"Kill Bill - Vol.2" por César Nóbrega
E, agora, que fazemos nós sem filmes novos de Tarantino?
"O meu super-herói favorito é o Super Homem" diz a certa altura Bill (David Carradine) para a sua mais que resistente e eterna Noiva (Uma Thurman). É que, "ao contrário dos outros super-heróis, o Batman ou o Homem Aranha, que acordam todos os dias como Bruce Wayne e Peter Parker sendo os super heróis o seu alter ego, o Super Homem acorda todos os dias como Super Homem e o seu alter ego é Clark Kent, o jornalista". O homem predestinado a morrer vai mais longe na sua apreciação das bandas desenhadas de super heróis: "Clark Kent é a imagem que Super Homem faz da raça humana, cobarde". Para Bill, o Super Homem é como a Noiva (aka Black Mamba), todos os dias ela acorda como assassina e um dia vai descobrir um alter ego - mãe - Bill parece querer dizer que, igualmente, cobarde. Engana-se...
O realizador norte-americano, Quentin Tarantino, está de regresso com o segundo volume, de "Kill Bill", a sua homenagem ao cinema oriental e ao western spaghetti, entre outros. Na primeira parte, as artes marciais ocuparam grande parte da acção. Agora, voltam os diálogos absolutamente fabulosos, como o monólogo acima transcrito parece provar. No entanto, continua tudo o que une os amantes do cinema de Tarantino, vai para uma dúzia de anos, altura em que saiu "Cães Danados". O norte-americano de 41 anos bebe inspiração em todos os filmes que foi vendo ao longo da vida e depois prepara um verdadeiro "cocktail" explosivo a que é impossível ficar indiferente, goste-se ou não.
Depois de ter "despachado", no primerio volume de "Kill Bill", O-Ren Ishii (Lucy Liu) e Vernita Grenn (Vivica Fox), por lhe terem estragado a festa de casamento, a Noiva vai à procura dos restantes três implicados no massacre, Elle Driver (uma maravilhosa Daryl Hannah, que no volume 1 vimos vestida de enfermeira e a assobiar Bernard Herrman) Budd (Michael Madsen, o cowboy da orelha cortada em "Cães Danados" e que recusou fazer o papel de John Tarvolta em "Pulp Fiction" e se deve ter arrependido para a vida), e obviamente, Bill (David Carradine, o Caine de "Kung Fu", a prova que nem sempre acertamos à primeira, já que foi a segunda hipótese para o papel, depois de Warren Beaty ter visto em Bill apenas umas cenas de acção).
São muitas as perguntas que ficaram para responder no volume 2 de "Kill Bill". Nomeadamente, quem é o Bill, porque se tornou tão mortífera, a também conhecida por "Black Mamba" e se o facto de a sua filha ainda estar viva, como Bill deixa no ar no final do volume 1, vai fazer com que ela não o mate. A minha resposta favorita é a segunda, a parte da especialista em artes marciais e implacável assassina. A jovem é levada por Bill ao mestre Pai Mei (Gordon Liu), um exímio lutador de artes marciais que detesta tudo o que seja ocidental, desde loiras aos americanos, e que a vai ensinar a ser "Black Mamba".O tom sujo com que as cenas com o mestre chinês são apresentadas levam-nos à série "Kung Fu", que ocupou as tardes de Sábado de muitos de nós nos anos 70, e que tinha como protagonista David Carradine. E, já agora, que bem que sabe ouvir estes anos depois o tema tocado pelo próprio, na flauta. Contudo, "Kill Bill - vol 2" é muito mais um western spaghetti que um filme de artes marciais, não só pelo ambiente e cenários, mas também pela gestão dos silêncios e pela música. Aliás, a banda sonora é uma mais valia. Quentin Tarantino sempre soube compilar uma mão cheia de canções. O método de pilhagem usada nos filmes é reciclado para as bandas sonoras e voilá… de Johnny Cash a Ennio Morricone, passando por Urami Bushi ao mexicano Lole Y Manuel, tudo é construído milimetricamente para cada cena. Uma das últimas canções do filme é escrita pelo realizador Robert Rodriguez ("Desperado", 1995; "From Dusk Till Dawn", 1996; "Once Upon a Time in Mexico", 2003).
Quentin Tarantino continua a deliciar-nos com o seu cinema, esperemos que não demore mais seis anos para fazer outro!
