27 de fevereiro de 2005

”El Lobo” por Nuno Reis


Baseado num momento chave da história espanhola do século XX e centrado numa personagem incontornável dessa mesma história, o quarto (e último) título espanhol em quatro dias. O filme começa por dizer que é baseado em factos verídicos o que levanta algumas suspeitas a quem não conheça a verdade pois o argumento consegue misturar plenamente amor com traição, dedicação com obrigação, morte com liberdade, e ainda mostrar todos os lados da história, quem quer a luta armada, quem quer a luta política e quem sofre no meio dos confrontos entre a ditadura e os revolucionários. A lenda de Lobo começa com um homem que simpatizava com o movimento separatista basco, quando um golpe com o qual ele não concordava é bem sucedido e ele é preso, é convidado pelos SECED, serviços secretos espanhóis, a trocar informação pela sua liberdade. O orgulho e o muito amor que tem à família levam-no, a procurar os SECED quando perde o negócio. Eles convencem-no a utilizar o seu passado para integrar as unidades da ETA e a chegar ao topo para eliminar o mal pela raiz, algo que ele vai levar à letra. Quando a mulher o deixa a dedicação à missão e a coragem de quem sabe que nada lhe acontecerá colocam-no nos grupos mais influentes da organização onde várias denúncias vão eliminando os superiores de Nelson que pretende o poder absoluto. A captura do líder da ETA faz com que o governo pretendo resultados imediatos e retiram poder à SECED, cancelam a operação Lobo, e ainda o tentam matar. A partir desse momento terá de lutar sozinho por aquilo em que acredita e sozinho terminar com a destruição da ETA. È difícil acreditar que uma só pessoa tenha dado tamanho golpe numa organização tão perigosa.
O filme é bom e tem quantidades suficientes de acção, armas, mortes e sexo para conquistar o público, as mortes não são exageradas e curiosamente a ETA não é apontada como uma organização terrorista implacável mas sim como um grupo de pessoas que quer a liberdade infelizmente rodeados de fanáticos. Peca por ser longo, duas horas num filme deste género é demasiado tempo.

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