A propósito da estreia do filme - finalmente! - recordo e desenvolvo uma crítica originalmente publicada no número 12 da revista Bang!.
O que é ser um humano? Ou melhor, quem é o arquétipo do ser humano? Se tivessem de escrever a história da humanidade, contando a vida de uma só pessoa quem escolheriam? Nemo está a contar a história da sua vida a um jornalista. Divide-a em três etapas cruciais: aos 9 anos, quando os pais se separaram; aos 16, quando o seu coração tomou um rumo e aos 34, quando percebeu os erros de toda a vida. Só que em cada uma dessas etapas ele vai viver não uma, mas dezenas de vidas, fazendo com que se cruzem numa infinidade que nenhuma pessoa sozinha conseguiria viver. Porque ele não é apenas um, ele é a memória de todos nós. É o humano mais velho e o último da espécie.
Porque devemos viver apenas uma vida? Se somos o último de uma espécie, não deveríamos ter o privilégio de saborear todas as existências que quisermos da Humanidade? Cabe-lhe ter essa derradeira vida. Plena.
Com anos de atraso e apenas uma sala onde ser visto, a estreia de "Mr. Nobody" vai passar despercebida a muita gente e isso é um erro. Estamos perante um dos melhores filmes do século. Jaco Van Dormael, um nome conhecido do cinema de fantasia, escreveu seiscentos cartões com diversas histórias e dispô-los em filme de forma a conseguir a aleatoriedade que Nobody narra.
É incrível como esta pérola foi escrita, como foi produzida (é uma gigantesca produção há escala europeia) e como foi realizada. É um inegável retrato da humanidade, pela complexidade, pelo arrependimento, pela saudade, pela alegria de viver. Desfilam por aqui ideias para deixar um espectador desprevenido a pensar durante meses. Mesmo que se seja um filósofo com respostas às questões colocadas, Van Dormael consegue dar-nos a volta ao mostrar que tudo o que vimos e tomamos por certo pode ser uma ilusão. Pode ser visto vinte vezes com vinte conclusões diferentes.
Além do argumento é ao mesmo tempo um trabalho perfeito do ponto de vista técnico. Os actores estão todos soberbos mesmo que só apareçam por uns minutos, e tem cenas inesquecíveis tanto no mundo que conhecemos como no futuro que só imaginamos. Foi como se as estrelas se alinhassem para que este filme visse a luz do dia e se tornasse intemporal para fazer parte da nossa história colectiva. Este não é só para ver. É para comprar e guardar como um tesouro.
O que é ser um humano? Ou melhor, quem é o arquétipo do ser humano? Se tivessem de escrever a história da humanidade, contando a vida de uma só pessoa quem escolheriam? Nemo está a contar a história da sua vida a um jornalista. Divide-a em três etapas cruciais: aos 9 anos, quando os pais se separaram; aos 16, quando o seu coração tomou um rumo e aos 34, quando percebeu os erros de toda a vida. Só que em cada uma dessas etapas ele vai viver não uma, mas dezenas de vidas, fazendo com que se cruzem numa infinidade que nenhuma pessoa sozinha conseguiria viver. Porque ele não é apenas um, ele é a memória de todos nós. É o humano mais velho e o último da espécie.
Porque devemos viver apenas uma vida? Se somos o último de uma espécie, não deveríamos ter o privilégio de saborear todas as existências que quisermos da Humanidade? Cabe-lhe ter essa derradeira vida. Plena.
Com anos de atraso e apenas uma sala onde ser visto, a estreia de "Mr. Nobody" vai passar despercebida a muita gente e isso é um erro. Estamos perante um dos melhores filmes do século. Jaco Van Dormael, um nome conhecido do cinema de fantasia, escreveu seiscentos cartões com diversas histórias e dispô-los em filme de forma a conseguir a aleatoriedade que Nobody narra.
É incrível como esta pérola foi escrita, como foi produzida (é uma gigantesca produção há escala europeia) e como foi realizada. É um inegável retrato da humanidade, pela complexidade, pelo arrependimento, pela saudade, pela alegria de viver. Desfilam por aqui ideias para deixar um espectador desprevenido a pensar durante meses. Mesmo que se seja um filósofo com respostas às questões colocadas, Van Dormael consegue dar-nos a volta ao mostrar que tudo o que vimos e tomamos por certo pode ser uma ilusão. Pode ser visto vinte vezes com vinte conclusões diferentes.
Além do argumento é ao mesmo tempo um trabalho perfeito do ponto de vista técnico. Os actores estão todos soberbos mesmo que só apareçam por uns minutos, e tem cenas inesquecíveis tanto no mundo que conhecemos como no futuro que só imaginamos. Foi como se as estrelas se alinhassem para que este filme visse a luz do dia e se tornasse intemporal para fazer parte da nossa história colectiva. Este não é só para ver. É para comprar e guardar como um tesouro.
Título Original: "Mr. Nobody" (Alemanha, Bélgica, Canadá, França, 2009) Realização: Jaco van Dormael Argumento: Jaco van Dormael Intérpretes: Jared Leto, Diane Kruger, Sarah Polley, Rhys Ifans, Toby Regbo, Juno Temple, Clare Stone, Natasha Little Fotografia: Christophe Beaucarne Música: Pierre van Dormael Género: Drama, Fantasia, Ficção-Científica, Romance Duração: 138 min. Sítio Oficial: http://www.mrnobody-lefilm.com/ |
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