Um nota final para os agradecimentos. O realizador norte-americano agradece a Charles Bronson, Lucio Fulci, Sérgio Leone, mas deixa de for a Bruce Lee, de quem Uma Thurman vestiu o fato de treino amarelo que vemos no volume 1, de "Kill Bill".
O realizador norte-americano, Quentin Tarantino, está de regresso com o segundo volume, de "Kill Bill", a sua homenagem ao cinema oriental e ao western spaghetti, entre outros. Na primeira parte, as artes marciais ocuparam grande parte da acção. Agora, voltam os diálogos absolutamente fabulosos, como o monólogo acima transcrito parece provar. No entanto, continua tudo o que une os amantes do cinema de Tarantino, vai para uma dúzia de anos, altura em que saiu "Cães Danados". O norte-americano de 41 anos bebe inspiração em todos os filmes que foi vendo ao longo da vida e depois prepara um verdadeiro "cocktail" explosivo a que é impossível ficar indiferente, goste-se ou não.
Depois de ter "despachado", no primerio volume de "Kill Bill", O-Ren Ishii (Lucy Liu) e Vernita Grenn (Vivica Fox), por lhe terem estragado a festa de casamento, a Noiva vai à procura dos restantes três implicados no massacre, Elle Driver (uma maravilhosa Daryl Hannah, que no volume 1 vimos vestida de enfermeira e a assobiar Bernard Herrman) Budd (Michael Madsen, o cowboy da orelha cortada em "Cães Danados" e que recusou fazer o papel de John Tarvolta em "Pulp Fiction" e se deve ter arrependido para a vida), e obviamente, Bill (David Carradine, o Caine de "Kung Fu", a prova que nem sempre acertamos à primeira, já que foi a segunda hipótese para o papel, depois de Warren Beaty ter visto em Bill apenas umas cenas de acção).
São muitas as perguntas que ficaram para responder no volume 2 de "Kill Bill". Nomeadamente, quem é o Bill, porque se tornou tão mortífera, a também conhecida por "Black Mamba" e se o facto de a sua filha ainda estar viva, como Bill deixa no ar no final do volume 1, vai fazer com que ela não o mate. A minha resposta favorita é a segunda, a parte da especialista em artes marciais e implacável assassina. A jovem é levada por Bill ao mestre Pai Mei (Gordon Liu), um exímio lutador de artes marciais que detesta tudo o que seja ocidental, desde loiras aos americanos, e que a vai ensinar a ser "Black Mamba".O tom sujo com que as cenas com o mestre chinês são apresentadas levam-nos à série "Kung Fu", que ocupou as tardes de Sábado de muitos de nós nos anos 70, e que tinha como protagonista David Carradine. E, já agora, que bem que sabe ouvir estes anos depois o tema tocado pelo próprio, na flauta. Contudo, "Kill Bill - vol 2" é muito mais um western spaghetti que um filme de artes marciais, não só pelo ambiente e cenários, mas também pela gestão dos silêncios e pela música. Aliás, a banda sonora é uma mais valia. Quentin Tarantino sempre soube compilar uma mão cheia de canções. O método de pilhagem usada nos filmes é reciclado para as bandas sonoras e voilá… de Johnny Cash a Ennio Morricone, passando por Urami Bushi ao mexicano Lole Y Manuel, tudo é construído milimetricamente para cada cena. Uma das últimas canções do filme é escrita pelo realizador Robert Rodriguez ("Desperado", 1995; "From Dusk Till Dawn", 1996; "Once Upon a Time in Mexico", 2003).
Quentin Tarantino continua a deliciar-nos com o seu cinema, esperemos que não demore mais seis anos para fazer outro!
Um nota final para os agradecimentos. O realizador norte-americano agradece a Charles Bronson, Lucio Fulci, Sérgio Leone, mas deixa de for a Bruce Lee, de quem Uma Thurman vestiu o fato de treino amarelo que vemos no volume 1, de "Kill Bill".
Título Original: "Kill Bill: Vol. 2" (EUA, 2004) Realizador: Quentin Tarantino Intérpretes: Uma Thurman, David Carradine, Daryl Hannah, Michael Madsen e Chia Hui Liu Argumento: Quentin Tarantino e Uma Thurman Fotografia: Robert Richardson Música: RZA e Robert Rodriguez Género: Acção / Thriller / Drama Duração: 136 min Sítio Oficial: http://killbill.movies.go.com |