No momento em que vivemos muita gente procura no estrangeiro a solução para o problema do desemprego. Isso não é de agora, há décadas que se sonha com a Europa como solução para os problemas. Em “Almanya” vemos a perspectiva de uma família turca e como três gerações vêem a sua Turquia e a sua Alemanha, desde 1960 até 2010. Os turcos são o melhor exemplo pois são a maior comunidade (são quatro milhões e, segundo algumas entidades, os que mais contribuiram para o que a Alemanha é hoje).
Quando o filme passou no Marché do Film eu não sabia que tinha sido considerado o segundo filme do ano na Alemanha, nem sabia dos recordes de espectadores, e não adivinhava os prémios que ganharia pelo mundo fora. Não foi a sinopse que me convenceu, mas o facto de ter no elenco Aylin Tezel que conheci no Fantas em 2008 a propósito do seu “Unschuld”. Ter falado com a actriz e visto em filme a dualidade turco-alemã e o choque de culturas que ela representava, fez-me acreditar que um filme totalmente dedicado ao tema teria de ser bom.
Cenk Yilmaz descobre que a terra dos seus antepassados não está no mapa da Europa. Com a curiosidade típica dos seis anos vai querer saber quem é e de onde vem e por isso a prima Canan (Aylin Tezel) vai-lhe contar a história do emigrante turco Hüseyin Yilmaz, o seu avô. A vida de Hüseyin é uma comédia recheada de peripécias tanto na Turquia rural como na Almanya. Quando leva o resto da família para a Europa vai haver um choque cultural. Hüseyin aproveita a história da neta e a curiosidade do neto para anunciar que a família vai toda voltar para a Turquia pois ele comprou uma casa lá. Se antes não queriam ir para a Alemanha, agora não querem sair....
A comunidade turca faz parte da identidade cultural alemã. Todos os povos de emigrantes ou imigrantes se identificarão com esta história que tão bem retrata conflitos culturais e geracionais. Seja pelo sonho de beber uma Coke, pelo medo da religião cristã, ou o acto de ir às compras sem saber falar a língua, é um filme que mantém o espectador sempre bem disposto. Especialmente quando Cenk interfere na narração com a ingenuidade e irreverência própria da idade. Tem também uma parte dramática em Canan que representa a juventude alemã, os seus problemas e as suas dúvidas. Pelo meio tem aquela geração perdida entre dois mundos, que nasceu na Turquia e cresceu na Alemanha nunca sabendo a qual pertence e sem tempo para pensar nisso.
Poucos argumentos conseguiram retratar bem tal quantidade de ambientes, épocas e personagens, mas “Almanya” cumpre no papel e em tela dando uma sensação de plenitude. Após o visionamento do filme sai-se mais alegre, mais informado, mais consciente da identidade europeia e do seu multiculturalismo. Por ser assim, Europa, é o meu favorito para os prémios do cinema europeu. É pena que ainda não tenha distribuição por cá...
(distribuidores interessados falem comigo)
Quando o filme passou no Marché do Film eu não sabia que tinha sido considerado o segundo filme do ano na Alemanha, nem sabia dos recordes de espectadores, e não adivinhava os prémios que ganharia pelo mundo fora. Não foi a sinopse que me convenceu, mas o facto de ter no elenco Aylin Tezel que conheci no Fantas em 2008 a propósito do seu “Unschuld”. Ter falado com a actriz e visto em filme a dualidade turco-alemã e o choque de culturas que ela representava, fez-me acreditar que um filme totalmente dedicado ao tema teria de ser bom.
Cenk Yilmaz descobre que a terra dos seus antepassados não está no mapa da Europa. Com a curiosidade típica dos seis anos vai querer saber quem é e de onde vem e por isso a prima Canan (Aylin Tezel) vai-lhe contar a história do emigrante turco Hüseyin Yilmaz, o seu avô. A vida de Hüseyin é uma comédia recheada de peripécias tanto na Turquia rural como na Almanya. Quando leva o resto da família para a Europa vai haver um choque cultural. Hüseyin aproveita a história da neta e a curiosidade do neto para anunciar que a família vai toda voltar para a Turquia pois ele comprou uma casa lá. Se antes não queriam ir para a Alemanha, agora não querem sair....
A comunidade turca faz parte da identidade cultural alemã. Todos os povos de emigrantes ou imigrantes se identificarão com esta história que tão bem retrata conflitos culturais e geracionais. Seja pelo sonho de beber uma Coke, pelo medo da religião cristã, ou o acto de ir às compras sem saber falar a língua, é um filme que mantém o espectador sempre bem disposto. Especialmente quando Cenk interfere na narração com a ingenuidade e irreverência própria da idade. Tem também uma parte dramática em Canan que representa a juventude alemã, os seus problemas e as suas dúvidas. Pelo meio tem aquela geração perdida entre dois mundos, que nasceu na Turquia e cresceu na Alemanha nunca sabendo a qual pertence e sem tempo para pensar nisso.
Poucos argumentos conseguiram retratar bem tal quantidade de ambientes, épocas e personagens, mas “Almanya” cumpre no papel e em tela dando uma sensação de plenitude. Após o visionamento do filme sai-se mais alegre, mais informado, mais consciente da identidade europeia e do seu multiculturalismo. Por ser assim, Europa, é o meu favorito para os prémios do cinema europeu. É pena que ainda não tenha distribuição por cá...
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Título Original: "Almanya - Willkommen in Deutschland" (Alemanha, 2010) Realização: Yasemin Samdereli Argumento: Yasemin Samdereli, Nesrin Samdereli Intérpretes: Aylin Tezel, Fahri Ögün Yardim, Demet Gül, Vedat Erincin, Lilay Huser, Denis Moschitto, Petra Schmidt-Schaller, Rafael Koussouris Música: Gerd Baumann Fotografia: Moritz Kaethner, The Chau Ngo Género: Comédia, Drama Duração: 97 min. Sítio Oficial: http://www.almanya-film.de/ |
1 comentários:
Também desconhecia a popularidade do filme, fui às cegas ver e foi uma boa surpresa.
E em relação à Turquia/Alemanha, já me disseram que Berlim é a 3º cidade do mundo com mais turcos.
Para quando um "França" com portugueses e concertos do Tony?
Abraço
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