Enormes coincidências unem os dois filmes do primeiro dia de Fantas. No primeiro numa Los Angeles no ano de 2019 a engenharia genética cria super-humanos para trabalhar e existe uma polícia especial para matar um grupo de seis fugitivos. No segundo numa Los Angeles de 2019 a engenharia genética cria clones a troco de milhões e uma força de elite é contratada para capturar/eliminar dois foragidos.
Tirando estas semelhanças exageradas, pouco mais haverá em comum. São diferentes como o dia e a noite. Se na ilha é preciso estar dentro de um tubo para conseguir sombra, no clássico o sol surge uma única vez e a janela é imediatamente fechada. Na ilha estão pessoas perfeitas, na cidade negra está apenas a escória da sociedade.
"Blade Runner" foi filmado por um Ridley Scott acabado de sair de "Alien" e que quatro anos antes tinha ganho melhor primeira obra em Cannes com "The Duelists". "The Island" foi filmado por Michael Bay que depois dos sucessos comerciais "Bad Boys", "The Rock" e "Armageddon" se desgraçou com uma sequela para "Bad Boys" e "Pearl Harbor" pelo que conseguiu a segunda nomeação para Razzie.
Blade Runner tem um Harrison Ford que já fez American Graffiti, dois Star Wars e um Indiana Jones. Tem um Rutger Hauer que já foi "Soldado da Rainha" e começa a sua enorme carreira internacional. Revelou ainda duas promissoras estrelas, Sean Young e Daryl Hannah. O filme de Bay basicamente utiliza seis actores. Steve Buscemi, Sean Bean e quatro estrelas com nomeações recentes para Oscares e Golden Globes: Ewan McGregor ("Moulin Rouge"), Scarlett Johansson ("Lost in Translation"), Djimon Hounsou ("In America") e Michael Clarke Duncan ("The Green Mile").
Enquanto dos actores do primeiro se pode dizer que têm o desempenho de uma vida, no segundo estão todos longe do seu melhor.
Já que é essa a secção, falemos pois de arquitectura. No filme de Scott o futuro tem arranha-céus negros, prédios do início do século XX abandonados, aglomerados de apartamentos com 80 andares e mais de trinta habitações por piso. As ruas estão tão cheias de gente que parecem estreitas. Na obra de Bay vivemos em torres rodeadas pelo mar. Os espaços são amplos tanto no deserto como nas largas avenidas de LA.
Para a equipa visionária de Sid Mead o futuro 37 anos depois seria uma miscelânea de nacionalidades em cidades sujas e poluídas enquanto quem tem posses parte para o espaço exterior. Pelo monólogo inesquecível de Roy Batty temos uma ideia do esplendor e imensidão desse mundo longínquo. O trabalho de Douglas Trumbull nos edíficios e naves ontem como em 81 é de tirar o fôlego a qualquer um. Já quem fez o filme à beira mar plantado olhando 14 anos para a frente imagina que as cidades fiquem altas e limpas. Concorda com os arranha-céus de 70 andares. A nível de transportes mudam algumas curvas nos camiões, os comboios seguem carris magnéticos - como é prática corrente no Japão - e as motas ficam voadoras.
A vantagem de isto ser cinema é que posso dizer "só vendo" e partilhar os trailers.
Tirando estas semelhanças exageradas, pouco mais haverá em comum. São diferentes como o dia e a noite. Se na ilha é preciso estar dentro de um tubo para conseguir sombra, no clássico o sol surge uma única vez e a janela é imediatamente fechada. Na ilha estão pessoas perfeitas, na cidade negra está apenas a escória da sociedade.
"Blade Runner" foi filmado por um Ridley Scott acabado de sair de "Alien" e que quatro anos antes tinha ganho melhor primeira obra em Cannes com "The Duelists". "The Island" foi filmado por Michael Bay que depois dos sucessos comerciais "Bad Boys", "The Rock" e "Armageddon" se desgraçou com uma sequela para "Bad Boys" e "Pearl Harbor" pelo que conseguiu a segunda nomeação para Razzie.
Blade Runner tem um Harrison Ford que já fez American Graffiti, dois Star Wars e um Indiana Jones. Tem um Rutger Hauer que já foi "Soldado da Rainha" e começa a sua enorme carreira internacional. Revelou ainda duas promissoras estrelas, Sean Young e Daryl Hannah. O filme de Bay basicamente utiliza seis actores. Steve Buscemi, Sean Bean e quatro estrelas com nomeações recentes para Oscares e Golden Globes: Ewan McGregor ("Moulin Rouge"), Scarlett Johansson ("Lost in Translation"), Djimon Hounsou ("In America") e Michael Clarke Duncan ("The Green Mile").
Enquanto dos actores do primeiro se pode dizer que têm o desempenho de uma vida, no segundo estão todos longe do seu melhor.
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Já que é essa a secção, falemos pois de arquitectura. No filme de Scott o futuro tem arranha-céus negros, prédios do início do século XX abandonados, aglomerados de apartamentos com 80 andares e mais de trinta habitações por piso. As ruas estão tão cheias de gente que parecem estreitas. Na obra de Bay vivemos em torres rodeadas pelo mar. Os espaços são amplos tanto no deserto como nas largas avenidas de LA.
Para a equipa visionária de Sid Mead o futuro 37 anos depois seria uma miscelânea de nacionalidades em cidades sujas e poluídas enquanto quem tem posses parte para o espaço exterior. Pelo monólogo inesquecível de Roy Batty temos uma ideia do esplendor e imensidão desse mundo longínquo. O trabalho de Douglas Trumbull nos edíficios e naves ontem como em 81 é de tirar o fôlego a qualquer um. Já quem fez o filme à beira mar plantado olhando 14 anos para a frente imagina que as cidades fiquem altas e limpas. Concorda com os arranha-céus de 70 andares. A nível de transportes mudam algumas curvas nos camiões, os comboios seguem carris magnéticos - como é prática corrente no Japão - e as motas ficam voadoras.
A vantagem de isto ser cinema é que posso dizer "só vendo" e partilhar os trailers.
2 comentários:
hoje é que vai ser com a arquitectura dinâmica e mexida do Dark City ;D
Novo blogue de cinema e televisão. Split Screen pretende ser um blogue despretensioso, sem grandes ambições de futuro, onde reina o gosto pelo cinema e televisão. Sem grandes obrigações, sem grandes definições, apenas um espaço onde vários colaboradores exprimem a sua opinião sobre as actualidades (e não só) referentes a cinema (críticas, crónicas, filmes, DVDs, notícias, posters, trailers, prémios...) e televisão (crónicas, notícias, séries, apresentações...).
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