1 de outubro de 2009

15 minutos de fama, 29 anos de "Fame"


Chega hoje às salas o remake de "Fame".

Numa época em que a fama se atinge com uma simples participação em programas televisivos convém recordar aquilo que há alguns anos era preciso fazer para a conseguir. Na década de 80 ainda se reservava a fama para pessoas talentosas que passaram anos a treinar para serem boas e merecerem reconhecimento. Foi quando um filme revelou uma escola onde se criavam artistas. Não os criava à mesma velocidade que as novelas da TVI. A diferença é que nesta eles saíam a saber.

Nomes como Angelo e Coco tornaram-se inesquecíveis. Jovens esperançosos que seguiram em busca de um sonho e se cruzaram com a vida real.
Um filme com duas vitórias entre cinco nomeações para Oscares. Uma música que viverá para sempre. Uma série com seis temporadas (vencedora de três Golden Globes) onde música e drama se combinaram em episódios inesquecíveis. Os anos 80 foram deles.


Esta nova geração enfrenta um desafio maior. A web 2.0 tem a fama ao alcance de um clique. Não é preciso saber fazer nada bem, basta ser normal e aceitar os olhos do mundo em cima.
Neste novo "Fame" as artes performativas da música, dança e interpretação estão combinadas numa escola das artes. A indirecta está bem colocada: podem cantar bem no Youtube, mas se querem cantar para o mundo, vão para a escola aprender a cantar.
Só falta uma área de ensino: como lidar com a fama? Para isso é que serve a escola da vida, também essa dentro destas quatro paredes.


O filme provavelmente vai desiludir os nostálgicos que esperavam mais do que viram há quase trinta anos. Talvez agrade a quem vive nesta época e pensa que a próxima década será a tal. Foi a altura certa para o remake.

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