Os Tuohy tinham tudo. Fama, um fluxo constante de dinheiro, os filhos eram bons alunos, todos eram felizes. Sean conjugava o sucesso desportivo com o olho para o negócio, mas era Leigh Anne quem mandava lá em casa. Ele já a conhecia e antecipava todos os seus movimentos, admirando a coragem e determinação da mulher. A relação funcionava porque ele não a questionava, simplesmente não daria resultado e iria cansar-se para nada. Ela sabia o que queria, nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. Quando ela decide albergar por uma noite um enorme aluno sem-abrigo, nenhum deles imaginava onde aquilo acabaria. De uma noite, para o Dia de Acção de Graças, até ficar a morar lá e ser adoptado foi um pequeno passo. O passo seguinte foi ajudá-lo a encontrar uma carreira o que, atendendo ao baixo quociente intelectual, teria de ser no desporto. Quem o conhecia conseguia dele o que queria, e assim Leigh Anne tornou-o um campeão pretendido por todas as universidades. É aí que começa o problema.
Outsider nos Oscares, "The Blind Side" surpreendeu por conseguir um Oscar para a historicamente mediana Sandra Bullock. Inspirado na vida real de Michael Oher, transportou para o ecrã uma família que tinha tudo e não se importou de o partilhar. Passaram da simples caridade da classe alta (recolhas de fundos, presenças em eventos) para aquela em que sujam as mãos: albergaram ,vestiram e tornaram-se tutores de um jovem problemático. Não que ele fosse perigoso, era apenas difícil de compreender. Confiaram nele, abriram-lhe a casa e o coração e juntos venceram na vida. O filme segue uma receita comum de telefilme. Personagens típicas, situações vulgares, muita coragem e um final feliz. A única diferença entre este filme e aquele de domingo à tarde é que neste se sente algo (e não é desespero por nunca mais acabar).
Sandra Bullock não tem um papel extraordinário. Está muito melhor do que é habitual, mas só por esse progresso merecer o Oscar é um exagero. O resto da família é insignificante, com excepção de Sean Júnior. Este miúdo - Jae Head, fixem o nome - é o ponto alto do filme com todo o seu humor e uma personalidade atípica. Apesar de ser um minorca leva a peito o título honorário de irmão e protege o grandalhão, treina-o, leva-o de mão dada até ao topo do mundo. Kathy Bates tem um papel importante como a explicadora. Apesar do pouco tempo em cena brilha espalhando talento e humor.
A crítica social chega na escolha da universidade. Um jovem que consegue superar todos os obstáculos e entrar para o ensino superior é depois criticado por ter adoptado a instituição que lhe educou a família. É sabido que equipas desportivas, política e religião são temas propícios a discussão. O único fanatismo saudável é pela faculdade/universidade e portanto admiro aqueles que veneram uma instituição de ensino desde a inscrição até ao fim da vida. Convencer os filhos a ir para a mesma universidade não é crime. Que eu saiba, desejar-lhes o melhor é uma prova de amor e para cada um nada é melhor do que a escola onde se andou. E ajudar os outros, mesmo que com um objectivo secreto, deve ser visto como uma boa acção.
Esse toque final é o tal factor que dá a alma ao tele-filme. Recordar a cada um o orgulho que é pertencer a uma escola e o orgulho maior que é ter um filho a seguir essas pisadas torna o filme memorável, mesmo que nos esqueçamos do resto do argumento.
Outsider nos Oscares, "The Blind Side" surpreendeu por conseguir um Oscar para a historicamente mediana Sandra Bullock. Inspirado na vida real de Michael Oher, transportou para o ecrã uma família que tinha tudo e não se importou de o partilhar. Passaram da simples caridade da classe alta (recolhas de fundos, presenças em eventos) para aquela em que sujam as mãos: albergaram ,vestiram e tornaram-se tutores de um jovem problemático. Não que ele fosse perigoso, era apenas difícil de compreender. Confiaram nele, abriram-lhe a casa e o coração e juntos venceram na vida. O filme segue uma receita comum de telefilme. Personagens típicas, situações vulgares, muita coragem e um final feliz. A única diferença entre este filme e aquele de domingo à tarde é que neste se sente algo (e não é desespero por nunca mais acabar).
Sandra Bullock não tem um papel extraordinário. Está muito melhor do que é habitual, mas só por esse progresso merecer o Oscar é um exagero. O resto da família é insignificante, com excepção de Sean Júnior. Este miúdo - Jae Head, fixem o nome - é o ponto alto do filme com todo o seu humor e uma personalidade atípica. Apesar de ser um minorca leva a peito o título honorário de irmão e protege o grandalhão, treina-o, leva-o de mão dada até ao topo do mundo. Kathy Bates tem um papel importante como a explicadora. Apesar do pouco tempo em cena brilha espalhando talento e humor.
A crítica social chega na escolha da universidade. Um jovem que consegue superar todos os obstáculos e entrar para o ensino superior é depois criticado por ter adoptado a instituição que lhe educou a família. É sabido que equipas desportivas, política e religião são temas propícios a discussão. O único fanatismo saudável é pela faculdade/universidade e portanto admiro aqueles que veneram uma instituição de ensino desde a inscrição até ao fim da vida. Convencer os filhos a ir para a mesma universidade não é crime. Que eu saiba, desejar-lhes o melhor é uma prova de amor e para cada um nada é melhor do que a escola onde se andou. E ajudar os outros, mesmo que com um objectivo secreto, deve ser visto como uma boa acção.
Esse toque final é o tal factor que dá a alma ao tele-filme. Recordar a cada um o orgulho que é pertencer a uma escola e o orgulho maior que é ter um filho a seguir essas pisadas torna o filme memorável, mesmo que nos esqueçamos do resto do argumento.
Título Original: "The Blind Side" (EUA, 2009) Realização: John Lee Hancock Argumento: John Lee Hancock (livro de Michael Lewis) Intérpretes: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw, Jae Head, Lily Collins Fotografia: Alar Kivilo Música: Carter Burwell Género: Biografia, Desporto, Drama Duração: 129 min. Sítio Oficial: http://www.theblindsidemovie.com/ |
3 comentários:
Contudo irrita-me bastante pelo seu tom panfletário, que quase parece uma obra de propaganda da Sarah Palin.
Este pode não ser do teu agrado, mas o fim-de-semana ainda terá mais críticas a filmes. Estou precisamente agora a programar a publicação do "Basterds" para amanhã e tenho 14 filmes estreados em 2010 para escrever.
Queria manter uma média razoável para não deixar acumular muitos mais. Vou perguntar aos leitores quais as prioridades.
Eu adorei o filme e estive quase a ir vê-lo ontem (ou seja... pouco mais do que 24h depois do ter visto pela 1a vez). Ok... o filme não é assim tão bom mas baseia-se numa história verídica (e uma boa história).
Como foi dito por um Amigo meu, o óscar deveria ter sido dado ao Sean Jr... Sem dúvida!
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