Notícias e entretenimento lutam pelo público e pelo tempo de antena desde que a comunicação existe. Um caso muito particular são os programas televisivos matutinos. Quem já tiver ligado a televisão num dia de férias deve ter reparado que a programação de semana não é igual à de fim-de-semana. Os canais oferecem uns programas de entretenimento com rubricas informativas pelo meio. Este filme é sobre uma jovem produtora que aceita o desafio de uma vida na revitalização de um desses programas.
Becky Fuller era produtora num programa matinal. Adorava o seu trabalho e era excelente no que fazia, até que, quando estava mentalizada para aceitar uma promoção, é dispensada. Incapaz de ficar parada e de regularizar o horário de sono começa a procurar emprego do género. Até que Nova Iorque a chama. O canal do último programa no share não tinha mais ninguém interessado no lugar e aceita-a, mas não lhe dá muito tempo. Ou salva o programa matinal Daybreak num espaço de semanas ou ela e toda a equipa serão trocados por concursos.
O Daybreak é um programa descomplexado. Com um share insignificante entre os programas menos vistos, são quase um grupo amador a fazer de conta que faz TV. A primeira jogada de Becky é contratar Mike Pomeroy, um pivot lendário para o seu programa. Consegue chantageá-lo para que apareça, mas não o consegue obrigar a fazer nada pelo programa. Pomeroy foi o apresentador das notícias da noite, rei de audiências e jornalista. Fazer um programa de entretenimento que ninguém vê não o seduz. Aqui vemos uma pequena amostra das guerras de audiências, espreitamos o mundo do jornalismo, fala-se de marketing televisivo. Mas a mensagem fundamental do filme será sobre o profissionalismo que se deve aplicar em cargos mais ou menos relevantes. Porque as oportunidades quando aparecem são para serem usadas e como Stanislavski diria, não há cargos pequenos, apenas pessoas pequenas. Por vezes é bom mudar - seja para melhor ou para pior - e outras é melhor ficar. O importante é que se seja feliz com a escolha.
Nas interpretações Rachel McAdams tem momentos em que pensei que estava a ser desperdiçada. Os primeiros dez minutos de filme são tão ricos em expressões faciais que bastam como prova para qualquer personagem que ela queira fazer. Por vezes a personagem é inconsistente, mas a actriz está fabulosa. Diane Keaton que já fez de mãe de McAdams tem uma personagem-tipo, muito discreta e mantida na sombra de Ford, e ele tem aqui um dos papéis mais interessantes que já interpretou. O seu Pomeroy é uma metáfora viva de como a televisão trata os seus heróis e vice-versa. Lendas vivas e com currículos que jamais alguém igualará são simplesmente encostadas a um canto. Feridas no seu orgulho, preferem a inércia a fazerem algo, mesmo que num pograma mais pequeno. Também Ford merecia e precisava de mais tempo e melhor direcção. Sou levado a concluir que se isto não fosse uma comédia, se fosse um trabalho centrado nos actores e no desenvolvimento das personagens, podia ser um grande filme sobre televisão...
Becky Fuller era produtora num programa matinal. Adorava o seu trabalho e era excelente no que fazia, até que, quando estava mentalizada para aceitar uma promoção, é dispensada. Incapaz de ficar parada e de regularizar o horário de sono começa a procurar emprego do género. Até que Nova Iorque a chama. O canal do último programa no share não tinha mais ninguém interessado no lugar e aceita-a, mas não lhe dá muito tempo. Ou salva o programa matinal Daybreak num espaço de semanas ou ela e toda a equipa serão trocados por concursos.
O Daybreak é um programa descomplexado. Com um share insignificante entre os programas menos vistos, são quase um grupo amador a fazer de conta que faz TV. A primeira jogada de Becky é contratar Mike Pomeroy, um pivot lendário para o seu programa. Consegue chantageá-lo para que apareça, mas não o consegue obrigar a fazer nada pelo programa. Pomeroy foi o apresentador das notícias da noite, rei de audiências e jornalista. Fazer um programa de entretenimento que ninguém vê não o seduz. Aqui vemos uma pequena amostra das guerras de audiências, espreitamos o mundo do jornalismo, fala-se de marketing televisivo. Mas a mensagem fundamental do filme será sobre o profissionalismo que se deve aplicar em cargos mais ou menos relevantes. Porque as oportunidades quando aparecem são para serem usadas e como Stanislavski diria, não há cargos pequenos, apenas pessoas pequenas. Por vezes é bom mudar - seja para melhor ou para pior - e outras é melhor ficar. O importante é que se seja feliz com a escolha.
Nas interpretações Rachel McAdams tem momentos em que pensei que estava a ser desperdiçada. Os primeiros dez minutos de filme são tão ricos em expressões faciais que bastam como prova para qualquer personagem que ela queira fazer. Por vezes a personagem é inconsistente, mas a actriz está fabulosa. Diane Keaton que já fez de mãe de McAdams tem uma personagem-tipo, muito discreta e mantida na sombra de Ford, e ele tem aqui um dos papéis mais interessantes que já interpretou. O seu Pomeroy é uma metáfora viva de como a televisão trata os seus heróis e vice-versa. Lendas vivas e com currículos que jamais alguém igualará são simplesmente encostadas a um canto. Feridas no seu orgulho, preferem a inércia a fazerem algo, mesmo que num pograma mais pequeno. Também Ford merecia e precisava de mais tempo e melhor direcção. Sou levado a concluir que se isto não fosse uma comédia, se fosse um trabalho centrado nos actores e no desenvolvimento das personagens, podia ser um grande filme sobre televisão...
Título Original: "Morning Glory" (EUA, 2010) Realização: Roger Michell Argumento: Aline Brosh McKenna Intérpretes: Rachel McAdams, Harrison Ford, Diane Keaton Música: David Arnold Fotografia: Alwin H. Kuchler Género: Comédia, Drama, Romance Duração: 107 min. Sítio Oficial: http://www.morningglorymovie.com/ |
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