Mel Gibson está de volta à função de actor. Passaram-se sete anos desde que foi o protagonista de um filme, oito desde um papel decente, e o nome começava a ser esquecido. Como realizador ainda se manteve ocupado, mas nos últimos anos estava basicamente a viver dos rendimentos. Agora tudo mudou, neste regresso encabeça um thriller com uma história clássica de conspiração e vingança.
Thomas Craven é um polícia com muitas saudades da filha. Quando ela decide tirar férias e passar uns dias com ele, não acredita em tamanha felicidade e tudo faz para que ela se sinta confortável no regresso a casa. Mas a pequena tem um segredo e, quando estava prestes a contá-lo é abatida violentamente a tiro. Sem tempo para ficar chocado ou sequer para chorar, Craven vai investigar por conta própria como é que a filha aos 24 anos tinha mais inimigos do que ele após 20 anos na polícia. Algo grande se passa e ninguém parece saber ou poder contar. As mortes acidentais sucedem-se e estendem-se por dois estados. Será um homem contra todos.
Martin Campbell é um realizador curioso. Começou pelo cinema, fez seis anos de séries e voltou definitivamente ao cinema onde está há quinze anos. Entre muitas outras coisas fez toda a série "Edge of Darkness", realizou dois James Bond (onde foi figurante pela única vez na vida), dois filmes do Zorro, e agora completou mais um par com a adaptação da série para filme. Um pai vingativo, uma filha ambientalista, uma conspiração e o nome Craven é o que ambas têm em comum. Este trabalho tem pouco de novo comparando com centenas de outros filmes que nos chegam. Tem muitos ingredientes bem aplicados e traz Mel Gibson de volta aos ecrãs, mas sabe a mais do mesmo. Com o desenrolar da trama vai aparecendo muita treta que culmina numa cena de rapto totalmente desnecessária que arruina o filme pois não tem justificação, não tem utilidade, não tem interesse. Parece ter ficado esquecida de uma qualquer outra versão da história.
Após duas horas a única ideia que fica é que Gibson ainda sabe actuar, mas isso é até Ray Winstone aparecer pois ele então está fenomenal. Não é um mau filme, só precisava de muito mais trabalho das várias partes intervenientes. Um argumento mais atento, um ritmo mais acelerado, uma moral menos gasta. Salva-se a frase "Everything's illegal in Massachusetts." que, imagino, venha a ser muito usada pelos americanos nos próximos tempos.
Título Original: "Edge of Darkness" (EUA, Reino Unido, 2010) Realização: Martin Campbell Argumento: William Monahan, Andrew Bovell (inspirados na série de Troy Kennedy-Martin) Intérpretes: Mel Gibson, Ray Winstone, Bojana Novakovic, Danny Huston Fotografia: Phil Meheux Música: Howard Shore Género: Drama,Thriller Duração: 117 min. Sítio Oficial: http://edge-of-darkness.warnerbros.com/ |
2 comentários:
Que filme fraquinho!
É uma cópia estereotipada de muitos outros filmes de acção!
Gostei de Winstone!
Abraço
Cinema as my World
Concordo! Especialmente com o "Taken".
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