Por ser uma espécie de meu segundo "primeiro filme" escolhi "The Lion King" para encerrar a primeira metade da DVDteca. Considerando a artimanha de ter colocado 13 filmes na lista este é o do meio e justifica a posição central por ter sido o filme que me relançou para o mundo cinéfilo. Se "The Goonies" me apresentou ao Fantas numa relação que dura há vinte e cinco anos, "The Lion King" apresentou-me ao resto, há mais de quinze anos.
Tive uma infância com muitos filmes adequados ao escalão etário. Por ser pequeno ou ter irmãos pequenos as idas ao cinema "normal" eram raras, mas tinha cassetes com tudo o que uma criança podia querer. Os clássicos Disney, Don Bluth, Turma da Mônica faziam parte de uma colecção que no armário parecia interminável, mas que no dia-a-dia se resumia à mesma dúzia de filmes. Esses nem saíam da sala. De tantas vezes que eram vistos ter a casa arrumada não valia o esforço. Até que um dia...
... fui ao cinema (espero que o blog me perdoe o roubo do nome). Fui ao cinema como as pessoas normais vão. Não era um festival, não era uma antestreia, era de uma forma nova em que se compra bilhete e se vê um filme. Não me lembrava de alguma vez ter ficado numa fila. Tinha talvez doze anos e ia ver uma animação por causa dos meus irmãos. Achava-me crescido para aquilo, queria ver filmes maiores de doze, mas ainda não tinha autonomia para escolher.
O filme em questão fez-me mudar de ideias. Não era o facto de ser uma animação que o tornava um filme menor. As aventuras de Simba e amigos tinham acção, tinham alegria, tinham combates ferozes, tinham romance... e tinham Hakuna Matata. Era desconcertante ver um suricata a comer insectos à pazada, era deliciosamente escandaloso um javali flatulento e era um espectáculo visual ver números musicais com uma avestruz aos ombros de antílopes, que por sua vez estão aos ombros de papa-formigas, que por sua vez estão aos ombros de girafas, que por sua vez estão aos ombros de hipopótamos, que, finalmente, estão aos ombros de elefantes. E dessas brincadeiras de criança passa-se para um mundo de irresponsabilidade típico da juventude, que termina quando o dever chama e é preciso assumir a herança cultural. A missão de vida está cumprida quando se gera descendência para fazer o mesmo num ciclo sem fim. Este é o círculo da vida que referem na abertura. E o filme termina muito justamente com o fechar do ciclo.
E foi com esta história que fiquei desgraçado (entenda-se como desgraça ir ao cinema durante todo o ano e não apenas no Fantas).
É um filme fenomenal que ninguém deve perder. Fez-me esquecer toda a animação anterior e reconhecer o género como uma classe de cinema que nada deve ao de imagem real. A provar isso, dias depois chegou "The Nightmare Before Christmas", a outra animação que faz parte dos grandes filmes da minha vida. Não entrou para o top 10 da DVDteca, mas num top 25 estaria merecida e confortavelmente.
Tive uma infância com muitos filmes adequados ao escalão etário. Por ser pequeno ou ter irmãos pequenos as idas ao cinema "normal" eram raras, mas tinha cassetes com tudo o que uma criança podia querer. Os clássicos Disney, Don Bluth, Turma da Mônica faziam parte de uma colecção que no armário parecia interminável, mas que no dia-a-dia se resumia à mesma dúzia de filmes. Esses nem saíam da sala. De tantas vezes que eram vistos ter a casa arrumada não valia o esforço. Até que um dia...
... fui ao cinema (espero que o blog me perdoe o roubo do nome). Fui ao cinema como as pessoas normais vão. Não era um festival, não era uma antestreia, era de uma forma nova em que se compra bilhete e se vê um filme. Não me lembrava de alguma vez ter ficado numa fila. Tinha talvez doze anos e ia ver uma animação por causa dos meus irmãos. Achava-me crescido para aquilo, queria ver filmes maiores de doze, mas ainda não tinha autonomia para escolher.
O filme em questão fez-me mudar de ideias. Não era o facto de ser uma animação que o tornava um filme menor. As aventuras de Simba e amigos tinham acção, tinham alegria, tinham combates ferozes, tinham romance... e tinham Hakuna Matata. Era desconcertante ver um suricata a comer insectos à pazada, era deliciosamente escandaloso um javali flatulento e era um espectáculo visual ver números musicais com uma avestruz aos ombros de antílopes, que por sua vez estão aos ombros de papa-formigas, que por sua vez estão aos ombros de girafas, que por sua vez estão aos ombros de hipopótamos, que, finalmente, estão aos ombros de elefantes. E dessas brincadeiras de criança passa-se para um mundo de irresponsabilidade típico da juventude, que termina quando o dever chama e é preciso assumir a herança cultural. A missão de vida está cumprida quando se gera descendência para fazer o mesmo num ciclo sem fim. Este é o círculo da vida que referem na abertura. E o filme termina muito justamente com o fechar do ciclo.
E foi com esta história que fiquei desgraçado (entenda-se como desgraça ir ao cinema durante todo o ano e não apenas no Fantas).
É um filme fenomenal que ninguém deve perder. Fez-me esquecer toda a animação anterior e reconhecer o género como uma classe de cinema que nada deve ao de imagem real. A provar isso, dias depois chegou "The Nightmare Before Christmas", a outra animação que faz parte dos grandes filmes da minha vida. Não entrou para o top 10 da DVDteca, mas num top 25 estaria merecida e confortavelmente.
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