Somos assim, não há nada a fazer
Com um cruzar cada vez mais intenso das criaturas mitológicas com a realidade, estava a demorar a surgir um caso de realismo mágico no terror. A resposta a essa falha veio do México com o título “Somos Lo Que Hay” onde uma família aparentemente normal esconde um segredo.
Um homem morre no meio de uma área comercial e é rapidamente varrido junto com o lixo. Na cena seguinte vemos uma mãe a mandar os filhos ir abrir a loja porque o pai ainda não chegou. As situações estão obviamente ligadas e quando a filha sabe da notícia e revela em casa que o pai não vai voltar, decisões terão de ser tomadas. Uma delas é quem assumirá o chefia, a outra é como alimentará a família. Quanto ao segundo ponto há um pequeno detalhe, são canibais.
Fui ver este sem saber com o que contar. Aliás, a cena de abertura fazia pensar em zombies e a segunda cena parecia um drama convencional. Até que começam a sair à rua para caçar. Aí não só se desvenda a componente fantástica do filme, como uma realidade mexicana que muitos insistem em não ver. Pessoas misteriosamente desaparecidas, polícia desinteressada, muita criminalidade e uma cidade marginal que coexiste com aquela mostrada ao turista. Isso é um efeito do crescimento demasiado grande e demasiado rápido de que a cidade foi vítima. Persistem tradições e rituais nada próprios para uma cidade onde a imensidão populacional permite disfarçar situações estranhas.
Há uma forte componente social nas críticas aqui deixadas. Temos uma família de luto e em simultâneo com um prazo a cumprir. Uma responsabilidade que exige a cada um que se descubra e que cresça. Eles percorrem a tal cidade paralela, dos indesejados, em busca de alguém que possa desaparecer sem deixar rasto. Por vezes há situações que fazem sorrir, mas no geral o ambiente é tão tenso e as interpretações tão convincentes que o canibalismo parece fazer parte do dia-a-dia mexicano. Talvez faça... No entanto para as personagens essa refeição é tida como vital e morrerão se não encontrarem alguém. Será poder da sugestão ou serão mesmo uma espécie canibal?
Um título incontornável sobre um estilo de monstro que começa a ocupar o seu lugar no cinema. Ironicamente “Somos Lo Que Hay” é muito semelhante - atenção que não é exactamente igual - a “The Hamiltons” (2006), dos realizadores de “The Violent Kind”, que tem uma sequela a caminho. O cinema americano nem sempre chega em segundo lugar quando se trata de remakes.
Com um cruzar cada vez mais intenso das criaturas mitológicas com a realidade, estava a demorar a surgir um caso de realismo mágico no terror. A resposta a essa falha veio do México com o título “Somos Lo Que Hay” onde uma família aparentemente normal esconde um segredo.
Um homem morre no meio de uma área comercial e é rapidamente varrido junto com o lixo. Na cena seguinte vemos uma mãe a mandar os filhos ir abrir a loja porque o pai ainda não chegou. As situações estão obviamente ligadas e quando a filha sabe da notícia e revela em casa que o pai não vai voltar, decisões terão de ser tomadas. Uma delas é quem assumirá o chefia, a outra é como alimentará a família. Quanto ao segundo ponto há um pequeno detalhe, são canibais.
Fui ver este sem saber com o que contar. Aliás, a cena de abertura fazia pensar em zombies e a segunda cena parecia um drama convencional. Até que começam a sair à rua para caçar. Aí não só se desvenda a componente fantástica do filme, como uma realidade mexicana que muitos insistem em não ver. Pessoas misteriosamente desaparecidas, polícia desinteressada, muita criminalidade e uma cidade marginal que coexiste com aquela mostrada ao turista. Isso é um efeito do crescimento demasiado grande e demasiado rápido de que a cidade foi vítima. Persistem tradições e rituais nada próprios para uma cidade onde a imensidão populacional permite disfarçar situações estranhas.
Há uma forte componente social nas críticas aqui deixadas. Temos uma família de luto e em simultâneo com um prazo a cumprir. Uma responsabilidade que exige a cada um que se descubra e que cresça. Eles percorrem a tal cidade paralela, dos indesejados, em busca de alguém que possa desaparecer sem deixar rasto. Por vezes há situações que fazem sorrir, mas no geral o ambiente é tão tenso e as interpretações tão convincentes que o canibalismo parece fazer parte do dia-a-dia mexicano. Talvez faça... No entanto para as personagens essa refeição é tida como vital e morrerão se não encontrarem alguém. Será poder da sugestão ou serão mesmo uma espécie canibal?
Um título incontornável sobre um estilo de monstro que começa a ocupar o seu lugar no cinema. Ironicamente “Somos Lo Que Hay” é muito semelhante - atenção que não é exactamente igual - a “The Hamiltons” (2006), dos realizadores de “The Violent Kind”, que tem uma sequela a caminho. O cinema americano nem sempre chega em segundo lugar quando se trata de remakes.
Título Original: "Somos Lo Que Hay" (México, 2010) Realização: Jorge Michel Grau Argumento: Jorge Michel Grau Intérpretes: Francisco Barreiro, Paulina Gaitan, Alan Chavez, Carmen Beato Música: Enrico Chapela Fotografia: Santiago Sanchez Género: Drama, Horror Duração: 90 min. Sítio Oficial: http://www.somosloquehay.com.mx/ |
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