Os americanos gostam de se queixar dos franceses. Em parte será porque são o maior dos poucos povos que não estão bem representados no melting pot, mas essencialmente porque simbolizam o oposto dos americanos em quase tudo. França tem artes, cultura, história. É para lá que os americanos vão quando querem espairecer e ficar melhores pessoas. Viu-se um excelente exemplo em "Midnight in Paris". Não foi pelas mãos de Allen, mas tivémos um novo exemplo recente da rivalidade - chamemos-lhe antes dicotomia - Paris/Nova Iorque. Os estado-unidenses têm dficuldade em admitir que admiram alguém estrangeiro pelo que costumam desdenhar. Em 2007 Julie Delpy, a mais famosa multi-talentosa mulher do cinema europeu, retribuiu levando um deles a passar um fim-de-semana traumatizante em Paris. E em 2012 faz o percurso inverso levando os franceses a Nova Iorque para que choquem toda a Grande Maçã. Receita garantida de sucesso.
A referência acima ao “Midnight” não foi inconsciente. Delpy é o Woody Allen europeu por se mover constantemente entre drama e comédia sempre com inteligência e usando a simplicidade para passar mensagens profundas. Além disso é actriz/argumentista/realizadora e o que mais for necessário pelo que influencia praticamente tudo.
Voltemos a Paris e a 2007. Marion (Delpy) levou o namorado Jack (Adam Goldberg) a conhecer a sua família. Esse ambiente hostil ajudou-os a repensar a sua relação e após superarem as dificuldades continuaram juntos para todo o sempre... Errado! Estamos em 2012 e vemos Marion em Nova Iorque com o seu marido Mingus (Chris Rock). Ambos têm filhos de relações anteriores e a visita da família de Marion em vésperas da importante exposição fotográfica dela junto com as pequenas crises da vizinhança são demasiadas fontes simultâneas de stress. Especialmente porque ninguém está preparado para lidar com aquela família.
É uma proposta mais ligeira que a primeira entrega. A isso ajuda imenso a naturalidade de Chris Rock na comédia por oposição com Goldberg e Delpy sabe-o bem pois cedeu o protagonismo. Mas é também porque só agora são colocadas questões realmente pertinentes sobre a humanidade, a alma e o propósito da existência. A americanização da saga “Two Days” torna este segundo filme mais fácil de ver, acessível a um público mais vasto, e no entanto a destreza de Delpy fez com que não se perdesse o encanto europeu. Sente-se a necessidade que Delpy tem de contribuir para a formação do espectador enquanto entretem e aqui essa missão é facilitada pela preciosa ajuda de outro actor/realizador que surpreende. Para ver assim que possível.
A referência acima ao “Midnight” não foi inconsciente. Delpy é o Woody Allen europeu por se mover constantemente entre drama e comédia sempre com inteligência e usando a simplicidade para passar mensagens profundas. Além disso é actriz/argumentista/realizadora e o que mais for necessário pelo que influencia praticamente tudo.
Voltemos a Paris e a 2007. Marion (Delpy) levou o namorado Jack (Adam Goldberg) a conhecer a sua família. Esse ambiente hostil ajudou-os a repensar a sua relação e após superarem as dificuldades continuaram juntos para todo o sempre... Errado! Estamos em 2012 e vemos Marion em Nova Iorque com o seu marido Mingus (Chris Rock). Ambos têm filhos de relações anteriores e a visita da família de Marion em vésperas da importante exposição fotográfica dela junto com as pequenas crises da vizinhança são demasiadas fontes simultâneas de stress. Especialmente porque ninguém está preparado para lidar com aquela família.
É uma proposta mais ligeira que a primeira entrega. A isso ajuda imenso a naturalidade de Chris Rock na comédia por oposição com Goldberg e Delpy sabe-o bem pois cedeu o protagonismo. Mas é também porque só agora são colocadas questões realmente pertinentes sobre a humanidade, a alma e o propósito da existência. A americanização da saga “Two Days” torna este segundo filme mais fácil de ver, acessível a um público mais vasto, e no entanto a destreza de Delpy fez com que não se perdesse o encanto europeu. Sente-se a necessidade que Delpy tem de contribuir para a formação do espectador enquanto entretem e aqui essa missão é facilitada pela preciosa ajuda de outro actor/realizador que surpreende. Para ver assim que possível.
Título Original: "2 Days In New York" (Alemanha, Bélgica, França, 2012) Realização: Julie Delpy Argumento: Julie Delpy, Alexia Landeau, Alexandre Nahon Intérpretes: Chris Rock, Julie Delpy, Albert Delpy, Alexia Landeau, Alexandre Nahon Fotografia: Lubomir Bakchev Género: Comédia Duração: 96 min. Sítio Oficial: http://www.2daysinnewyorkmovie.com/ |
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