24 de fevereiro de 2014

"The Monuments Men" por Nuno Reis




Then what would we be fighting for?

Tem andado muito em voga esta falsa afirmação de Churchill sobre a Cultura. Não há provas de ele o ter dito, mas, no entanto é daqueles argumentos que qualquer grande líder diria sem hesitar. A imortalidade do indivíduo só pode ser atingida pela das suas criações. A identidade de uma nação reside na arte que produz. No património que deixa para as gerações futuras. Parte do plano nazi para dominar os povos da Europa, residia em roubar toda a sua cultura. E, caso a guerra fosse perdida, destruí-la, para ao menos ter uma vitória moral. Se isso não é ser a personificação do Mal, não sei o que será.
Vamos fazer aqui um pequeno intervalo. Destruir obras de arte seja como protesto ( e ), como restauro criativo, ou como manobra de guerra (os Budas de Bamiyan destruídos pelos talibã em 2001) tem apenas um nome: estupidez. Estar em cenário de guerra e deixar que obras de arte sejam vítimas do processo, é mau. Atacar a arte propositadamente, é pior. É tão ou mais grave que o genocídio. Podemos dizimar todo um povo, que a sua História permanecerá nas suas criações. Se destruirmos as criações, perde-se todo o passado (e esperança no futuro) desse povo.
Voltemos ao que se passou no fim da Segunda Guerra Mundial. Hitler roubou toda a cultura que pode (de museus, colecções privadas e indivíduos) e ia colocá-la no seu museu pessoal. Estamos a falar de dezenas de milhares de obras de arte concentradas num local a que muito poucos teriam acesso. Querem ficar mais escandalizados? Os artistas modernos, estavam a ser destruidos por não considerar merecedores.
O que se segue é igualmente curioso. Os nazis estavam a levar as obras em locais secretos. Os russos fizeram um brigada dos troféus para roubar aos ladrões. Os americanos queriam recuperar o tesouro para devolver aos seus donos. Havia portanto três facções em busca de tesouros enquanto a guerra caminhava para o seu final.

Um homem reúne uma equipa para uma missão quase suicida no palco da guerra mais sangrenta jamais vista. Enquanto isso, uma mulher tenta fazer o mesmo por conta própria.
Estão a imaginar "Inglorious Bastards"? É quase. Tem o mesmo humor impróprio para a situação, tem menos violência, e não é tão ficção. Esta é a história de Frank Stokes, o homem que não deixou a arte ser uma vítima colateral. A sua equipa são os entendidos em arte que eram demasiado velhos ou incapazes para o exército convencional.
Escrito, realizado e protagonizado por George Clooney, tem um elenco muito bem composto. Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Cate Blanchett, Hugh Bonneville, Bob Balaban, um cameo de Alexandre Desplat e outro de Serge Hazanavicius... Não são actores que se deslumbrem pelo dinheiro. Com toda este gente ou era um grande filme, ou a filmagem ia ser muito divertida. Para nossa sorte, tivemos ambos.
The Monuments Men” evita a violência gratuita. E agradeço que tenha o mínimo possível de mortes no ecrã (para um filme em cenário de guerra) pois para torturar o espectador bastam os quadros queimados. Com uma aproximação delicada e muitos momentos de descontracção, é um filme de acção light - quase filme pipoca! - com uma mensagem a transmitir que é mais importante do que o filme em si. Não digo que o filme como obra não importa - até tem algumas micro-histórias interessantes - mas talvez o melhor seja a discussão que levanta. A questão “uma obra vale uma vida humana?” a que Stokes primeiro responde “não” para acabar a dizer “sim”.

