Wim Wenders na sua passagem pelo Fantasporto em 2009 tornou-se parte da história do festival. O seu filme foi ovacionado no Rivoli assim como o homem na cidade (parou na ponte D. Luís para dar autógrafos, teve cânticos improvisados na Rua das Flores) e serão precisos muitos anos para que o público esqueça que esteve entre nós um dos maiores cineastas do mundo. Correu tudo muito bem e Portugal está de parabéns, desta vez foi uma excepção positiva e dos poucos países onde estreou.
Finn é mais do que um fotógrafo, é o fotógrafo. Pode-se dar ao luxo de escolher os trabalhos que aceita e impor as suas condições como, por exemplo, fotografar Milla Jovovich em Palermo. Terminada a sessão tira uns dias para descanso, decidido a repensar a sua vida. Vai percorrer Palermo de máquina em punho e música nos ouvidos. Nas suas deambulações irá conhecer uma cidade obcecada pelo tempo, em especial pela morte, e uma artista que lhe mudará a forma de ver o mundo. Dependendo das suas decisões e da sua sorte poderá ser uma nova vida ou o fim da sua vida. Ou será aquele arqueiro que mais ninguém vê uma alucinação resultante do esgotamento que atravessa?
Este é um dos filmes mais pessoais de Wenders. Não só escreveu o argumento, como o adaptou à cidade enriquecendo a história. Além disso o que era para ser uma homenagem aos clássicos do cinema sobre a profissão de fotógrafo ("Blow Up" de Antonioni) e sobre duelo com a Morte ("The Seventh Seal" de Bergman) acabou por ser uma homenagem aos homens por trás dos filmes, falecidos durante a conclusão do argumento. Ligado como era aos mestres (co-dirigiu "Beyond the Clouds" com o italiano, dirigiu a Academia Europeia do Cinema com o sueco) transpôs todo o seu sentimento para esta história perturbadora de forma a torná-la digna de quem o inspirou. Uma excelente fotografia e uma poderosa banda sonora (estrategicamente colocada no iPod do protagonista) fazem com que este mundo surreal envolva o espectador na beleza de uma cidade milenar. A moral Carpe Diem, tão adequada a um filme sobre a Morte, está presente num dos seus expoentes máximos. Falta algo no filme, mas tem tantos artifícios sonoros e visuais que nem se repara. É uma delícia.
Wenders está cada vez mais próximo de ser consagrado como o maior cineasta do velho continente. Numa época em que um filme é feito com o lucro como objectivo presenteia-nos com duas horas de Cinema como arte. É bom ver que as velhas estrelas como Dennis Hopper ainda encontram projectos onde conseguem fazer a diferença.
Finn é mais do que um fotógrafo, é o fotógrafo. Pode-se dar ao luxo de escolher os trabalhos que aceita e impor as suas condições como, por exemplo, fotografar Milla Jovovich em Palermo. Terminada a sessão tira uns dias para descanso, decidido a repensar a sua vida. Vai percorrer Palermo de máquina em punho e música nos ouvidos. Nas suas deambulações irá conhecer uma cidade obcecada pelo tempo, em especial pela morte, e uma artista que lhe mudará a forma de ver o mundo. Dependendo das suas decisões e da sua sorte poderá ser uma nova vida ou o fim da sua vida. Ou será aquele arqueiro que mais ninguém vê uma alucinação resultante do esgotamento que atravessa?
Este é um dos filmes mais pessoais de Wenders. Não só escreveu o argumento, como o adaptou à cidade enriquecendo a história. Além disso o que era para ser uma homenagem aos clássicos do cinema sobre a profissão de fotógrafo ("Blow Up" de Antonioni) e sobre duelo com a Morte ("The Seventh Seal" de Bergman) acabou por ser uma homenagem aos homens por trás dos filmes, falecidos durante a conclusão do argumento. Ligado como era aos mestres (co-dirigiu "Beyond the Clouds" com o italiano, dirigiu a Academia Europeia do Cinema com o sueco) transpôs todo o seu sentimento para esta história perturbadora de forma a torná-la digna de quem o inspirou. Uma excelente fotografia e uma poderosa banda sonora (estrategicamente colocada no iPod do protagonista) fazem com que este mundo surreal envolva o espectador na beleza de uma cidade milenar. A moral Carpe Diem, tão adequada a um filme sobre a Morte, está presente num dos seus expoentes máximos. Falta algo no filme, mas tem tantos artifícios sonoros e visuais que nem se repara. É uma delícia.
Wenders está cada vez mais próximo de ser consagrado como o maior cineasta do velho continente. Numa época em que um filme é feito com o lucro como objectivo presenteia-nos com duas horas de Cinema como arte. É bom ver que as velhas estrelas como Dennis Hopper ainda encontram projectos onde conseguem fazer a diferença.
Título Original: "Palermo Shooting" (Alemanha, França, Itália, 2008) Realização: Win Wenders Argumento: Wim Wenders e Norman Ohler Intérpretes: Campino, Giovanna Mezzogiorno, Dennis Hopper, Milla Jovovich Fotografia: Franz Lustig Música: Irmin Schmidt Género: Drama Duração: 124 min. Sítio Oficial: http://www.palermoshooting.senator.de/ |
4 comentários:
Tive o imenso prazer de estar ao seu lado ;)
( e de ver o filme no Rivoli )
Momento inesquecível .
Ao meu lado e não reparei? Que falha minha!
Para mim também foi o ponto alto do ano e um dos melhores momentos dos 30 anos do festival.
Espero ainda conseguir publicar uma entrevista feita a Wenders no Fantas. Ajuda a compreender o filme e a pessoa.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Sim, devias fazer isso :)
uii, mas olha teremos sempre o Fantas 2010 lol
Leio-te através do Google Reader e tenho alguma preguiça de comentar , mas desta vez não resisti.
Be good :)
Foi um grande momento de cinema, e um grande momento no Fantasporto ter tido a presença do Wim Wenders. Grande artigo! Venha lá essa entrevista. ;)
Bruno Ramalho
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