Hoje é Quinta-feira para quem fala português. Também gregos e lituanos nomeiam o dia da semana com um número, mas na maioria das línguas é em honra de uma personagem. Se falarem inglês dirão que é Thor’s day, para escandinavos será Torsdag e mesmo o termo alemão Donnersdag e o holandês Donderdag deixam de ser tão estranhos se nos lembrarmos que Thor tem o nome Donar em algumas culturas. Quem é esse sujeito que baptiza o dia das estreias em meia Europa, perdendo nos outros países apenas para o todo-poderoso deus romano Júpiter? É o mesmo, é o deus do trovão. Enquanto para os humanos Thor/Júpiter era o maior dos deuses, neste filme Thor é apenas o filho de Odin, esse sim, o rei de Asgard e defensor da paz no Universo (de salientar o jogo fonético em inglês de “Asgardians” com “guardians”). Neste filme serão narradas as aventuras de Thor e amigos em Asgard e em Midgard (Terra).
Thor ia ser coroado rei quando um ataque dos gigantes do gelo no palácio obriga a suspender a cerimónia. Odin, vendo o filho a deixar-se levar pelo impulso de retaliar, prefere adiar a passagem do cargo. Thor, o irmão Loki e quatro amigos partem em busca de vingança, interrompendo as tréguas que existiam entre ambos e despoletando um massacre. Furioso com o desrespeito, Odin bane Thor para a Terra despojado dos seus poderes. Um grupo de cientistas em busca duma ponte Einstein-Rosen choca com esse Thor humano e leva-o para o hospital. Ao início desconfiam dele, mas quando a SHIELD leva os resultados das suas pesquisas, a única esperança que lhes resta é o homem que veio das estrelas. Enquanto isso Loki faz os seus preparativos para governar Asgard, nem que para isso tenha de a destruir.
Nos últimos tempos Anthony Hopkins tem feitos más escolhas e Hemsworth não é referência para ninguém de bons filmes, mas um projecto que consegue convencer Kenneth Branagh e Natalie Portman a entrarem no universo Marvel merece algum respeito à partida. Nem o realizador é conhecido por fazer filmes ligeiros, nem a actriz se iria sujeitar no melhor ano da carreira a um filme menor apenas por questões financeiras. E “Thor” é um filme com pés e cabeça. A nível visual é tudo o que se poderia esperar. A personagem Jane Foster foi melhorada em relação ao livro e o alter-ego Donald Blake tem o seu momento, no geral o elenco e a história correspondem à ideia deixada pela BD e à lenda, sem descurar a componente científica. Quanto aos actores podem não ganhar prémios pela interpretação, mas não desiludem os fãs.
Os combates felizmente são muitos e variados, mas sem exageros. Claro que o martelo voador Mjolnir tem um poder destruidor incomparável, mas até essa arma só é usada em casos de absoluta necessidade. O 3D foi um acrescento inútil e para os espectadores será um desperdício de dinheiro. Quase metade do filme nem usa a tecnologia. A única cena onde poderia ser bem aproveitado - um carro a ser atirado - foi filmada do ângulo errado. Branagh não está acostumado a estas modernices.
As referências aos outros filmes do universo estão discretamente presentes e a sequela, confirmada na semana passada, tem espaço para crescer. O interesse por ela é que não é muito porque no formato dado aos filmes Thor e Mjolnir não têm rival.
Título Original: "Thor" (EUA, 2011) Realização: Kenneth Branagh Argumento: Ashley Miller, Zack Stentz, Don Payne, J. Michael Straczynski, Mark Protosevich (comics de Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby Intérpretes: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgård, Kat Dennings, Clark Gregg, Idris Elba Música: Patrick Doyle Fotografia: Haris Zambarloukos Género: Acção, Aventura, Drama, Fantasia Duração: 114 min. Sítio Oficial: http://thor.marvel.com/ |
2 comentários:
Este é o suposto grande filme da semana. Curiosamente não é o que me suscita maior interesse, aliás, só o verei no cinema se receber um convite bem tentador! Mas sem dúvida que concordo quando dizes que Hopkins ultimamente tem feito más escolhas. Mas decerto que mantém aquela postura! :D
Sarah
http://depoisdocinema.blogspot.com
Eu vi na antestreia senão também não seria das minhas prioridades. Quem gostou do Hopkins no "The Rite" também não vai desgostar de o ver aqui, mas não é o mesmo de antigamente.
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