Costumo ir ao cinema. Isso não é algo recente, já há muito tempo que vou ver filmes. E uma vez há muitos anos atrás também fui. Só que não era um filme qualquer e apesar de terem passado duas dúzias de anos ainda me lembro bastante bem que o meu primeiro contacto com os filmes para crescidos foi numa produção de um senhor chamado Steven Spielberg. Eram os anos 80 e ele então partilhava com George Lucas a liderança de uma geração de elite - onde se incluiam Tobe Hooper, Joe Dante, John Landis, Chris Columbus, Don Bluth e Robert Zemeckis - que dominava a produção americana com títulos como "E.T. - The Extraterrestrial", "Poltergeist", "The Twilight Zone", "Gremlins", "Back to the Future", "Indiana Jones", "The Color Purple", "An American Tail" (Fievel), "InnerSpace", "Empire of the Sun", "Who Framed Roger Rabbit" e o meu muito querido "The Goonies".
As aventuras em tela tiveram grandes heróis até então, mas não voltariam a ser iguais depois dos 80. Vieram os 90 e Spielberg continuou a reinar como senhor absoluto dos prémios e das bilheteiras com sequelas para muitos destes clássicos e novos títulos como "Amistad", "Men In Black", "Jurasic Park", "Saving Private Ryan", "Twister"; "Cape Fear", "Hook" e "Schindler’s List", mas para mim não era preciso mais nada. Só falo de cinema a sério com quem conhecer os Goonies e trato os outros como jovens que ainda não sabem o que é um filme a sério. Também Spielberg tem saudades desses tempos pois quase 30 anos depois de "ET" e 25 depois de "The Goonies" volta a dar a um grupo de crianças o estrelato em "Super 8".
O rei do cinema dos 80 uniu-se a J. J. Abrams, o rei da TV de hoje, para fazer uma nostálgica viagem aos 80 e ao mundo dos filmes em Super 8. Um grupo de crianças a fazer um filme amador vê-se envolvido numa confusão militar e num segredo que lhes pode custar as vidas. O mundo dos adultos tem os seus próprios problemas e é a clássica fronteira entre jovens e velhos que permite a construção de duas histórias distintas. Enquanto o pai de Joe como polícia tenta fazer uma ponte entre os civis que tudo perguntam e o exército que nada lhe diz, Joe e os amigos vão fazendo as suas filmagens em locais estratégicos para obterem a informação. Até chegarem a um ponto em que não podem ficar calados. Terão de agir ou estão todos perdidos.
Na verdade não é um regresso aos 80, a história desenrola-se no Verão de 1979. Nessa altura as maiores referências cinematográficas seriam "Close Encounters of the Third Kind" de Spielberg, "Star Wars" de Lucas e "Dawn of the Dead" de Romero. Os posters dos últimos dois títulos estão num dos cenários e o nome de Romero é uma constante. Ainda não havia "E.T. - The Extraterrestrial" pelo que os alienígenas simpáticos estavam em minoria e os nossos heróis têm medo.
Talvez tivesse as expectativas demasiado elevadas, mas isto não é um filme que se apresente a quem conheceu os 80. Nesse tempo os jovens eram destemidos e os pais facilmente enganados. Vejam os filmes de então, está lá tudo! Aqui temos uns miúdos que não formam um grupo coeso, temos umas histórias mal-explicadas entre os adultos, temos um desfecho que não surpreende e não satisfaz. Nem sequer há uma frase que se recorde ou uma música que se assobie. Pior do que tudo isso, é em quase duas horas de filme não ter aquela capacidade de pôr uma lágrima no canto do olho a qualquer um. Aproveita-se a abundãncia de explosivos e a curta feita pelos miúdos, dois minutos que valem bem mais do que todo o filme e onde se encontram homenagens descaradas ao cinema. O resto é apenas um mimetismo do que Spielberg nos deu há trinta anos, mas sem qualidade. Será que nem copiar conseguem?
As aventuras em tela tiveram grandes heróis até então, mas não voltariam a ser iguais depois dos 80. Vieram os 90 e Spielberg continuou a reinar como senhor absoluto dos prémios e das bilheteiras com sequelas para muitos destes clássicos e novos títulos como "Amistad", "Men In Black", "Jurasic Park", "Saving Private Ryan", "Twister"; "Cape Fear", "Hook" e "Schindler’s List", mas para mim não era preciso mais nada. Só falo de cinema a sério com quem conhecer os Goonies e trato os outros como jovens que ainda não sabem o que é um filme a sério. Também Spielberg tem saudades desses tempos pois quase 30 anos depois de "ET" e 25 depois de "The Goonies" volta a dar a um grupo de crianças o estrelato em "Super 8".
O rei do cinema dos 80 uniu-se a J. J. Abrams, o rei da TV de hoje, para fazer uma nostálgica viagem aos 80 e ao mundo dos filmes em Super 8. Um grupo de crianças a fazer um filme amador vê-se envolvido numa confusão militar e num segredo que lhes pode custar as vidas. O mundo dos adultos tem os seus próprios problemas e é a clássica fronteira entre jovens e velhos que permite a construção de duas histórias distintas. Enquanto o pai de Joe como polícia tenta fazer uma ponte entre os civis que tudo perguntam e o exército que nada lhe diz, Joe e os amigos vão fazendo as suas filmagens em locais estratégicos para obterem a informação. Até chegarem a um ponto em que não podem ficar calados. Terão de agir ou estão todos perdidos.
Na verdade não é um regresso aos 80, a história desenrola-se no Verão de 1979. Nessa altura as maiores referências cinematográficas seriam "Close Encounters of the Third Kind" de Spielberg, "Star Wars" de Lucas e "Dawn of the Dead" de Romero. Os posters dos últimos dois títulos estão num dos cenários e o nome de Romero é uma constante. Ainda não havia "E.T. - The Extraterrestrial" pelo que os alienígenas simpáticos estavam em minoria e os nossos heróis têm medo.
Talvez tivesse as expectativas demasiado elevadas, mas isto não é um filme que se apresente a quem conheceu os 80. Nesse tempo os jovens eram destemidos e os pais facilmente enganados. Vejam os filmes de então, está lá tudo! Aqui temos uns miúdos que não formam um grupo coeso, temos umas histórias mal-explicadas entre os adultos, temos um desfecho que não surpreende e não satisfaz. Nem sequer há uma frase que se recorde ou uma música que se assobie. Pior do que tudo isso, é em quase duas horas de filme não ter aquela capacidade de pôr uma lágrima no canto do olho a qualquer um. Aproveita-se a abundãncia de explosivos e a curta feita pelos miúdos, dois minutos que valem bem mais do que todo o filme e onde se encontram homenagens descaradas ao cinema. O resto é apenas um mimetismo do que Spielberg nos deu há trinta anos, mas sem qualidade. Será que nem copiar conseguem?
Título Original: "Super 8" (EUA, 2011) Realização: J. J. Abrams Argumento: J. J. Abrams Intérpretes: Joel Courtney, Riley Griffiths, Elle Fanning, Ryan Lee, Gabriel Basso, Zach Mills, Kyle Chandler, Ron Eldard Música: Michael Giacchino Fotografia: Larry Fong Género: Ficção-Científica, Mistério, Thriller Duração: 112 min. Sítio Oficial: http://www.super8-movie.com/ |
2 comentários:
O J.J.Abrams em cinema ainda não fez NADA de realmente novo!!
Ainda não vi este, mas temo que seja uma desilusão, para mais quando gosto de titulos como os The Goonies, Willow, ET e outros dos anos 80.
Em vez de veres este vê os Goonies outra vez.
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