20 de novembro de 2005

A ler...


É publicada hoje no "Público" uma interessante peça sobre a desertificação das salas de cinema em Portugal, bem como ( e para os cinéfilos portuenses) os problemas que salas como o Nun'Álvares ou o Passos Manuel estão a viver.
Subida dos preços dos bilhetes, aparecimento em força do mercado dos DVD's, ou produção cinematográfica cada vez mais fraca, são inúmeras as razões às quais se procura imputar a culpa desta crise no mercado cinematográfico. Pessoalmente, parece-me que cada vez mais o cinema fast-food invadiu de forma cruel todo o ritual de assistir a um filme (porque, convenhamos, não há nada melhor do que assistir a uma projecção em película de qualquer obra cinematográfica). De facto, o espectador quer ir ao cinema com um conjunto de facilidades e comodismos que os shoppings oferecem na sua totalidade - estacionamento, lugares para comer alguma coisa, pipocas,
refrigerantes e todo o tipo de panafernálias comestíveis que por vezes tornam o acto de assitir a um filme um suplício e, no final, uma saída rápida e airosa com o filme visto e destilado sem qualquer tipo de conversa aliada. E, a ajudar, o cinema que mais público cativa - o norte-americano produzido pelas majors - que entrou, à muito pouco tempo, numa crise profunda de qualidade. Aliado a isto, o estilo de vida que actualmente a nossa (e muitas outras) sociedade leva, de estar num constante corrupio, como se vivêssemos no fio da navalha - o acto de ir ver um filme tornou-se na necessidade de "perder o menos tempo possível".
Soluções, parece complicado arranjá-las. O preço dos bilhetes dependerá, de certo, da tão propalada retoma. Uma crescente necessidade de melhorar o equipamento de projecção e audio das salas (exemplo gritante é o das salas AMC Arrábida 20, que tem tanto de grande como de fraco). E, no final dos filmes, proporcionar a possibilidade de os espectadores se juntarem, quase automaticamente, para discutir, nem que seja nuns breves instantes, o que acabou de se assistir - abençoados festivais de cinema. E para o caro leitor, quais as razões e soluções para todo este problema?


0 comentários: