Entre os fora de competição em Cannes, o destaque máximo vai para Bertolucci que, estando em competição, tinha fortes hipóteses de ganhar algo com esta comédia muito sui generis. Bertolucci volta ao universo do imaginário juvenil, à sua falsa ilusão de privacidade e à delinquência sem grandes consequências.
Lorenzo é um adolescente de uma família pouco apegada. A propósito de uma viagem da turma à neve, consegue algum dinheiro da mãe e um pretexto para desaparecer durante uma semana. Faz as suas compras alimentares, prepara o material para a neve, sai do carro em direcção à escola, e apanha o autocarro de regresso a casa onde vai passar uma semana na cave, longe dos olhares e de todos. O plano até poderia funcionar, mas por azar, a meia-irmã que ele esqueceu ter foi à cave nesse preciso dia e descobriu o seu segredo. Na noite seguinte Olivia aparece a pedir alojamento e Lorenzo tem de aceitar para não ver o seu segredo descoberto. Um adolescente autónomo que quer estar longe dos pais e uma jovem mulher fugida do mundo para fazer desintoxicação. Durante uma semana vão conviver mais do que irmãos normais gostariam, e descobrir o verdadeiro significado de família, algo que desconheciam.
Esta é uma história muito simples. A necessidade de alguma independência e o vício das drogas são problemas da adolescência difíceis de retratar em filme. Mais uma vez Bertolucci enfrenta os temas delicados abraçando-os num filme marginal com muita ternura e uma poderosa banda sonora (o incomparável David Bowie fornece os clássicos que mais se ouvirão). A produção foi elementar. É muito limitado nas localizações, guarda-roupa e no elenco, não precisa de efeitos especiais. Bastava ter dois actores e conseguiu-os. Os sentimentos e as dúvidas são expressos com uma simplicidade que maravilha e, quando esta viagem de auto-descoberta termina, fica aquele travo que o final das melhores férias deixa. No fundo assistir a "Io e Te" é como tirar umas pequenas férias para reflexão e, apesar de a sessão ser breve, os seus efeitos serão duradouros.
Lorenzo é um adolescente de uma família pouco apegada. A propósito de uma viagem da turma à neve, consegue algum dinheiro da mãe e um pretexto para desaparecer durante uma semana. Faz as suas compras alimentares, prepara o material para a neve, sai do carro em direcção à escola, e apanha o autocarro de regresso a casa onde vai passar uma semana na cave, longe dos olhares e de todos. O plano até poderia funcionar, mas por azar, a meia-irmã que ele esqueceu ter foi à cave nesse preciso dia e descobriu o seu segredo. Na noite seguinte Olivia aparece a pedir alojamento e Lorenzo tem de aceitar para não ver o seu segredo descoberto. Um adolescente autónomo que quer estar longe dos pais e uma jovem mulher fugida do mundo para fazer desintoxicação. Durante uma semana vão conviver mais do que irmãos normais gostariam, e descobrir o verdadeiro significado de família, algo que desconheciam.
Esta é uma história muito simples. A necessidade de alguma independência e o vício das drogas são problemas da adolescência difíceis de retratar em filme. Mais uma vez Bertolucci enfrenta os temas delicados abraçando-os num filme marginal com muita ternura e uma poderosa banda sonora (o incomparável David Bowie fornece os clássicos que mais se ouvirão). A produção foi elementar. É muito limitado nas localizações, guarda-roupa e no elenco, não precisa de efeitos especiais. Bastava ter dois actores e conseguiu-os. Os sentimentos e as dúvidas são expressos com uma simplicidade que maravilha e, quando esta viagem de auto-descoberta termina, fica aquele travo que o final das melhores férias deixa. No fundo assistir a "Io e Te" é como tirar umas pequenas férias para reflexão e, apesar de a sessão ser breve, os seus efeitos serão duradouros.
Título Original: "Io e Te" (Itália, 2012) Realização: Bernardo Bertolucci Argumento: Bernardo Bertolucci, Umberto Contarello, Francesca Marciano, Niccolò Ammaniti (e livro) Intérpretes: Jacopo Olmo Antinori, Tea Falco Fotografia: Fabio Cianchetti Género: Drama Duração: 103 min. |
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