2 de junho de 2008

Petição Cinemateca no Porto

A notícia começou a correr com velocidade na internet, tendo a imprensa escrito feito eco das pretensões portuenses. Após o projecto "CIRCUITO - Cinema na Universidade", foi elaborada uma petição com vista a terminar com o centrão cultural na capital, levando à descentralizacão da Cinemateca, uma entidade com orçamento público, e que serve única e exclusivamente os cinéfilos da zona da Grande Lisboa.

Nesse sentido, numa iniciativa de louvar (e que esperemos que não caia em saco roto), já quase 1500 pessoas exortaram o Ministério da Cultura (MC) a que tome providências para que aquela instituição e toda a sua capacidade de programação possam ser postas aos serviço de outra parte de Portugal, por muitos ignorada, ou por desvarios geográficos, ou por imbecilidade decisória, que é a zona norte do país.

Da nossa parte, e frisando que não somos dados a propaganda de petições, aconselhamos todos aqueles que acham que:

1) O MC, a Cinemateca e o ICA não têm que servir os interesses únicos da uma parte da população, como sempre na zona sul;

2) Os apoios públicos devem ser equitativamente distribuidos por todo o território nacional, e não cair sempre no mesmo local;

3) A programação e vida cultural portuense está perto do óbito;

4) A Administração Central deve, em última racio, substituir-se à incompetência da Administração Local, e revitalizar toda uma região cultural;


a assinar a petição online que aqui corre. Pode não surtir efeito (sou pessimista por natureza) mas a consciência do tentar fica salvaguardada.

PS: parabéns aos cérebros da chamada de atenção.


3 comentários:

Patomanso disse...

Em nome do CIRCUITO, muito obrigado pela atenção e pelas pavlavras, Ricardo Clara.

Uma pressão constante não pode ser ignorada.

Para quem estiver interessado, podem consultar o documento que vamos entregar ao Ministério da Cultura no blog do movimento em: http://circuitocinema.blogspot.com/

Ógnito Inc. disse...

Recordo-me desta retórica há uns anos atrás (no tempo em que o Benfica ganhava campeonatos...) em relação ao futebol. Centralismo, Lisboa, Terreiro do Paço, etc. Hoje o centro do poder de decisão do Futebol está no Porto e no Norte. O campeonato nacional acaba em Setúbal! O Farense "acabou", o Setúbal teve (tá?) quase a ir e mesmo na liga de honra a hegemonia é dos clubes do Norte. Gostava que a cultura não tomasse o mesmo rumo. Se os contribuintes de Lisboa e Vale do Tejo que contribuem com mais de metade da receita fiscal nacional (70%, creio) não são mais que os outros, não o serão também as boas gentes do Porto e Norte em relação aos demais (Alentejanos, Algarvios, etc.). Eu também gostava de poder contar com uma casa da música em Lisboa, mas tá centralizada no Porto. A ultima visita que fiz ao Porto até foi essencialmente cultural. C. Musica, Serralves, gastronomia. Até decorria uma exposição de Dali, creio. Não queiram tudo! A A1 e os comboios fazem o percurso nos 2 sentidos ;) Cumprimentos.

Anónimo disse...

@ Ricardo: Nada que agradecer, e vou aproveitar para adicionar o blog aos links.

@ógnito inc.:

Obrigado pelo comment mas, claro, tenho que discordar. Adoro futebol (guilty), mas estou-me a «marimbar» para se o Norte tem mais clubes que o Sul. Aliás, por esse prisma, não entendo como é que os clubes do Sul conseguem manter-se em actividade e com inscrição regular na Liga (casos de V. Setúbal e Estrela da Amadora), com ordenados em atraso.

Acho provinciana a guerra Norte / Sul, aliás muito alimentada pelo pessoal cá do Porto. Mas vejamos:

1) Lisboa e Vale do Tejo não têm 70% da contribuição fiscal! Aliás, só com a actividade de turismo e os correspondentes IVA e IRC que daí advêm, tal era impossível! Os números estão inflaccionados.

2) A Casa da Música está centralizada no Porto, porque foi erguida com fundos quer estaduais, quer de privados... portuenses. E não esperemos que a Casa da Música, apesar da programação razoável, e da especial beleza que têm, se possa comparar a festivais de música como os do CCB, o Rock in Rio ou Optimus Alive, entre imensos outros exemplos que poderia dar.

3) Por fim, Serralves é de facto um grande equipamento portuense; gastronomia também Lisboa a têm. Nós não queremos tudo! Queremos paridade: se o orçamento nacional e os fundos públicos alimentam a Cinemateca, devemos poder usufruir de uma extensão aqui no Porto, que fornecia uma turba de cinéfilos, que pagariam menos na A1, A3 ou A28 de Coimbra, Braga, Valença ou Viana do Castelo para usufruirem do mesmo que os nossos queridos compatriotas de Lisboa têm a possibilidade de receber!

Cumprimentos aos dois!