Quando o homem mais poderoso do mundo era uma mulher
No âmbito deste mês que seria dedicado às mulheres do cinema, temos a sorte de encontrar um filme onde uma mulher se imiscui no mundo dos homens. Mais do que isso, numa era em que as mulheres era tratadas como meros objectos, nunca se sentiu inferior a ninguém e provou ser melhor do que todos os homens.
Johanna nasceu numa família problemática. O pai, padre britânico numa pequena aldeia germânica, leva a sério a sua missão de evangelizador. Entre os ideais que apregoa estão a proibição de usar ervas medicinais e outras "bruxarias", os homens não se rebaixarem a fazer trabalho de mulheres e as mulheres não ousarem sonhar fazer algo que compete aos homens como aprender a ler ou escrever. Por ironia do destino depois de dois rapazes biblicamente baptizados como Mateus e João, nasce-lhe esta filha que vai desafiar todas as regras. A mãe ensina-lhe secretamente as lendas e mezinhas pagãs, o irmão mais velho ensina-a a ler e escrever e assim ela vai crescendo sendo mais do que a filha desprezada.
Quando chega à aldeia o mestre-escola fica impressionado pelas capacidades da pequena e oferece-se para a ensinar. Contrariando a vontade do pai, Johanna aprende grego, filosofia e outras ciências até então vedadas ao sexo fraco. Até que um dia um emissário enviado pela Escola da Igreja vem buscar uma criança de nome Johanna para que ela prossiga os estudos. O pai encolerizado convence-o que foi um erro e o nome referido no papel seria João, mas ela não se dá por vencida e parte sozinha para esse mundo de homens onde vai demonstrar novamente ser superior a todos eles. O destino vai levá-la pelos diversos caminhos da Igreja e todos esses caminhos levam-na a Roma. Com o crescimento da mentira, a punição também crescerá, mas como desde o início que enfrenta a morte, porque não ascender ao mais alto posto da Igreja e contribuir para um mundo mais bondoso, um mundo mais justo?
É fascinante a vida desta mulher. A sua inteligência torna-a importante, a sua sageza torna-a imbatível, a sua piedade torna-a uma santa. No entanto tem de andar constantemente mascarada para poder desempenhar a missão a que estava destinada. Por alguma razão se chamou à Idade Média a idade das trevas. Num mundo evoluído Ciência, Filosofia e Religião complementam-se, não se auto-excluem. Tal como Aesculapius ensinou a Johanna, “se cremos que Deus nos deu a razão, como pode ela dizer que Deus não existe?”
Além do elogio ao género, este filme também é uma crítica à Igreja passada e indirectamente à Igreja presente. Um mundo cheio de vícios e corruptos onde quem atirou mais pedras se tornou mais poderoso. O Vaticano mudou muito desde então, mas continua fechado às mulheres que, segundo o filme, fizeram mais em dois anos pela justiça social do que todos os homens em 800 anos.
Infelizmente o magnífico filme fica-se pelo argumento. A realização desilude nos detalhes e a equipa de montagem parece ter "perdido" metade de cada cena, cortando-a logo após o momento fundamental. Como se uma mini-serie de quatro a cinco horas (ou sete na opinião do autor do livro) tivesse sido reduzida a duas horas e meia. É lamentável, mas talvez a pressão da Igreja tenha forçado a procurar um meio de projectar o mínimo de vezes para o máximo de pessoas.
No âmbito deste mês que seria dedicado às mulheres do cinema, temos a sorte de encontrar um filme onde uma mulher se imiscui no mundo dos homens. Mais do que isso, numa era em que as mulheres era tratadas como meros objectos, nunca se sentiu inferior a ninguém e provou ser melhor do que todos os homens.
Johanna nasceu numa família problemática. O pai, padre britânico numa pequena aldeia germânica, leva a sério a sua missão de evangelizador. Entre os ideais que apregoa estão a proibição de usar ervas medicinais e outras "bruxarias", os homens não se rebaixarem a fazer trabalho de mulheres e as mulheres não ousarem sonhar fazer algo que compete aos homens como aprender a ler ou escrever. Por ironia do destino depois de dois rapazes biblicamente baptizados como Mateus e João, nasce-lhe esta filha que vai desafiar todas as regras. A mãe ensina-lhe secretamente as lendas e mezinhas pagãs, o irmão mais velho ensina-a a ler e escrever e assim ela vai crescendo sendo mais do que a filha desprezada.
Quando chega à aldeia o mestre-escola fica impressionado pelas capacidades da pequena e oferece-se para a ensinar. Contrariando a vontade do pai, Johanna aprende grego, filosofia e outras ciências até então vedadas ao sexo fraco. Até que um dia um emissário enviado pela Escola da Igreja vem buscar uma criança de nome Johanna para que ela prossiga os estudos. O pai encolerizado convence-o que foi um erro e o nome referido no papel seria João, mas ela não se dá por vencida e parte sozinha para esse mundo de homens onde vai demonstrar novamente ser superior a todos eles. O destino vai levá-la pelos diversos caminhos da Igreja e todos esses caminhos levam-na a Roma. Com o crescimento da mentira, a punição também crescerá, mas como desde o início que enfrenta a morte, porque não ascender ao mais alto posto da Igreja e contribuir para um mundo mais bondoso, um mundo mais justo?
É fascinante a vida desta mulher. A sua inteligência torna-a importante, a sua sageza torna-a imbatível, a sua piedade torna-a uma santa. No entanto tem de andar constantemente mascarada para poder desempenhar a missão a que estava destinada. Por alguma razão se chamou à Idade Média a idade das trevas. Num mundo evoluído Ciência, Filosofia e Religião complementam-se, não se auto-excluem. Tal como Aesculapius ensinou a Johanna, “se cremos que Deus nos deu a razão, como pode ela dizer que Deus não existe?”
Além do elogio ao género, este filme também é uma crítica à Igreja passada e indirectamente à Igreja presente. Um mundo cheio de vícios e corruptos onde quem atirou mais pedras se tornou mais poderoso. O Vaticano mudou muito desde então, mas continua fechado às mulheres que, segundo o filme, fizeram mais em dois anos pela justiça social do que todos os homens em 800 anos.
Infelizmente o magnífico filme fica-se pelo argumento. A realização desilude nos detalhes e a equipa de montagem parece ter "perdido" metade de cada cena, cortando-a logo após o momento fundamental. Como se uma mini-serie de quatro a cinco horas (ou sete na opinião do autor do livro) tivesse sido reduzida a duas horas e meia. É lamentável, mas talvez a pressão da Igreja tenha forçado a procurar um meio de projectar o mínimo de vezes para o máximo de pessoas.
0 comentários:
Enviar um comentário