Talvez foram estacas, talvez o sol, aquela visão conservadora dos vampiros já à alguns anos que morreu. Nos dias que correm, um bom vampiro já não se contenta com um pouco de sangue para a hora de jantar - agora, congemina planos para atacar sem ninguém dar por ela.
Uma pequena vila no Alasca prepara-se para um mês sem sol, um período completo de 30 dias de noite. E como todos os anos acontece, uns habitantes partem, outros ficam, e ainda outros tentam sair e não conseguem. Esta último caso acontece a Stella (Mellisa George), que tentava fugir de um mês gelado e de Eben Olseson, sheriff da cidade e com quem mantêm uma atribulada relação amorosa.
Mas mal cai esta quase interminável noite, o inesperado acontece: um largo grupo de vampiros, protegido pelo escuro e pelo frio, ataca sem dó nem piedade, matando todos os que com eles se cruzam, e perseguindo os outros. Assim, um pequeno grupo de soberviventes (onde se encontra a dupla da lei e mais alguns moradores) refugia-se num sótão, com o intuito de, com o tempo, tentarem não ser mortos, e chegarem a um barracão, onde pensam estar a salvação.
Uma boa ideia, um argumento mal escrito numa boa adaptação para o cinema. Numa frase, resume-se "30 Days of Night" / "30 Dias de Escuridão", um filme que, se não fossem os constante buracos no argumento, tinha boas hipóteses de ser um dos grandes de terror desta década. Mas vamos por partes.
Gosto destes vampiros. Não se escondem sempre na bruma, falam entre si, atacam com clareza e desfazem as suas vítimas. Ainda mais (e correndo o risco de me vir bater à porta um qualquer psicologo, dois enfermeiros e uma camisa de forças): há bastante tempo que não via uma criança a ter que ser baptizada com um machado por ter os dentes activos. Gosto. Faltam crianças assassinas ao cinema de terror actual! E a jovem faminta é uma lufada de ar fresco.
Por outro lado, quando a revolta chega, voam sangue, tripas e cabeças, e esse também é um dos ingredientes fundamentais para um filme do género. A interpretação de Josh Hartnett é competente, os vampiros são assustadores e com aquele toque eslavo da língua que falam, e Melissa George tem um desempenho muito interessante.
Honra seja feita a David Slade ("Hard Candy" - 2005), que nos oferece uma fita muito bem filmada, e aliado à (por vezes) excelente fotografia de Jo Willems - destaque para a primeira grande matança, numa cena enquadrada de cima, onde as mortes sucediam-se sob um intenso manto de neve, numa beleza horrível memorável (e a fazer lembrar "The Thing" de Carpenter em muitos pormenores). Aliás, a presença de neve é sempre um factor de qualidade, se bem aproveitado, pois cultiva o binómio branco / vermelho e é uma conquista cromática de bom relevo.
Onde o filme falha é, efectivamente, no argumento. A ideia é originária de uma novela gráfica da Dark Horse, a qual é muito mais extensa nos pormenores. E, em muitas ocasiões, sucedem-se os furos no argumento, a história fica desconexa e previsível - dou um exemplo, o de que, e na BD, nos mostram que os vampiros, com o passar dos dias, têm maior dificuldade em encontrar os humanos por outros sentidos que não o olfacto (fruto do intenso frio), algo não explicado na película e que confere inverosimilidade à história. E como este, muitos são os exemplos que poderia dar. Pela fraca qualidade da narrativa, o filme torna-se, a espaços, lento, o que prejudica (e em filmes deste género, em muito) o ritmo e, consequentemente, uma das finalidades primeiras: assustar o espectador.
Uma pequena vila no Alasca prepara-se para um mês sem sol, um período completo de 30 dias de noite. E como todos os anos acontece, uns habitantes partem, outros ficam, e ainda outros tentam sair e não conseguem. Esta último caso acontece a Stella (Mellisa George), que tentava fugir de um mês gelado e de Eben Olseson, sheriff da cidade e com quem mantêm uma atribulada relação amorosa.
