O guilty pleasure do ano
Um filme sobre robots costuma ser ficção-científica. Se colocarem os robots a lutarem uns contra os outros por dinheiro passa a ser um blockbuster de Verão. Se a estreia acontecer depois do Verão então é um blockbuster falhado, um filme de segunda. E “Real Steel” é exactamente isso, mas... e se também for algo mais?
É curioso que não é um filme onde se chegue com expectativas, mas com o desenrolar dos créditos iniciais e vendo nomes como Spielberg, Zemeckis, Elfman e Fiore é difícil não esperar uma surpresa.
Charlie Kenton em tempos foi um lutador de boxe. O progresso tecnológico pôs-lhe um fim à carreira antes que um soco ou a idade acabassem com ele. Isso porque no futuro próximo onde esta história tem lugar o boxe de robots é o desporto da moda e os humanos servem apenas para controlar remotamente os lutadores. Kenton ainda vive dos combates, mas o seu robot não é grande coisa e ele próprio não tem o que é preciso. Até que num só dia perde o robot e ganha um filho de onze anos. O filho Max dá-lhe uma oportunidade única de corrigir os erros do passado e finalmente ser um campeão... Só que para Kenton não é a função de pai que importa, mas a de lutador.
Temos aqui um pai irresponsável, um orfão negligenciado e uma mulher que tem de segurar as pontas soltas da vida dela e destes dois homens perdidos onde o filho parece mais maduro do que o pai apesar de ter um feitio igualmente teimoso. Para complicar tudo aparece um robot, um aglomerado de peças por que Max sente algo e os adultos não. Charlie vai ter de aprender a usar o coração, Max a usar a cabeça, e os quatro - ou três, porque ela depressa é abandonada - terão de trabalhar em equipa para não perderem tudo.
É um filme ligeiro e sem ambição de ganhar prémios por isso vamos directos para o que importa: os defeitos. Não sei se o que vou dizer a seguir pode ser considerado um spoiler por isso não leiam se não quiserem, mas isto é um Rocky movido a electricidade! Todo o drama do pugilista de ruas a quem é dado um cheiro do grande campeonato faz lembrar demasiado o clássico do boxe. Em segundo destacaria o contrasenso no robot mais forte do mundo, Zeus, que é programar um robot para aprender sozinho os truques do adversário e ter de o controlar manualmente. Quem escreveu isto não sabia de robots, de inteligência artificial, de computadores, de análise de dados... um filme com orçamento assim não deveria ter pelo menos um consultor especialista? E não deveria dar-lhe ouvidos se o público-alvo são os fãs de robots?
No meio da pieguice, lamechice e tretas sobre robótica há uma coisa que salva o filme e é o miúdo. O desempenho de Dakota Goyo dá credibilidade à atitude da personagem. A sua experiência noutros filmes em personagens de curta duração (recentemente foi Thor júnior) foi agora posta à prova e faz um trabalho notável. A simpatia granjeada por Hugh Jackman cativa os restantes espectadores que tradicionalmente lhe toleram filmes menos conseguidos. Até os vilões horríveis (falo da construção das personagens) são encarados apenas como um toque de humor e não como um ponto fraco. É um filme para passar um bom momento. Pensar em como é fraco fica para o dia seguinte.
Um filme sobre robots costuma ser ficção-científica. Se colocarem os robots a lutarem uns contra os outros por dinheiro passa a ser um blockbuster de Verão. Se a estreia acontecer depois do Verão então é um blockbuster falhado, um filme de segunda. E “Real Steel” é exactamente isso, mas... e se também for algo mais?
É curioso que não é um filme onde se chegue com expectativas, mas com o desenrolar dos créditos iniciais e vendo nomes como Spielberg, Zemeckis, Elfman e Fiore é difícil não esperar uma surpresa.
Charlie Kenton em tempos foi um lutador de boxe. O progresso tecnológico pôs-lhe um fim à carreira antes que um soco ou a idade acabassem com ele. Isso porque no futuro próximo onde esta história tem lugar o boxe de robots é o desporto da moda e os humanos servem apenas para controlar remotamente os lutadores. Kenton ainda vive dos combates, mas o seu robot não é grande coisa e ele próprio não tem o que é preciso. Até que num só dia perde o robot e ganha um filho de onze anos. O filho Max dá-lhe uma oportunidade única de corrigir os erros do passado e finalmente ser um campeão... Só que para Kenton não é a função de pai que importa, mas a de lutador.
Temos aqui um pai irresponsável, um orfão negligenciado e uma mulher que tem de segurar as pontas soltas da vida dela e destes dois homens perdidos onde o filho parece mais maduro do que o pai apesar de ter um feitio igualmente teimoso. Para complicar tudo aparece um robot, um aglomerado de peças por que Max sente algo e os adultos não. Charlie vai ter de aprender a usar o coração, Max a usar a cabeça, e os quatro - ou três, porque ela depressa é abandonada - terão de trabalhar em equipa para não perderem tudo.
É um filme ligeiro e sem ambição de ganhar prémios por isso vamos directos para o que importa: os defeitos. Não sei se o que vou dizer a seguir pode ser considerado um spoiler por isso não leiam se não quiserem, mas isto é um Rocky movido a electricidade! Todo o drama do pugilista de ruas a quem é dado um cheiro do grande campeonato faz lembrar demasiado o clássico do boxe. Em segundo destacaria o contrasenso no robot mais forte do mundo, Zeus, que é programar um robot para aprender sozinho os truques do adversário e ter de o controlar manualmente. Quem escreveu isto não sabia de robots, de inteligência artificial, de computadores, de análise de dados... um filme com orçamento assim não deveria ter pelo menos um consultor especialista? E não deveria dar-lhe ouvidos se o público-alvo são os fãs de robots?
No meio da pieguice, lamechice e tretas sobre robótica há uma coisa que salva o filme e é o miúdo. O desempenho de Dakota Goyo dá credibilidade à atitude da personagem. A sua experiência noutros filmes em personagens de curta duração (recentemente foi Thor júnior) foi agora posta à prova e faz um trabalho notável. A simpatia granjeada por Hugh Jackman cativa os restantes espectadores que tradicionalmente lhe toleram filmes menos conseguidos. Até os vilões horríveis (falo da construção das personagens) são encarados apenas como um toque de humor e não como um ponto fraco. É um filme para passar um bom momento. Pensar em como é fraco fica para o dia seguinte.
Título Original: "Real Steel" (EUA, Índia, 2011) Realização: Shawn Levy Argumento: John Gatins, Dan Gilroy, Jeremy Leven Intérpretes: Hugh Jackman, Dakota Goyo, Evangeline Lilly, Anthony Mackie, Kevin Durand, Hope Davis, Olga Fonda, Karl Yune Música: Danny Elfman Fotografia: Mauro Fiore Género: Acção, Drama, Ficção-Científica, Desporto Duração: 127 min. Sítio Oficial: http://www.steelgetsreal.com/ |
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