23 de setembro de 2010

"Knight & Day" por Nuno Reis

Roy Milner: They'll tell you I'm mentally unstable and violent and dangerous and it will all sound very convincing.
June Havens: I'm already convinced.


Fez-se muitas comparações entre este filme e "Salt" que Cruise recusou e se tornou um pequeno fenómeno. Ou "The Tourist" que recusou por achar muito parecido com o seu espião da franchising. Claro que seria espiões com diferentes histórias e estilos e como tal não se deve comparar esses papéis com Ethan Hunt, mas considerando a frequência com que faz filmes (um por ano) pode ser insatisfatório para os fãs verem sempre mais do mesmo. A proposta escolhida por Cruise foi a mais segura. Realizador conceituado (a razão porque eu fui ver), uma actriz com que já trabalhou e um argumento divertido. Gostou tanto que além de ter cobrado apenas metade do habitual, ainda interpretou o filme sem duplos. Se bem se recordam quando foi Samurai ia perdendo uma orelha...



June foi a pessoa certa no local errado, à hora errada. Foi a pessoa certa porque todos a escolheram. Estava no local errado à hora errada porque o voo para o casamento da irmã a tornou no peão mais valioso num mortal jogo de espiões. Apesar de ter conseguido voltar para a vida normal, continua a estar marcada e para sobreviver vai ter de jogar. Num aventura que a leva em rápida digressão pela América, pelos Açores desconhecidos, pelos belos Alpes austríacos e algumas outras localizações variadas, vai aprender que não tem o que é preciso para ser uma espia. O responsável por isso é Roy Milner, um louco que choca com ela no aeroporto e que June vai desejar nunca ter conhecido. Ele pode não se saber comportar com uma senhora, mas sabe como deve agir quando se é perseguido por serviços secretos e terroristas. Juntos são uma improvável dupla que vai sobrevivendo, nem eles sabem como.

Fortemente virado para a comédia, peca no início de tão ridículo que parece. Quando o espectador está ambientado e já se sente confortável com a palhaçada até que é engraçado. Naquela adorável forma em que um filme é tão mau que até dá gozo ver. O argumento é previsível do início ao fim, com algumas excepções relativas a June, mas como nunca pretende ser um filme sério suporta-se. Já a fotografia é dos pontos mais fracos e não faz jus ao farto orçamento que teve (117 milhões de dólares).
O filme só começa a ser minimamente interessante após o salto de mota. É uma cena de acção convencional que despoleta adrenalina, algo em falta nas rocambolescas cenas iniciais. A partir daí vê-se perfeitamente em televisão num qualquer fim-de-semana.
Tom Cruise está estranho do início ao fim (não no bom sentido como vimos em “Tropical Thunder” que lhe valeu nomeação para vários prémios). Cameron Diaz nos vinte minutos finais tem o seu momento alto com a ajuda do guião, algum talento, e expressões faciais muito bem conseguidas.

Sendo blockbuster de Verão não se pode comparar com Cinema a sério. Comparando com algumas comédias recentes de espiões (sim, estou a insultar novamente "Kiss and Kill") é fenomenal.


Título Original: "Knight and Day" (EUA, 2010)
Realização: James Mangold
Argumento: Patrick O'Neill
Intérpretes: Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard, Jordi Mollà
Música: John Powell
Fotografia: Phedon Papamichael
Género: Acção, Comédia, Romance
Duração: 109 min.
Sítio Oficial: http://www.knightanddaymovie.com/

1 comentários:

A Bola Indígena disse...

Ao filme dou uma avaliação de 5/10
É um bom filme de entretenimento talvez mais para o sector feminino, mas só isso.
Abç.