11 de outubro de 2009

Entrevista a Ivan Reitman em Sitges

Um dos convidados de honra do festival de Sitges 2009, Ivan Reitman é sem dúvida um daqueles imigrantes que descobriu no Novo Mundo o american way of life. Da sua muito divertida entrevista durante o festival em que a sua presença assinala os 25 anos d'"Os Caça-Fantasmas", ressalta a forma irónica como encara o sucesso. Autor de entre muitos outros sucessos dos "Ghostbusters" 1 e 2, de "Twins", "Kindergarden Cop" e "Evolution" continua sendo o produtor dos seus filmes.
Um enorme agradecimento ao entrevistado que (apesar de só ter concedido uma tarde para a imprensa e fãs) não só não se importou de responder a imensas perguntas, como deu imensos autógrafos a toda a gente que os pediu.



Antestreia: Como pensou em Schwarznegger para fazer uma comédia?
Ivan Reitman: Encontrei Schwarznegger de forma casual num evento social. Tinha acabado de fazer "Predator". Chegou à minha beira e perguntou-me "És o tipo dos Caça-fantasmas?" Disse que sim e respondeu-me então "I could be a Ghostbuster". Compreendi que o que ele queria dizer era que gostava de fazer uma comédia. Semanas depois estava com Danny DeVito numa festa familiar e ele ofereceu-se para trabalhar comigo. Dias depois comecei a pensar como os poderia juntar e surgiu "Twins". Devo dizer que Schwarznegger é um indivíduo encantador, fala bem inglês e é inteligente. Tanto no bodybuilding, como actor ou como governador da Califórnia. Anos mais tarde confessou-me mesmo que foi graças a "Twins" que conseguiu ser eleito.

A: O terceiro Ghostbusters está já confirmado? O elenco vai ser o original?
IR: Estou a trabalhar no projecto e pela primeira vez estou mais optimista que pessimista quanto à possibilidade o concretizar. Mas só o faremos se puder contar com todos os actores originais, incluindo Sigourney Weaver.

A: Porque mediou tanto tempo entre o segundo e terceiro filmes?
IR: Apesar de eu ser produtor e realizador de ambos, é difícil chegar-se a acordo quando os direitos estão divididos por muitas partes. Tive de esperar que cessassem.

A: A que pensa que se deveu o sucesso de Ghostbusters?
IR: Cada filme é o espelho do seu tempo e Ghostbusters traduzia a época em que foi feito.

A: Alguma vez imaginou que "Ghostbusters" pudesse ser um ícone dos anos 80?
IR: No momento em que os vi com os canhões de protões às costas pressenti que iria ser um sucesso.

A: Pensa que os actores de comédia da actualidade estão ao nível de Bill Murray, Dan Akroyd, Danny DeVito...?
IR: Não penso que seja bom comparar gerações de actores, cada um tem o seu estilo próprio.

A: O seu filho Jason acabou de receber um prémio em Aspen. Costumam trabalhar em conjunto?
IR: Jason já tem uma brilhante carriera e o seu próximo filme é muito maduro para os seus 31 anos. Sou produtor do filme e por isso nunca poderia dizer mal. Nem sempre trabalhamos juntos, mas ele colabora nos meus filmes porque dá sempre a sua opinião, mesmo que eu não queira.

A: Poderia falar-nos da sua colaboração com Cronenberg?
IR: Éramos vizinhos no Canadá, frequentamos a mesma história de cinema e após o sucesso de "Cannibal Girls" pude ajudar David a encontrar financiamento para "Shivers". Na altura ninguém podia sequer adivinhar onde o talento de Cronenberg o levaria. Continuamos amigos até hoje.

A: E com Todd Philips?
IR: Tenho produzidos os seus filmes como "Road Trip", "Old School" e quando li o guião de "The Hangover" tentei estar envolvido na produção. Mas a Warner cheirando o sucesso não quis parceiros.


Nuno Reis para o Antestreia

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