Uma elegia indiana a Isabel I
Quem pudesse pensar que pouco mais se poderia acrescentar à filmografia sobre Isabel I estava enganado. Afinal os biopics sobre a rainha virgem não se esgotam ainda que já não haja facetas da sua carreira privada ou política que sejam inovadoras. Estranho é a paixão desmesurada do realizador Shekhar Kapur por Isabel I. Nesta segunda parte da biografia acrescenta ao título “The Golden Age” e abarca o período de maior fulgor da Coroa a par com as opções sentimentais da rainha. A única explicação para esta admiração pelo carisma de Isabel vista pelo prisma do colonizado só poderá ter algum sentido lógico se a pensarmos como admiração por Cate Blanchet filmada de forma panegírica pela câmara que faz longos planos da actriz, planos de 360 graus, planos de pormenor, que tornam o filme cansativo na sua obsessão pelo personagem.
O filme estrutura-se numa visão redutora e maiqueísta onde a grandeza da rainha se contrapõe ao carácter odioso e intelectualmente medíocre do rei Filipe de Espanha e de Portugal, onde a Inglaterra aparece como baluarte dos valores ocidentais e Espanha como símbolo da opressão e do obscurantismo. Neste sentido é um filme demasiado simplista na sua estrutura, demasiado académico e convencional na sua linguagem cinematográfica, incapaz de decidir entre o intimismo das situações e a grande História do confronto da Armada (In)vencível. Cate Blanchet é novamente uma escolha certa para rainha, mas os outros personagens que gravitam à sua volta não têm nem dimensão humana nem tempo de antena que suporte o filme. Os traidores são demasiado abjectos, os fieis da rainha demasiado servis, e a questão religiosa é tratada com duas pinceladas rápidas. Algum humor atribuído à rainha o filme acaba por se tornar cansativo. Compare-se com “A Paixão de Shakespeare” e facilmente se percebe que a “Elizabeth:The Golden Age” falta aquele twist de génio e de originalidade que transforma um filme bem executado num filme de génio.
Quem pudesse pensar que pouco mais se poderia acrescentar à filmografia sobre Isabel I estava enganado. Afinal os biopics sobre a rainha virgem não se esgotam ainda que já não haja facetas da sua carreira privada ou política que sejam inovadoras. Estranho é a paixão desmesurada do realizador Shekhar Kapur por Isabel I. Nesta segunda parte da biografia acrescenta ao título “The Golden Age” e abarca o período de maior fulgor da Coroa a par com as opções sentimentais da rainha. A única explicação para esta admiração pelo carisma de Isabel vista pelo prisma do colonizado só poderá ter algum sentido lógico se a pensarmos como admiração por Cate Blanchet filmada de forma panegírica pela câmara que faz longos planos da actriz, planos de 360 graus, planos de pormenor, que tornam o filme cansativo na sua obsessão pelo personagem.
O filme estrutura-se numa visão redutora e maiqueísta onde a grandeza da rainha se contrapõe ao carácter odioso e intelectualmente medíocre do rei Filipe de Espanha e de Portugal, onde a Inglaterra aparece como baluarte dos valores ocidentais e Espanha como símbolo da opressão e do obscurantismo. Neste sentido é um filme demasiado simplista na sua estrutura, demasiado académico e convencional na sua linguagem cinematográfica, incapaz de decidir entre o intimismo das situações e a grande História do confronto da Armada (In)vencível. Cate Blanchet é novamente uma escolha certa para rainha, mas os outros personagens que gravitam à sua volta não têm nem dimensão humana nem tempo de antena que suporte o filme. Os traidores são demasiado abjectos, os fieis da rainha demasiado servis, e a questão religiosa é tratada com duas pinceladas rápidas. Algum humor atribuído à rainha o filme acaba por se tornar cansativo. Compare-se com “A Paixão de Shakespeare” e facilmente se percebe que a “Elizabeth:The Golden Age” falta aquele twist de génio e de originalidade que transforma um filme bem executado num filme de génio.
Título Original: "Elizabeth: The Golden Age" (Reino Unido / França, 2007) Realização: Shekhar Kapur Argumento: William Nicholson e Michael Hirst Intérpretes: Jordi Mollà, Cate Blanchett e Geoffrey Rush Fotografia: Remi Adefarasin Música: Craig Armstrong e A.R. Rahman Género: Biografia / Drama / História Duração: 114 min. Sítio Oficial: http://www.elizabeththegoldenage.net |
1 comentários:
Fiquei muito desiludido, um filme bastante infantil, onde só há uma personagem com o mínimo de profundidade.
Ao menos tem bom aspecto :/
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