Essa discussão tem duas partes. A primeira é que a missão em que partiram não teria uma eficácia de 100%. Era impossível salvar todas as obras, fosse porque tinham sido escondidas por pessoas já mortas, porque tinham sido levadas para parte incerta, ou porque tinham sido destruídas, nem todas as obras europeias voltariam a casa. Eles podiam baixar os braços e ficar indiferentes a cada obra perdida - o que facilitaria o trabalho - ou podiam considerar cada obra salva uma vitória e ter milhares de vitórias. A aproximação adoptada no filme foi a mais realista, assumiram que umas obras tinham mais importância que outras e usaram-nas como referência. Conseguir essas obras significaria sucesso, não as conseguir seria uma derrota. Duas entre cinquenta mil é escandalosamente pouco, mas, o que seria um número razoável? E por entre milhões de mortos, esses números têm alguma expressão?
A segunda parte é sobre o valor real de uma obra. Eu prefiro aquelas artes que criam de múltiplas cópias como literatura, cinema e música. Chegam a mais gente e estão mais seguras. Quando se trata de obras unitárias - pintura, escultura, arquitectura - um sítio fica com toda a responsabilidade e com todo o risco. Por isso é que uma réplica devia ser tão respeitada como o original. Se é exactamente igual ao original, apenas um pouco mais nova, não transmite o mesmo que o seu autor queria dizer? Quem possui a peça pode achar que vale mais se for única, mas só tem valor se puder ser apreciada por alguém. Ver um original que é aberto uma vez por ano, e estar sujeito a determinada temperatura/pressão/humidade, com distância de segurança e um vidro de 30 centímetros pelo meio é um desperdício de tempo. Deixem esse fechado para os restauradores e estudiosos (se eles o quiserem) e exibam uma cópia ao público. Porque quando o original ficar irrreparável - e esse dia chegará sempre, nem que seja daqui a mil anos - uma cópia será tudo o que verão.
Podemos ainda pensar no caso do Cinema e no trabalho que tem dado preservar uma arte tão jovem. Colecções como Gaumont-Pathé, a Library of Congress americana ou a Criterion estão a fazer um excelente trabalho preventivo e mesmo assim milhares de filmes estão já irremediavelmente perdidos. Nem tudo merece ser salvo, isso é bem verdade, mas não é a nós que compete decidir se a geração futura tem ou não o direito de ver um mau filme. O nosso dever é preservá-los para que estejam ao alcance de quem os quiser ver. Podemos juntar a nossa opinião para lhes facilitar a escolha, mas todos merecem ver maus filmes.

Então, uma obra vale uma vida?
Guy Montag pode ter sido altruísta e ariscado tudo por algo que desconhecia, mas nesse contexto Bradburyano qualquer obra era fundamental. A minha resposta: Não morreria pelo original de algo que tem centenas de cópias. Morreria pela única cópia de algo que considerasse mais importante do que a minha vida. O curioso é que nessa lista tenho títulos de filmes, livros e músicas, obras que me dizem algo porque as vi, as ouvi e as senti. Fazem parte do que sou. Chamem-me insensível, mas não tenho nessa lista uma única obra das artes plásticas.

Voltando a “The Monuments Men”, é um filme único sobre a guerra. Lembra-nos que não lutamos por um bocado de terra ou por um ideal, foi pelas liberdades. Incluindo a de expressão, de pensamento e de acesso à cultura. É um agradecimento aos soldados, aos seus informadores, aos artistas e aos que lutaram (e talvez tenham morrido) para que essas obras chegassem até nós. Só por isso merece todo o nosso respeito e uma compra de bilhete.

Depois de o verem, passem por um museu ou leiam um livro. Dêem valor à cultura para que não tenha sido em vão.
The Monuments MenTítulo Original: "The Monuments Men" (Alemanha, EUA, 2014)
Realização: George Clooney
Argumento: George Clooney, Grant Heslov (baseados nos livros de Robert M. Edsel e Bret Witter)
Intérpretes: George Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Bob Balaban, Dimitri Leonidas
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Phedon Papamichael
Género: Acção, Biografia, Drama, Guerra
Duração: 118 min.
Sítio Oficial: http://www.monumentsmenmovie.com

23 de fevereiro de 2014

"Saving Mr. Banks" por Nuno Reis

Disney. Um nome que faz parte do nosso imaginário desde tempos imemoriais. Fossem frutos da própria imaginação, histórias infantis de outros tempos ou de autores conteporâneos, Walt Disney e a sua fábrica de sonhos transformaram histórias engraçadas em filmes que o mundo nunca esquecerá. Hoje em dia esse império compra tudo o que quer, acenando com um cheque de quatro mil milhões de dólares. Mas nos anos 40 e 50, uma autora resistiu estoicamente às sucessivas tentativas do magnata. Os direitos de “Mary Poppins” era desejados por Walt Disney que tentou comprá-los desde 1938 e foi sempre recusado. Até que o dinheiro fez falta e partiu para uma discussão que tencionava ganhar, contra o primeiro homem que conseguiu enriquecer ao mesmo tempo que ia cativando franca simpatia. Pamela Lyndon Travers era fria, solitária e desagradável. Walt Disney era bem-disposto, acessível e sabia agradar até a crianças. Dois egos incompatíveis e inflexíveis que estavam destinados a colidir. Teria o calor de Walt tempo para derreter o gelo que se tinha apoderado do coração de Mrs. Travers?

A Disney do século XXI tem sérios problemas de imagem e tinha de a melhorar sem ser manipuladora. Quando é preciso um milagre, nada como recorrer à supercalifragilisticexpialidócia Mary Poppins. Talvez por isso Kelly Marcel não tenha tido problemas a vender o argumento à única empresa que o poderia fazer (se pensam que seria fácil, perguntem-se porque nunca antes Walt tinha sido representado em tela). Este filme tinha a difícil tarefa de mostrar o lado humano da Disney ao mesmo tempo que não insultava uma das suas mais importantes aliadas. E não podia ser demasiado simpático para não ser acusado de ser falso. Conseguiram tudo isso. Outra vez. Agrada a miúdos e graúdos com uma estória de várias leituras, é o melhor conto de fadas em imagem real desde “Enchanted”.

