Trinta anos depois do filme original, chega nova versão de "The Taking of Pelham 123". Sendo um remake fica-se logo de pé atrás. A razão de existência deste filme é quase nula, a necessidade pode ter sido um pouco actualizada pelo 9/11, mas não muito. No entanto aqui estava o filme feito, com um bom realizador e actores que podiam ter escolhido projectos mais interessantes.
Garber subiu a pulso na hierarquia do metro nova-iorquino. Chegou a ser um dos manda-chuvas da rede, mas devido a uma suspeita foi temporariamente transferido de volta ao cargo de controlador de tráfego. Quis o destino que estivesse ao serviço na hora e linha em que é feito um ataque terrorista ao metro. Terá de usar toda a sua experiência, psicologia e paciência para lidar com os sequestradores, com a polícia e com a Câmara, num jogo em que se decide muito mais do que as vidas e os milhões discutidos pelo telefone. Do outro lado da linha estão um ex-maquinista, dois indivíduos de poucas palavras com gatilho rápido e Ryder. O líder do grupo é um homem misterioso, a quem Garber arranca a custo pequenas palavras sobre o passado. É mais do que um vulgar terrorista. Tem tudo controlado, lida bem com os atrasos, não tem nada a perder e parece ter muito a ganhar. Só que do outro lado também Garber controla mais do que parece.
São duas fortes interpretações de dois grandes interpretes. Travolta como um explosivo psicopata criado pela cidade e que a quer destruir onde mais dói. Washington como o cidadão acusado pela cidade que tem em mãos o poder de salvar uma parte dela. Portanto, dois homens muito semelhantes, apenas em etapas diferentes: um é o anti-herói relutante, o outro o vilão intransigente. O confronto entre os dois pelo telefone é a melhor parte do filme. Apesar de ser um diálogo entre estranhos a tensão leva-os a dizer muito. Ficamos a conhecer as personalidades, o passado e as motivações para o futuro. O conto foi actualizado com portáteis, mas de resto mantém-se fiel ao mundo tradicional e fechado dos comboios, sendo independente da época em que foi feito.
Para compensar há alguns detalhes que só estragam. A transmissão em tempo real para a televisão que os terroristas não vêem - apesar de terem estabelecido comunicação com o exterior – e a polícia não corta. Os efeitos de câmara no exterior em nada compatíveis com os utilizados nos espaços claustrofóbicos da maioria do filme. O remendo de dez minutos com que o filme termina, parecendo que foi feito por outro realizador e colado à pressão para encerrar a história. O diálogo entre Garber e o Mayor foi cuidado mas soa a falso, soa a mensagem política encapsulada do Mayor para o eleitor, e do filme para o espectador.
A intensidade dá consistência a um filme feito especialmente para nova-iorquinos. Os habitantes dessa muito específica terra das oportunidades confiam mais nos seus cidadãos acusados do que nos seus políticos ilibados. Para os habitantes das restantes cidades basta ver num fim-de-semana na TV.
Garber subiu a pulso na hierarquia do metro nova-iorquino. Chegou a ser um dos manda-chuvas da rede, mas devido a uma suspeita foi temporariamente transferido de volta ao cargo de controlador de tráfego. Quis o destino que estivesse ao serviço na hora e linha em que é feito um ataque terrorista ao metro. Terá de usar toda a sua experiência, psicologia e paciência para lidar com os sequestradores, com a polícia e com a Câmara, num jogo em que se decide muito mais do que as vidas e os milhões discutidos pelo telefone. Do outro lado da linha estão um ex-maquinista, dois indivíduos de poucas palavras com gatilho rápido e Ryder. O líder do grupo é um homem misterioso, a quem Garber arranca a custo pequenas palavras sobre o passado. É mais do que um vulgar terrorista. Tem tudo controlado, lida bem com os atrasos, não tem nada a perder e parece ter muito a ganhar. Só que do outro lado também Garber controla mais do que parece.
São duas fortes interpretações de dois grandes interpretes. Travolta como um explosivo psicopata criado pela cidade e que a quer destruir onde mais dói. Washington como o cidadão acusado pela cidade que tem em mãos o poder de salvar uma parte dela. Portanto, dois homens muito semelhantes, apenas em etapas diferentes: um é o anti-herói relutante, o outro o vilão intransigente. O confronto entre os dois pelo telefone é a melhor parte do filme. Apesar de ser um diálogo entre estranhos a tensão leva-os a dizer muito. Ficamos a conhecer as personalidades, o passado e as motivações para o futuro. O conto foi actualizado com portáteis, mas de resto mantém-se fiel ao mundo tradicional e fechado dos comboios, sendo independente da época em que foi feito.
Para compensar há alguns detalhes que só estragam. A transmissão em tempo real para a televisão que os terroristas não vêem - apesar de terem estabelecido comunicação com o exterior – e a polícia não corta. Os efeitos de câmara no exterior em nada compatíveis com os utilizados nos espaços claustrofóbicos da maioria do filme. O remendo de dez minutos com que o filme termina, parecendo que foi feito por outro realizador e colado à pressão para encerrar a história. O diálogo entre Garber e o Mayor foi cuidado mas soa a falso, soa a mensagem política encapsulada do Mayor para o eleitor, e do filme para o espectador.
A intensidade dá consistência a um filme feito especialmente para nova-iorquinos. Os habitantes dessa muito específica terra das oportunidades confiam mais nos seus cidadãos acusados do que nos seus políticos ilibados. Para os habitantes das restantes cidades basta ver num fim-de-semana na TV.
Título Original: "The Taking of Pelham 1 2 3" (EUA, Reino Unido, 2009) Realização: Tony Scott Argumento: Brian Helgeland (baseado no livro de John Godey) Intérpretes: Denzel Washington, John Travolta, John Turturro, James Gandolfini Fotografia: Tobias A. Schliessler Música: Harry Gregson-Williams Género: Crime,Thriller Duração: 106 min. Sítio Oficial: http://www.catchthetrain.com/ |
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