (2002) e "A Balada de Jack e Rose" (2005), com o plus de ser uma história decadente, assente nas premissas das famílias disfuncionais. Miller continua nesta obra apostada também na escrita dos argumentos que filma (são todos da sua autoria), mas apostamos que continuará a não sair deste tom num futuro próximo.
Pippa Lee (Robin Wright Penn) mudou-se com o seu marido, o veterano editor livreiro Herb (Alan Arkin), para uma comunidade de terceira idade em Connecticut erigida para o efeito. Por lá, mostra-se exactamente como sempre foi: uma esplêndida dona de casa, bonita e perfeita na arte de receber visitas, sem nunca perder uma certa aura de mistério que sempre pairou sobre ela. Daquela relação nasceram o estudante de direito Ben (Ryan McDonald) e a fotojornalista Grace (Zoe Kazan), que mantêm uma conturbada convivência com a mãe. A estranha fachada que é Pippa começa lentamente a cair, junto à decadência cardíaca do marido. Assim, somos transportados amiúde para a sua infância e adolescência, em todo diferente da estabilidade que agora tem. Filha de uma viciada em anfetaminas e devoradora de comprimidos (uma Maria Bello frenética, num belo papel), viu-se envolvida numa sessão de fotografias explícitas pela mão da namorada da tia, Kat (uma passageira Julianne Moore), terminando por entrar numa viciante espiral de drogas e sexo. É neste mundo que conhece o actual marido, erguendo com ele uma vida misteriosa (não totalmente desconhecida por Herb, mas certamente enigmática para o resto dos amigos), e com quem enfrenta o medo da morte nos dias de hoje, numa procura pela sua verdadeira essência.
Com um elenco muito consistente - Wright Penn e Maria Bello impecáveis, Alan Arkin forte e uma neurótica Winona Ryder como melhor amiga de Pippa, num papel a fazer lembrar as suas melhores interpretações no início dos anos 90, As Vidas Privadas de Pippa Lee encontra nesta reunião de actores o ponto mais forte da sua produção (onde ainda despontam Mike Binder, Monica Bellucci e Keanu Reeves). Alternando entre as cores garridas dos anos 50 e uma comédia negra com drama à mistura, observamos um argumento que navega nas águas revoltas da inconsistência, numa narrativa por vezes mal explicada, e que se sente perdida em vários pontos do filme. Louvamos com atenção a interpretação de Wright Penn, num papel que podia candidatar-se a alguns prémios, fruto de uma confusão positiva com a própria Pippa.
Enquanto terceira obra de Rebecca Miller, segue a mesma linha mediana dos seus anteriores trabalhos, "Velocidade Pessoal" (2002) e "A Balada de Jack e Rose" (2005), com o plus de ser uma história decadente, assente nas premissas das famílias disfuncionais. Miller continua nesta obra apostada também na escrita dos argumentos que filma (são todos da sua autoria), mas apostamos que continuará a não sair deste tom num futuro próximo.
Título Original: "The Private Lives of Pippa Lee" (EUA, 2009) Realização: Rebecca Miller Argumento: Rebecca Miller (livro da própria) Intérpretes: Robin Wright Penn, Alan Arkin, Maria Bello, Winona Rider, Mike Binder, Julianne Moore, Monica Bellucci, Blake Lively, Keanu Reeves Fotografia: Declan Quinn Música: Michael Rohatyn Género: Drama, Romance Duração: 98 min. Sítio Oficial: http://www.pippalee.com/ |
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