Mas mal cai esta quase interminável noite, o inesperado acontece: um largo grupo de vampiros, protegido pelo escuro e pelo frio, ataca sem dó nem piedade, matando todos os que com eles se cruzam, e perseguindo os outros. Assim, um pequeno grupo de soberviventes (onde se encontra a dupla da lei e mais alguns moradores) refugia-se num sótão, com o intuito de, com o tempo, tentarem não ser mortos, e chegarem a um barracão, onde pensam estar a salvação.
Uma boa ideia, um argumento mal escrito numa boa adaptação para o cinema. Numa frase, resume-se "30 Days of Night" / "30 Dias de Escuridão", um filme que, se não fossem os constante buracos no argumento, tinha boas hipóteses de ser um dos grandes de terror desta década. Mas vamos por partes.
Gosto destes vampiros. Não se escondem sempre na bruma, falam entre si, atacam com clareza e desfazem as suas vítimas. Ainda mais (e correndo o risco de me vir bater à porta um qualquer psicologo, dois enfermeiros e uma camisa de forças): há bastante tempo que não via uma criança a ter que ser baptizada com um machado por ter os dentes activos. Gosto. Faltam crianças assassinas ao cinema de terror actual! E a jovem faminta é uma lufada de ar fresco.
Por outro lado, quando a revolta chega, voam sangue, tripas e cabeças, e esse também é um dos ingredientes fundamentais para um filme do género. A interpretação de Josh Hartnett é competente, os vampiros são assustadores e com aquele toque eslavo da língua que falam, e Melissa George tem um desempenho muito interessante.
Honra seja feita a David Slade ("Hard Candy" - 2005), que nos oferece uma fita muito bem filmada, e aliado à (por vezes) excelente fotografia de Jo Willems - destaque para a primeira grande matança, numa cena enquadrada de cima, onde as mortes sucediam-se sob um intenso manto de neve, numa beleza horrível memorável (e a fazer lembrar "The Thing" de Carpenter em muitos pormenores). Aliás, a presença de neve é sempre um factor de qualidade, se bem aproveitado, pois cultiva o binómio branco / vermelho e é uma conquista cromática de bom relevo.
Onde o filme falha é, efectivamente, no argumento. A ideia é originária de uma novela gráfica da Dark Horse, a qual é muito mais extensa nos pormenores. E, em muitas ocasiões, sucedem-se os furos no argumento, a história fica desconexa e previsível - dou um exemplo, o de que, e na BD, nos mostram que os vampiros, com o passar dos dias, têm maior dificuldade em encontrar os humanos por outros sentidos que não o olfacto (fruto do intenso frio), algo não explicado na película e que confere inverosimilidade à história. E como este, muitos são os exemplos que poderia dar. Pela fraca qualidade da narrativa, o filme torna-se, a espaços, lento, o que prejudica (e em filmes deste género, em muito) o ritmo e, consequentemente, uma das finalidades primeiras: assustar o espectador.
Título Original: "30 Days of Night" (Nova Zelândia / EUA, 2007) Realização: David Slade Intérpretes: Josh Hartnett, Melissa George e Danny Huston Fotografia: Jo Willems Música: Brian Reitzell Género: Terror / Thriller Duração: 113 min. Sítio Oficial: http://www.30daysofnight.com |
2 comentários:
Esta semana, entre este e o WAR, escolhi o último, e pelos vistos escolhi mal.
Enfim, para a semana estreiam CONTROL e AMERICAN GANGSTER
De facto... Tenho que confessar que qualquer filme com Jet Li me perturba até à urticária!
Para a semana, alerta vermelho, como bem referiste: "Control", um biopic Ian Curtis e os Joy Division que muito anseio, o o "American Gangster" que está apontado como uma seta aos Óscares: para melhor filme, melhores actores e melhor realização!
E já que estou numa maré de confissões, nem sei que filme destacarei para a semana...
Bom cinema!
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