Os cartazes podem falar constantemente de Tom Hanks e Emma Thompson, mas o grande trunfo do filme é Colin Farrell. No seu papel de pai, recorda-nos que a primeira e mais importante função de um progenitor é contar histórias, de forma a desenvolver na sua prole uma imaginação fértil que permita encarar a vida com um sorriso e capacidade criativa. Essa tarefa é bem mais complicada do que parece e para isso é que temos a Disney, com grossos catálogos de histórias para contar, personagens ternurentas e morais importantes para recordar. Travers teve um pai assim. Mas nem tudo foram rosas na sua vida e o livro “Mary Poppins” esconde uma infância difícil que Disney terá de explorar de forma a conseguir os direitos da adaptação. Irá a tempo de salvar a infância numa mulher de sessenta anos?
Tom Hanks foi pessoalmente escolhido pela Disney para o papel. Queriam alguém de confiança, alguém de quem fosse impossível não gostar. Não tinha como falhar. Por outro lado precisavam de alguém odiável para ser Travers. Uma das mais doces actrizes contemporâneas teve de se metamorfosear numa senhora de feitio insuportável. Era impossível pois a Disney, com o seu novo estatuto de mega-corporação maligna, merece inimigos irredutíveis e por isso Travers tem muito carinho na sua firme oposição, mas Thompson tem um belo desempenho. De recordar que ela esteve muito envolvida na dupla adaptação de “Nurse Matilda” sobre uma ama mágica britânica (foi argumentista e actriz). Encarnar a autora da mais famosa ama do mundo poderia ser um pequeno passo, mas foi uma completa transformação.
Deixava ainda uma palavra para Paul Giamatti que se num filme é um velhaco, depressa ouve um merecido “o único americano de quem gostei”. Este senhor é fenomenal em tudo que faz.

Quanto à imagem que fica da Disney depois destas duas horas, é bastante boa. São uma empresa de pessoas, extremamente amável com as pessoas, onde a criatividade não tem limites e se trabalha até atingir a perfeição, seja em imagem real, animação, ou na componente sonora por si só. Não será um spoiler dizer que a Disney conseguiu mesmo os direitos para fazer “Mary Poppins”, a sua primeira produção com Inglaterra, mas ao ver na antestreia tantas criações Disney não relacionadas, deu para perceber que a Mary Poppins não seria apenas mais um tijolo do império. Na Disney cada nova história torna-se parte da família e é acolhida pelos outros em enorme alegria. Tal como estamos a ver com Pixar, Muppets e todo o universo infantil que estão a engolir. Fiquei convencido. Quando tiver uma história para vender, se a Disney a quiser, estou disposto a negociar.

Agora com licença, vou ali num instante ver a "Mary Poppins" com novos olhos e ser criança por mais um bocado.

Saving Mr. BanksTítulo Original: "Saving Mr. Banks" (Austrália, EUA, Reino Unido, 2013)
Realização: John Lee Hancock
Argumento: Kelly Marcel, Sue Smith
Intérpretes: Emma Thompson, Tom Hanks, Annie Rose Buckley, Colin Farrell,
Música: Thomas Newman
Fotografia: John Schwartzman
Género: Biografia, Comédia, Drama, Família, História
Duração: 125 min.
Sítio Oficial: http://movies.disney.com/saving-mr-banks

"The Book Thief" por Nuno Reis

Não sei o que aconteceu para as artes terem redescoberto que a Segunda Guerra Mundial foi o período mais negro da nossa história e quererem retratar esse período com uma réstia de esperança a iluminar.
Eu diria que “The Book Thief”, do australiano de origem germano-austriaca Markus Zusak, era apenas um livro para young adults como tantos outros na moda. O investimento de 19 milhões na produção e o elenco internacional, seriam um exagero para o filme de Brian Percival (que tinha em “Downton Abbey” o mais importante feito do currículo), mais um sobre aquela guerra que nos satura. Dizia isso, até ver o trailer.
Foi algo na espectacular fotografia, na banda sonora (nova nomeação a Oscar para John Williams), nos olhos da protagonista. Este filme não tinha aspecto de ser “mais um”, não podia ser! Estava a sentir algo muito raro: era um filme com alma e para ver com o coração. Se ia fazer nova viagem ao inferno na Terra, ao menos ia num que me fizesse ter esperança em regressar.

