29 de outubro de 2009

Por falar em circo



Nunca fui fã de Michael Jackson e é-me indiferente que esteja activo ou reformado, vivo ou morto. Considero este filme uma disparatada manobra de marketing feita para substituir um concerto que estava condenado à partida. Aliás, a morte e todo o espectáculo que a envolveu pode ter sido uma encenação. Uma campanha de mau gosto para aumentar a divulgação do filme. Já me explico.

A venda antecipada de bilhetes por alguns dias acho que faz sentido. Cada espaço de espectáculos é livre de calcular com antecedência qual a sala de precisa de forma a maximizar o lucro. Agora limitar a exibição a duas semanas de forma a concentrar artificialmente espectadores é exibicionismo. Não se pode gerir cinema como concertos musicais. A vantagem do cinema é ser simultâneo e eterno. A intenção é fazer com que tenha uma taxa de ocupação mais elevada? É usar o impulso urgente de ver MJ pela última vez para que quem normalmente adia (por vezes até que saia de exibição) não possa perder? É vender ainda mais DVDs?
Ou a ideia será lotar as salas com os fãs mais fanáticos, aqueles incapazes de dizer mal do filme, especialmente depois de falecido o seu herói? Assim talvez seja o melhor filme de sempre. Era o título que lhe faltava.

Voltando à teoria da conspiração o verdadeiro MJ andava sempre disfarçado por estar supostamente desfigurado. Podia estar com outro aspecto há anos que ninguém saberia. Ou pode manter o mesmo aspecto que ninguém o identificaria entre tantos sósias existentes. Há vídeos que mostram um sósia a entrar clandestinamente na morgue onde está o verdadeiro. Ou seria o contrário? Sendo obcecado como era pelo aspecto até podia ter feito uma troca de corpo. A existir a técnica seria sem dúvida o primeiro voluntário com dinheiro para experimentar.
Na minha opinião não estava em condições de dar o supra-sumo dos concertos que tantas vezes adiou. Doze anos fora dos palcos não se recuperam dum dia para o outro. Ou foi isso que o matou, ou foi o que o levou a simular a morte. Acabavam-se os problemas financeiros, o espectáculo era dado a muitos mais milhões e as vendas de todos os álbuns anteriores ultrapassariam os Beatles. Problemas resolvidos, uma vida de luxo longe de tudo.

Seja como for não tenciono ver o filme onde usam o nome de Kenny Ortega. Independentemente de quem realizou colar retalhos de um ensaio feito meses antes não é dirigir um filme, é fazer a montagem. E para filmar entrevistas prefiro o trabalho de um jornalista ou documentalista ao de um realizador de musicais.

2 comentários:

André Almeida disse...

Olá!

Não me parece que as coisas sejam assim tão dramáticas. À parte das paranóias do sr. Michael, tudo me apontava que ele fosse um bom profissional dentro da sua área.
Achas que era necessária tanta encenação por causa do lançamento de filme? Sujeito a perder milhões e milhões de fãs se soubessem que o sofrimento que sentiram, quando souberam da sua morte, foi em vão? Acho que com essas coisas não se "brinca"!
Limitar a exibição a duas semanas pode ser simbólico ao tema da sua tourné, não? Nem sei quanto tempo seria, mas parece-me uma ideia interessante. Nem todos vão poder ir ver o grande filme ao cinema, tal como nos concertos. É a mesma coisa... Foi a maneira que encontraram de fazer as pessoas sentir uma emoção semelhante às vividas num espectáculo ao vivo.
Mas isto, claro está, também é uma opinião. Ainda não sei se irei ver o filme porque nunca acompanhei muito o percurso do jovem. Já vê-lo em casa, isso de certeza, porque confesso que tenho alguma curiosidade.

Nuno disse...

O rei anterior também desapareceu...

A tournée inicial ia ser de 4 concertos em 7 dias. No final não sei como seria.