O monstro adorável
O Cinema gosta de emoções fortes. Por isso os filmes com crime, terror, acção ou aventura são os que mais vendem. Então se for um filme sobre um assassino é sucesso garantido. Ver mortes da primeira fila? Os bilhetes esgotam! Dar o protagonismo a alguém que odiamos é a melhor forma de garantir que será memorável. Pois "Bernie" vem contrariar esse paradigma e traz-nos o assassino mais simpático de que há memória. “Pura ficção”, dirão vocês. Não, é baseado num caso real de 1996.
Esta é a história de Bernie Tiede. Chegou a Carthage, Texas para trabalhar na funerária e acabou por se tornar um pilar da comunidade. Extremamente delicado com os vivos, minuciosamente dedicado aos mortos, não faltava quem quisesse ser retocado por ele. Fora da funerária era ainda mais apreciado, pelos seus dotes musicais e espírito artístico. Tudo seria perfeito se não fosse aquele pequeno detalhe de ter morto a viúva rica da terra.
Quando o filme começa já se sabe que Bernie é o mau da fita. O que Jack Black faz é provar-nos o contrário. Com uma das interpretações mais convincentes com que já nos presenteou (eu sei que não é difícil, mas Black está mesmo bem) transfigura-se em Bernie. Claro que o facto de estar sempre a cantar não nos permite esquecer o homem por trás do bigode, mas todos os tiques e maneirismos são completamente distintos. E vamos acreditar que houve algum engano pois este santo não faria mal a uma mosca. O seu alvo é interpretado Shirley MacLaine que nos últimos anos parece renascida depois de uma década menos feliz. Ultimamente tem conseguido muitos papéis como velha insuportável, mas aqui superou-se. Convincente que baste durante os parcos minutos que passa no ecrã.
O estilo adoptado por Linklater, um realizador consagrado em diversos estilos, é o documental. Com uma série de entrevistas a população esclarece-nos sobre quem era Bernie e o que pensam dele. Quinze anos depois ainda não o esqueceram. E se não o perdoaram é porque nunca o recriminaram. Por entre essas entrevistas, Black vai sendo Bernie. Leva a sua vida recatada em prol da sociedade, sendo um negociante exímio, mas amigo de todos. Um homem assim pode lá ser um monstro! A provar o contrário está o procurador (Matthew McConaughey) que não desiste até deter o seu homem.
Mesmo sem causar gargalhadas é uma comédia com potencial para se passar uns bons momentos. Não é excepcional, mas está bem feita, foge às regras e consegue mesmo inverter os preconceitos. Deviam pôr os olhos neste realizador e começar a fazer material em condições baseados na realidade. Nada é mais divertido.
O Cinema gosta de emoções fortes. Por isso os filmes com crime, terror, acção ou aventura são os que mais vendem. Então se for um filme sobre um assassino é sucesso garantido. Ver mortes da primeira fila? Os bilhetes esgotam! Dar o protagonismo a alguém que odiamos é a melhor forma de garantir que será memorável. Pois "Bernie" vem contrariar esse paradigma e traz-nos o assassino mais simpático de que há memória. “Pura ficção”, dirão vocês. Não, é baseado num caso real de 1996.
Esta é a história de Bernie Tiede. Chegou a Carthage, Texas para trabalhar na funerária e acabou por se tornar um pilar da comunidade. Extremamente delicado com os vivos, minuciosamente dedicado aos mortos, não faltava quem quisesse ser retocado por ele. Fora da funerária era ainda mais apreciado, pelos seus dotes musicais e espírito artístico. Tudo seria perfeito se não fosse aquele pequeno detalhe de ter morto a viúva rica da terra.
Quando o filme começa já se sabe que Bernie é o mau da fita. O que Jack Black faz é provar-nos o contrário. Com uma das interpretações mais convincentes com que já nos presenteou (eu sei que não é difícil, mas Black está mesmo bem) transfigura-se em Bernie. Claro que o facto de estar sempre a cantar não nos permite esquecer o homem por trás do bigode, mas todos os tiques e maneirismos são completamente distintos. E vamos acreditar que houve algum engano pois este santo não faria mal a uma mosca. O seu alvo é interpretado Shirley MacLaine que nos últimos anos parece renascida depois de uma década menos feliz. Ultimamente tem conseguido muitos papéis como velha insuportável, mas aqui superou-se. Convincente que baste durante os parcos minutos que passa no ecrã.
O estilo adoptado por Linklater, um realizador consagrado em diversos estilos, é o documental. Com uma série de entrevistas a população esclarece-nos sobre quem era Bernie e o que pensam dele. Quinze anos depois ainda não o esqueceram. E se não o perdoaram é porque nunca o recriminaram. Por entre essas entrevistas, Black vai sendo Bernie. Leva a sua vida recatada em prol da sociedade, sendo um negociante exímio, mas amigo de todos. Um homem assim pode lá ser um monstro! A provar o contrário está o procurador (Matthew McConaughey) que não desiste até deter o seu homem.
Mesmo sem causar gargalhadas é uma comédia com potencial para se passar uns bons momentos. Não é excepcional, mas está bem feita, foge às regras e consegue mesmo inverter os preconceitos. Deviam pôr os olhos neste realizador e começar a fazer material em condições baseados na realidade. Nada é mais divertido.
Título Original: "Bernie" (EUA, 2011) Realização: Richard Linklater Argumento: Richard Linklater, Skip Hollandsworth Intérpretes: Jack Black, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey Música: Graham Reynolds Fotografia: Dick Pope Género: Comédia, Crime, Drama Duração: 104 min. Sítio Oficial: http://bernie-the-movie.com/ |
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