Fellini era grande. Fellini era louco. Fellini era genial. Não se faz retrospectivas de cinema italiano sem Fellini e ele sempre o soube. Convencido do seu talento chamou ao que viria a ser a sua obra-prima "8 1/2" porque seria o seu oitavo-e-meio filme (um deles foi co-realizado por isso apenas conta como meio). Ao longo dos anos muitos o refizeram, adaptaram ou satirizaram. Na história recente um dos mais felizes foi "8 Femmes" de François Ozon, mas todas as adaptações foram vistas com alguma desconfiança. No teatro foi o contrário. O original venceu cinco Tony, o remake (revival na linguagem dos palcos) mais dois. Inspirado nisso o cinema arriscou novamente, adaptando o aclamado musical.
Guido Contini é o mestre do cinema italiano. Tudo o que faz é aclamado, se bem que os filmes mais recentes tenham sido um pouco fracos. Está prestes a fazer o seu nono filme de título "Italia" e para esse conta com a sua musa de sempre, Claudia. O único problema é que atravessa uma depressão, uma enorme crise de identidade e, cúmulo dos azares, não tem nenhum guião para filmar. Entre a mulher, a amante, a musa, a costureira, a jornalista, a prostituta da infância e o fantasma da mãe não sabe para onde se virar e por isso foge. Só que o produtor persegue-o com toda a equipa e farão o filme onde quer que seja. Já que nenhuma cidade lhe dá sossego, refugiar-se-á na própria mente.
Pelos nomes aparentemente seria difícil escolher melhor elenco. Pensemos em potências cinematográficas como Austrália, Espanha, França, Itália, Reino Unido. As actrizes escolhidas se não são cada uma a mais famosa do seu país serão de um top 3, top 5 no máximo. Estão todas muito bem, excepto a boneca de plástico italiana incapaz de tirar o sorriso ridículo perante as câmaras. Nos EUA seria impossível fazer uma lista tão curta, mas as escolhidas surpreenderam. Fergie por passar tão despercebida quando era suposto ser a mais profissional entre todas, e Kate Hudson por estar bem e linda. Aos anos que não podia dizer ambas as coisas dela num só filme. Finalmente o homem de todas estas mulheres. Daniel Day-Lewis é dos maiores actores da actualidade e quase tudo o que faz é arrasador. Aqui não.
Rob Marshall por muito que tente nunca será Fellini. O musical está demasiado enraizado neste trabalho para que a vertente cinematográfica tenha autonomia. A única coisa que ganha é poder alternar duas épocas durante uma só música, mas até isso faz de forma irregular. Num segundo visionamento atento ou com um bom background sobre a personagem Guido - ver o original - não é grave, mas como trabalho isolado fica quase incompreensível de tão solto. Posso dizer bem de uma coisa: a banda sonora está fenomenal, mas isso não foi ele a fazer.
Guido Contini é o mestre do cinema italiano. Tudo o que faz é aclamado, se bem que os filmes mais recentes tenham sido um pouco fracos. Está prestes a fazer o seu nono filme de título "Italia" e para esse conta com a sua musa de sempre, Claudia. O único problema é que atravessa uma depressão, uma enorme crise de identidade e, cúmulo dos azares, não tem nenhum guião para filmar. Entre a mulher, a amante, a musa, a costureira, a jornalista, a prostituta da infância e o fantasma da mãe não sabe para onde se virar e por isso foge. Só que o produtor persegue-o com toda a equipa e farão o filme onde quer que seja. Já que nenhuma cidade lhe dá sossego, refugiar-se-á na própria mente.
Pelos nomes aparentemente seria difícil escolher melhor elenco. Pensemos em potências cinematográficas como Austrália, Espanha, França, Itália, Reino Unido. As actrizes escolhidas se não são cada uma a mais famosa do seu país serão de um top 3, top 5 no máximo. Estão todas muito bem, excepto a boneca de plástico italiana incapaz de tirar o sorriso ridículo perante as câmaras. Nos EUA seria impossível fazer uma lista tão curta, mas as escolhidas surpreenderam. Fergie por passar tão despercebida quando era suposto ser a mais profissional entre todas, e Kate Hudson por estar bem e linda. Aos anos que não podia dizer ambas as coisas dela num só filme. Finalmente o homem de todas estas mulheres. Daniel Day-Lewis é dos maiores actores da actualidade e quase tudo o que faz é arrasador. Aqui não.
Rob Marshall por muito que tente nunca será Fellini. O musical está demasiado enraizado neste trabalho para que a vertente cinematográfica tenha autonomia. A única coisa que ganha é poder alternar duas épocas durante uma só música, mas até isso faz de forma irregular. Num segundo visionamento atento ou com um bom background sobre a personagem Guido - ver o original - não é grave, mas como trabalho isolado fica quase incompreensível de tão solto. Posso dizer bem de uma coisa: a banda sonora está fenomenal, mas isso não foi ele a fazer.
Título Original: "Nine" (EUA, Itália, 2009) Realização: Rob Marshall Argumento: Michael Tolkin, Anthony Minghella (inspirados no musical) Intérpretes: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Marion Cotillard, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren, Fergie Fotografia: Dion Beebe Música: Andrea Guerra Género: Drama, Musical ,Romance Duração: 118 min. Sítio Oficial: http://nine-movie.com/ |
1 comentários:
Parece não haver um consenso em relação a este filme.
Tenho de ver Fellini!
Abraço
Cinema as my World
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