Cada musical tem o seu espinho
O género musical tem disparado em termos de popularidade. É cada vez mais difícil ser original, mas esta última década foi muito fértil, em especial graças às fáceis adaptações de sucessos do palco. Se o fenómeno do momento, "Les Miserábles", tem um estilo convencional - história centenária, musical com trinta anos - não podemos esquecer que "Mamma Mia!" trouxe uma lufada de ar fresco aos palcos e mais recentemente à tela. Também "Rock of Ages" tinha essa intenção.
Um musical sobre os clássicos rock dos anos 80. Como podia correr mal? As bandas homenageadas podem não ser os pesos pesados do rock, mas são minimamente conhecidas. Journey, Pat Benatar, Europe, Poison, Bon Jovi... mesmo que não conheçam as bandas, certamente já ouviram algumas das músicas escolhidas num qualquer lugar da moda, na rádio, ou num karaoke. A história é a boy meets girl mais previsível possível, mas a música existe precisamente para isso: personalizar (imortalizar!) algo que parece banal. "Rock of Ages" não é sobre uma história diferente das outras. É sobre como a música certa pode fazer ou desfazer a história da nossa vida. E mesmo que estas canções não sejam daquelas que fizeram cair governos, são das que juntaram muitos corações.
Logo na abertura o filme prometia. Um toque inesperado de ousadia no primeiro número musical, no segundo grande complexidade... Mesmo sendo a menina do remake de "Footloose" podiamos estar perante um daqueles grandes filmes que por vezes aparecem. Mas a ilusão depressa se desfaz e logo pelo ponto mais inesperado: a edição de som. Percebe-se que nem todos os actores soubessem cantar (Mary J. Blige está fantástica, mas Alec Baldwin canta tão bem como Pierce Brosnan quando foi nomeado a Razzie por cantar mal), mas a edição de som torna tudo tão artificial que depressa se volta à realidade e música nenhuma é excepção.Sim, Zeta-Jones tem boa voz (e o papel muito reduzido a isso) assim como Tom Cruise não faz mais do que o pedido - ser uma vedeta do hard rock - mas há uma dúzia de músicas maltratadas na mesa de mistura. Com isso a banalidade da história evidencia-se e depressa se chega a um ponto em que a vontade de ver o resto desaparece.
Um grande elenco e um desenho de produção fantástico, desperdiçados na vertente sonora. Ainda me lembro quando o fundamental de um musical era o que nos entrava pelos ouvidos. Onde andarão esses bons velhos tempos?
O género musical tem disparado em termos de popularidade. É cada vez mais difícil ser original, mas esta última década foi muito fértil, em especial graças às fáceis adaptações de sucessos do palco. Se o fenómeno do momento, "Les Miserábles", tem um estilo convencional - história centenária, musical com trinta anos - não podemos esquecer que "Mamma Mia!" trouxe uma lufada de ar fresco aos palcos e mais recentemente à tela. Também "Rock of Ages" tinha essa intenção.
Um musical sobre os clássicos rock dos anos 80. Como podia correr mal? As bandas homenageadas podem não ser os pesos pesados do rock, mas são minimamente conhecidas. Journey, Pat Benatar, Europe, Poison, Bon Jovi... mesmo que não conheçam as bandas, certamente já ouviram algumas das músicas escolhidas num qualquer lugar da moda, na rádio, ou num karaoke. A história é a boy meets girl mais previsível possível, mas a música existe precisamente para isso: personalizar (imortalizar!) algo que parece banal. "Rock of Ages" não é sobre uma história diferente das outras. É sobre como a música certa pode fazer ou desfazer a história da nossa vida. E mesmo que estas canções não sejam daquelas que fizeram cair governos, são das que juntaram muitos corações.
Logo na abertura o filme prometia. Um toque inesperado de ousadia no primeiro número musical, no segundo grande complexidade... Mesmo sendo a menina do remake de "Footloose" podiamos estar perante um daqueles grandes filmes que por vezes aparecem. Mas a ilusão depressa se desfaz e logo pelo ponto mais inesperado: a edição de som. Percebe-se que nem todos os actores soubessem cantar (Mary J. Blige está fantástica, mas Alec Baldwin canta tão bem como Pierce Brosnan quando foi nomeado a Razzie por cantar mal), mas a edição de som torna tudo tão artificial que depressa se volta à realidade e música nenhuma é excepção.Sim, Zeta-Jones tem boa voz (e o papel muito reduzido a isso) assim como Tom Cruise não faz mais do que o pedido - ser uma vedeta do hard rock - mas há uma dúzia de músicas maltratadas na mesa de mistura. Com isso a banalidade da história evidencia-se e depressa se chega a um ponto em que a vontade de ver o resto desaparece.
Um grande elenco e um desenho de produção fantástico, desperdiçados na vertente sonora. Ainda me lembro quando o fundamental de um musical era o que nos entrava pelos ouvidos. Onde andarão esses bons velhos tempos?
Título Original: "Rock of Ages" (EUA, 2012) Realização: Adam Shankman Argumento: Justin Theroux, Chris D'Arienzo, Allan Loeb Intérpretes: Julianne Hough, Diego Boneta, Alec Baldwin, Russell Brand, Tom Cruise, Paul Giamatti, Malin Akerman, Catherine Zeta-Jones, Mary J. Blige, Bryan Cranston Música: Adam Anders, Peer Astrom Fotografia: Bojan Bazelli Género: Comédia, Drama, Musical, Romance Duração: 123 min. Sítio Oficial: http://rockofagesmovie.warnerbros.com/ |
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