O desCONTROLo de Ian Curtis diante da fama
"Morrem cedo quem os deuses amam", proclama a máxima tantas vezes aplicada aos mitos do cinema e da música. Mas lucram bastante os que ficam para contar as suas histórias. Neste caso a sua quase ex-mulher Debbie que escreveu a história.
Que se saiba que não sou nem nunca fui fã dos Joy Division. O que dá alguma margem maior de crítica e de distanciamento face ao mito.
“Control” não se assume abertamente como um biopic e menos ainda como filme sobre a banda, Pretende ser mais uma visão de uma época e de uma juventude inglesa, deprimida e sem saídas que encontra na música o seu escape. Ian Curtis é um dos símbolos dessa geração rebelde que ainda não tinha tido lugar no panteão da fama cinematográfico. A sua ascensão demasiado rápida ao estrelato é afinal apenas uma metáfora para toda a sua vida. Viver depressa, experimentar tudo depressa, casar cedo ( de forma bem mais conservadora que o seu estilo) escrever intensamente e matar-se aos 23 anos, num acto irreflectido por incapacidade de decidir a sua vida amorosa. Para desgosto maior do seu empresário em vias de conquistar o Mercado Americano.
Como em "Last Days" nestes filmes já se sabe o fim da história – o herói morre sempre.
Pelo meio fica a contextualização do ambiente familiar e social, narrado com uma frieza particularmente eficaz, a progressiva afirmação da epilepsia, a sua vida conjugal de uma monotonia de meter medo e sobretudo as suas canções onde a qualidade poética é soberba.
A personagem de Ian Curtis estará particularmente bem conseguida, mas os seus dois amores – a mulher e a amante – não têm estrutura dramática nem perfil psicológico. O que não deixa de ser estranho dado que é a história visto pelo lado da mulher, onde é manifesta a tendência para se ver em Ian um jovem imaturo, indeciso, perturbado e mau chefe de família. Uma sacana em resumo. Bem melhor sai a amante – uma belga insossa apesar de ter a cara e o corpinho de Alexandra Maria Lara.
Anton Corbijn ganhou prémios em tudo que é sítio e "Control" tem tudo para atrair um público de fans em ritual de romagem ao mito. É bom cinema que não se resume a um reportório de canções tipo dvd musical.
"Morrem cedo quem os deuses amam", proclama a máxima tantas vezes aplicada aos mitos do cinema e da música. Mas lucram bastante os que ficam para contar as suas histórias. Neste caso a sua quase ex-mulher Debbie que escreveu a história.
Que se saiba que não sou nem nunca fui fã dos Joy Division. O que dá alguma margem maior de crítica e de distanciamento face ao mito.
“Control” não se assume abertamente como um biopic e menos ainda como filme sobre a banda, Pretende ser mais uma visão de uma época e de uma juventude inglesa, deprimida e sem saídas que encontra na música o seu escape. Ian Curtis é um dos símbolos dessa geração rebelde que ainda não tinha tido lugar no panteão da fama cinematográfico. A sua ascensão demasiado rápida ao estrelato é afinal apenas uma metáfora para toda a sua vida. Viver depressa, experimentar tudo depressa, casar cedo ( de forma bem mais conservadora que o seu estilo) escrever intensamente e matar-se aos 23 anos, num acto irreflectido por incapacidade de decidir a sua vida amorosa. Para desgosto maior do seu empresário em vias de conquistar o Mercado Americano.
Como em "Last Days" nestes filmes já se sabe o fim da história – o herói morre sempre.
Pelo meio fica a contextualização do ambiente familiar e social, narrado com uma frieza particularmente eficaz, a progressiva afirmação da epilepsia, a sua vida conjugal de uma monotonia de meter medo e sobretudo as suas canções onde a qualidade poética é soberba.
A personagem de Ian Curtis estará particularmente bem conseguida, mas os seus dois amores – a mulher e a amante – não têm estrutura dramática nem perfil psicológico. O que não deixa de ser estranho dado que é a história visto pelo lado da mulher, onde é manifesta a tendência para se ver em Ian um jovem imaturo, indeciso, perturbado e mau chefe de família. Uma sacana em resumo. Bem melhor sai a amante – uma belga insossa apesar de ter a cara e o corpinho de Alexandra Maria Lara.
Anton Corbijn ganhou prémios em tudo que é sítio e "Control" tem tudo para atrair um público de fans em ritual de romagem ao mito. É bom cinema que não se resume a um reportório de canções tipo dvd musical.
Título Original: "Control" (Austrália, EUA, Japão, 2007) Realização: Anton Corbijn Argumento: Deborah Curtis e Matt Greenhalgh Intérpretes: Sam Riley, Samantha Morton, Alexandra Maria Lara Fotografia: Martin Ruhe Música: Joy Division, New Order Género: Biografia,Drama/Musical Duração: 121 min. Sítio Oficial: http://www.controlthemovie.com/ |
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