O filme recebe-nos com pompa e circunstância. O nosso guia é a própria Morte e faz uma vítima ainda antes das apresentações estarem concluídas. Mas não é uma Morte cruel que leva as almas por maldade, é uma Morte apática que cumpre o seu dever de forma metódica, cumprindo os prazos que lhe são dados de forma que desconhecemos. E é uma Morte que, apesar de acompanhar a Humanidade desde o princípio dos tempos, por vezes tem curiosidade sobre o que nós somos. Há indivíduos que a perturbam e a fazem pensar sobre o que é a Vida. Liesel é uma dessas pessoas e nós depressa vamos perceber porquê. Primeiro, porque é uma lutadora. Apesar das dificuldades por que passa, nunca deixa de sonhar e de ser fiel aos seus princípios. Segundo, porque quer saber sempre mais. Faz perguntas, lê, explora. Terceiro, porque vê o mal no mundo e toma uma posição contra. Estas pessoas são raras.
Tudo o que o trailer prometia a nível visual e sonora está cumprido. A história que nos é contada não se distingue de muitas outras sobre famílias que esconderam judeus. É sobre uma família alemã na Alemanha em vez de ser dum território ocupado, o que aumenta a simpatia, mas, na prática, até diminui o risco. As autoridades locais são mais simpáticas que um exército invasor. Mas essa família é secundária pois o que interessa é a vida de Liesel. Como sorri apesar de todos os desafios que a vida lhe coloca, como desafia tudo e todos lendo livros proibidos, à semelhança do vizinho e melhor amigo Rudy que é o melhor corredor da escola e tem como ídolo Jesse Owens, o americano mais odiado pelo regime por ser negro e ter vencido os Olímpicos de Munique. Este encanto infantil e inocente, a alegria contagiante de Geoffrey Rush como pai dela, a ambígua mãe (Emily Watson) que tanto nos faz detestá-la como querer um abraço, e várias cenas impagáveis como as que o uniforme da Hitlerjugend vestido com indiferença nos trazem, fazem de “The Book Thief” um título obrigatório para visionamento caso ainda não tenham lido.

Quem vê muitos filmes até poderá esquecer que este em particular existiu, mas decerto recordará o sentimento, os valores a preservar, e aqueles olhos inquisidores que brilhavam durante a leitura. É portanto, um filme que tem a sua missão cumprida.

The Book ThiefTítulo Original: "The Book Thief" (Alemanha, EUA, 2013)
Realização: Brian Percival
Argumento: Michael Petroni (baseado no livro de Markus Zusak)
Intérpretes: Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson, Nico Liersch, Roger Allam (narrador)
Música: John Williams
Fotografia: Florian Ballhaus
Género: Drama, Guerra
Duração: 131 min.
Sítio Oficial: http://www.thebookthief.com/

Isto é que foi um dia de cinema!

22 de Fevereiro de 2014 é um dia que irei recordar por muito tempo. Foi um dia de ver muitos bons filmes.

Tudo isto começou com a obrigação de ver o máximo de filmes oscarizados antes das 8 da manhã desse dia. Era uma necessidade que já vinha de há muito tempo, mas, como sempre, nada como deixar o grosso do trabalho para os últimos dias. Foram mais de trinta nos úlimos meses, mas desses vi talvez uma dezena na última semana. E não foi nada má esta viagem no tempo. Por exemplo, voltei a abrir a colecção Clint Eastwood que estava a ganhar pó há dois anos para ver "Unforgiven". Consegui controlar-me e não ver tudo o resto.
Hoje foi melhor porque tive várias surpresas. O DVD importado "Bailando con Lobos" que numa década nunca tinha funcionado, agora está a dar. Bendito leitor do computador! Depois desse vi mais três velhinhos (anos 40, 50 e 70) e entre eles descobri um novo merecedor de nota máxima. Mas isso podia acontecer facilmente. É um conjunto de filmes distinguidos pela sua qualidade, foram seleccionados há muito e sobreviveram ao teste do tempo. O melhor foi o que aconteceu de tarde. Uma partida do destino.

Há um mês ou parecido, fui presenteado com um trailer irresistível para "The Book Thief" logo seguido de um irresistível para "The Monuments Men". Prometi-me ver esses filmes tão semelhantes juntos e este foi esse dia.

Para não me enervar com esses destruidores de cultura e não ficar com pesadelos à custa de tanto desperdício, optei por intervalar com algo muito leve: uma viagem ao mundo mágico Disney para salvar Mr. Banks. Três dramas com toques de comédia e diferentes temas que partilham a mesma mensagem: o mundo é belo, mas isso depende muito das pessoas.

Pois a verdade é que entre filmes velhos e novos, descobri um novo favorito e tenho quatro belos rascunhos de críticas a fervilhar na minha mente. Acho que é mesmo por isso que adoro Cinema. Infelizmente hoje em dia não é fácil descobrir um filme que nos lembre isso, quanto mais sete de uma vez.

4 de fevereiro de 2014